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Nova basílica abre em 2007
2005-03-29 13:53:50

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Idealizada em 1974, a nova Basílica de Fátima avança a bom ritmo. A obra será inaugurada a 13 de Maio de 2007, noventa anos após a primeira aparição. João Paulo II ofereceu a primeira pedra, retirada do túmulo do apóstulo S. Pedro, o primeiro Papa.

A cor do tapume que guarda a obra maior da Igreja portuguesa não foi uma escolha feliz. O verde escuro confere-lhe sobriedade, mas fere o olhar e quebra a harmonia, vincando a linha de descontinuidade entre o Recinto de Oração e as obras da nova Basílica do Altar do Mundo.

Os peregrinos vão-se habituando ao cenário, tentando descobrir o que está para lá da vedação metálica que se estende a toda a largura do Santuário, no lugar da Cruz Alta, um pouco à frente do Pórtico do Jubileu. Segredo que se desfaz à medida que o projecto avança: ao cabo de um ano de trabalho, o ‘muro’ já não consegue esconder a grandiosidade da obra que emana do interior.

Vista de longe, subindo a escadaria de acesso à actual Basílica, é já perceptível o desenho da futura Igreja da Santíssima Trindade. Mas é ao perto, percorrendo os labirintos do estaleiro, que se percebe a verdadeira dimensão do projecto idealizado pelo grego Alexandros Tombazis. O novo templo, em forma de coroa gigante (125 metros de diâmetro), terá capacidade para acolher nove mil fiéis sentados, com lugares reservados a pessoas com deficiências.

Para assembleias até três mil pessoas, o espaço da frente será separado do restante por uma divisória de dois metros de altura, que se levanta mecanicamente do chão. A porta principal abre para o Recinto de oração, existindo ainda mais 12 portas laterais, seis da cada lado.

Espaço de ‘paz infinita’, o novo complexo do Santuário de Fátima inclui ainda três capelas subterrâneas. Fazem parte da chamada ‘Zona da Reconciliação’, composta de uma área para peregrinos portugueses, com salão-capela de 600 lugares sentados e 32 gabinetes/confessionários; e de uma área para peregrinos estrangeiros, com duas capelas de 120 lugares cada e 32 gabinetes/confessionários. O projecto inclui, ainda, um pavilhão multiusos.

Orçada em 40 milhões de euros, a obra, que sofreu atrasos na fase inicial, “mas recuperáveis”, segundo o reitor do Santuário, Monsenhor Luciano Guerra, será inaugurada a 13 de Maio de 2007 – noventa anos após a primeira aparição. Nessa altura, a Cova da Iria era um lugar deserto, de propriedade pequena e dividida. Um dos terrenos pertencia a António dos Santos, pai de Lúcia. Era para aqui que a irmã carmelita e os seus primos Francisco e Jacinta levavam o rebalho. A situação alterou-se radicamente a partir de 1917, devido às aparições. A afluência de peregrinos foi crescendo situando-se hoje entre os quatro a cinco milhões.

A ideia de construir um local de culto mais espaçoso e acolhedor surgiu em 1974, mas só em 1996 ganhou forma, com a publicação de um projecto com vista à criação de um Grande Espaço Coberto para Assembleias.

A hipótese de executar o projecto nos terrenos da actual basílica ainda foi considerada, mas a opção acabou por recair na Praça Pio XXI. As obras arrancaram a 3 de Fevereiro de 2004, com a primeira pedra a ser oferecida por João Paulo II: um precioso e histórico fragmento marmóreo do túmulo do apóstolo S. Pedro, o primeiro Papa.

ANDAMENTO E CARACTERÍSTICAS DA OBRA

LOCALIZAÇÃO: A estrutura fica localizada na Praça Pio XII. Começa ao cimo do Recinto de Oração, onde estava o Pórtico do Jubileu, e termina rente à Avenida D. José Correia e Silva, fechando, deste modo, o Santuário pelo lado Sul.

ARRANQUE: As obras arrancaram oficialmente a 3 de Fevereiro de 2004, mas foi preciso esperar até ao dia 16 para os primeiros trabalhos ganharem visibilidade, com o avanço das máquinas e dos operários para a praça Pio XII.

VEDAÇÃO: As vedações metálicas, de cor verde do lado de fora e cinzento do interior, foram instaladas após a retirada da Cruz Alta e das três estátuas colocadas na praça Pio XII. Foi, também, necessário proceder ao derrube de árvores e arbustos.

DESENHO: O Pórtico do Jubileu foi retirado e desaparecerá no novo desenho do Santuário. Para a zona, que ganhará o nome de Reconciliação, estão projectadas várias capelas subterrâneas, iluminadas por um grande corredor de luz natural.

TRABALHOS: As obras foram adjudicadas à Somague, em finais de Janeiro de 2004. A orientação dos trabalhos está a cargo da mesma equipa técnica que dirigiu a construção do Estádio do Dragão, no Porto, um dos palcos do Europeu de Futebol.

MATERIAL: As vigas foram projectadas em cimento normal. Porém, depois de alertados para a existência de um fabricante de cimento branco na região, os responsáveis do Santuário optaram pela utilização deste material.

ESPAÇO: O Serviço de Construções do Santuário de Fátima criou uma equipa de trabalho no sentido de estudar os aspectos iconográficos e visuais do novo espaço. Não está determinado se será mantida a simbologia dos elementos actuais.

ALTURA: A altura exterior do Grande Espaço Coberto para Assembleias ultrapassa ligeiramente a actual colunata, permanecendo a torre da Basílica como elemento dominante. O acesso e o pavimento interior são em rampa, sem degraus.

TÉCNICA: A Igreja da Santíssima Trindade terá forma circular, com 125 metros de diâmetro. É sustentada por um grande pilar, que ‘aguenta’ toda a cobertura e evita colunas no interior do tempo. A igreja será iluminada pelo tecto, através de janelas.

ESQUELETO: A primeira fase dos trabalhos da ‘nova Basílica’ – remoção de terras e levantamento das estruturas de cimento e metal, que compõem o esqueleto principal do edifício – deverá estar concluída no último trimestre deste ano.

DATAS MARCANTES

1917

Aparições de Nossa Senhora nos dias 13 de Maio, Junho, Julho, Setembro e Outubro; em 19 de Agosto nos Valinhos.

28-04-1919

Início da construção da Capelinha das Aparições.

13-10-1921

É permitida, pela primeira vez, a celebração da missa.

06-03-1922

A Capelinha é destruída à bomba. A 13 de Dezembro inicia-se a reconstrução.

13-05-1928

Lançamento da primeira pedra da Basílica.

13-05-1956

O cardeal Roncalli, futuro Papa João XXIII, preside a peregrinação internacional.

13-05-1967

Visita do Papa Paulo VI.

10-07-1977

Peregrinação do cardeal Albino Luciani, depois Papa João Paulo I.

12/13-05-1982

O Papa João Paulo II desloca-se à Cova da Iria para agradecer o ter escapado a um atentado.

12/13-05-1991

João Paulo II volta a Fátima.

13-05-1991

Beatificação de Francisco e Jacinta.

TÚMULO DE LÚCIA AO LADO DE JACINTA

A Basílica da Cova da Iria está pronta para receber os restos mortais da Irmã Lúcia, que ficarão sepultados num túmulo ao lado do de Jacinta. A trasladação do corpo da vidente do Carmelo de Santa Teresa para o Santuário, está prevista para o próximo ano, mas não é de excluir a possibilidade de a mesma ocorrer apenas em 2007, ano da inauguração do novo templo, fazendo coincidir as datas. Com a nova infra-estrutura, os peregrinos poderão visitar a última morada dos videntes sem ‘restrições’ horárias, na medida em que grande parte das eucaristias que se celebram na Basílica passarão para a futura Igreja da Santíssima Trindade. Os sepulcros de Jacinta e Lúcia localizam-se no lado poente da Basílica (à esquerda de quem entra, próximo do altar). O de Francisco situa-se no lado oposto. O vidente faleceu a 4 de Abril de 1919, com 11 anos, e a sua irmã, Jacinta, a 20 de Fevereiro de 1920, com nove anos. Os seus restos mortais foram trasladados para a Cova da Iria a 1 de Maio de 1951 (Jacinta) e 13 de Março de 1952 (Francisco). Lúcia, falecida no passado dia a 13 de Fevereiro (tinha 97 anos) está sepultada em campa rasa no Carmelo de Coimbra, onde ficará, pelo menos, um ano – cumprindo-se a sua vontade, expressa por escrito. Depois, “poderão levar-me se assim o quiserem fazer”.

Fonte CM

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