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João Paulo II condena racismo e terrorismo no 60º aniversário da libertação de Auschwitz
2005-01-27 19:02:39

João Paulo II lançou hoje uma forte condenação de qualquer ideologia racista ou terrorista no 60º aniversário da libertação do campo de extermínio nazi de Auschwitz, na sua Polónia natal.

“Não é permitido a ninguém passar com indiferença diante da tragédia da Shoah”, frisou.
Classificando o Holocausto como “um crime que marca para sempre a história da humanidade”, o Papa vincou que esta tragédia deve soar como “um aviso” para todas as gerações, presentes e futuras.
“A tentativa de destruição sistemática de todo o povo Judeu permanece como uma sombra sobre a Europa e o mundo inteiro”, referiu o Papa polaco, que também perdeu amigos e conhecidos às mãos do regime nazi.
Auschwitz-Birkenau, onde morreram durante a II Guerra Mundial perto de dois milhões de pessoas, sobretudo judeus, permanece como o símbolo negro do regime de Adolf Hitler. A 27 de Janeiro de 1945, os soldados do Exército Vermelho entraram no campo de concentração, situado no sul da Polónia, onde encontraram cerca de 7.000 deportados.
“Não devemos ceder diante das ideologias que justificam a possibilidade de violar a dignidade humana, fundadas na diferença de raça, da cor da pele, da língua ou da religião: renovo este apelo a todos e, sobretudo, aos que em nome da religião recorreram a abusos de poder e ao terrorismo”, diz João Paulo II na sua mensagem. O Papa está representado nas comemorações oficiais através do Cardeal Jean-Marie Lustiger, Arcebispo de Paris, seu enviado especial a Auschwitz.
O texto evoca igualmente as vítimas russas e de etnia cigana, também elas destinadas “à exterminação total, nas intenções de Hitler”, bem como as da Polónia, “nação que suportou tantos sacrifícios pela libertação do continente europeu da nefasta ideologia nazi”.
Dez mil antigos presos e combatentes e 50 delegações oficiais participam nas cerimónias oficiais, ao início da tarde. No antigo campo de concentração estarão os presidentes de Israel, Moshé Katzav, da Alemanha, Horst Koehler, da Rússia, Vladimir Putin e da Polónia, Aleksander Kwasniewski, entre cerca de 40 chefes de Estado e de Governo.
A encerrar a cerimónia haverá uma oração inter-religiosa, com a participação de católicos, ortodoxos, evangélicos e judeus, e será acesa a chama eterna junto do Monumento da Memória.
Esta segunda-feira, na 28ª sessão especial da Assembleia-Geral da ONU, para assinalar o 60º aniversário da libertação dos campos de concentração nazi durante a II Guerra Mundial, como foi o caso de Auschwitz, a Santa Sé pedira que a humanidade aprenda com os erros da II Guerra Mundial e diga “nunca mais” aos crimes praticados nos campos de concentração nazi.
“Nesta oportunidade solene, lembramos as vítimas de uma visão política desumana, baseada numa ideologia extremista”, disse então o arcebispo Celestino Migliore, representante do Papa. “Os que eram considerados desadequados para a sociedade – judeus, eslavos, ciganos, deficientes e homossexuais entre outros – foram assinalados para a exterminação. Os que se opunham ao regime nazi, por palavras e actos, pagaram-no com as suas vidas”, lembrou.
Na sua visita ao campo de Auschwitz, em 1979, João Paulo II assinalou que o grito das pessoas martirizadas “deve mudar o mundo para melhor”.
Hoje, na conclusão da sua mensagem, o Papa pediu que “nunca mais se repita, em lugar algum da terra, aquilo que sofreram os homens e mulheres pelos quais choramos desde há sessenta anos”.

Fonte Ecclesia

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