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Igrejas cristãs ultimam documento sobre o Baptismo
2005-01-21 16:42:59

No primeiro semestre deste ano, “talvez na Assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, em Abril, estejam criadas as condições para fazermos a assinatura do documento sobre o Baptismo entre a Igreja Católica, Presbiteriana e Lusitana” – sublinhou à Agência ECCLESIA D. Manuel Felício, membro da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé. Em pleno Oitavário da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o prelado referiu também que já se realizaram “trocas de redacções entre a Igreja Católica e as outras confissões cristãs”.

Neste desbravar do terreno ecuménico “há horizontes onde não entrámos, nomeadamente, o estudo conjunto de perspectivas doutrinais que abram depois para práticas de cooperação entre as Igrejas” – afirmou D. Manuel Felício. Nos primeiros anos “tentámos abrir caminhos novos” porque “nos anos 90 ainda não estava muito aprofundado o diálogo ecuménico”. E conclui: “há ainda um caminho longo para percorrer”.
Em discussão está também a questão dos “casamentos mistos” (entre fiéis de Igrejas diferentes), em que se encontra por definir o espaço de intervenção de cada uma das Igrejas.

A importância do Baptismo na questão ecuménica
No dia em que D. Manuel Felício confirmou à agência ECCLESIA que as Igrejas cristãs em Portugal caminham para o reconhecimento mútuo dos Baptismos, é preciso lembrar que esta decisão ultrapassa em muito o plano “burocrático” de se evitar um novo Baptismo, quando alguém decide mudar de Igreja.
O decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II, “Unitatis Redintegratio”, lembra no seu n.º 3 que todos os cristãos “justificados no Baptismo pela fé, são incorporados a Cristo, e, por isso, com direito se honram com o nome de cristãos e justamente são reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor.”
João Paulo II, na sua encíclica sobre a Unidade dos Cristãos, “Ut Unum Sint”, assegura que o reconhecimento dessa fraternidade “não é a consequência de um filantropismo liberal ou de um vago espírito de família, mas está enraizado no reconhecimento do único Baptismo” (n.º 42).
O “Directório para a aplicação dos princípios e das normas sobre o ecumenismo” pede explicitamente um reconhecimento recíproco e oficial dos Baptismos. Isto está muito para além de um simples acto de cortesia ecuménica e constitui uma afirmação básica na concepção do que é a Igreja, lembra o Papa.
As implicações teológicas, pastorais e ecuménicas do Baptismo comum são muitas e importantes. Definido-se uma unidade fundamental, embora ainda parcial, pode-se passar, como defende a encíclica de João Paulo II, “àquela unidade visível, necessária e suficiente, que se inscreva na realidade concreta, para que as Igrejas realizem verdadeiramente o sinal daquela comunhão plena na Igreja una, santa, católica e apostólica, que se há-de exprimir na concelebração eucarística” (n.º78).
O compromisso que as Igrejas cristãs em Portugal desejam assumir reveste-se, assim, de uma importância central, no sentido em que constitui um passo decisivo no caminho da Unidade.

Fonte Ecclesia

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