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Monges de Taizé Despedem-se de Lisboa
2005-01-16 15:10:21

Centenas de pessoas assinalaram, ontem, a despedida dos monges da comunidade monástica de Taizé, que ainda se encontram em Portugal, depois de terem promovido o encontro que, na última semana do ano, congregou na capital portuguesa cerca de 40 mil jovens de toda a Europa.

Num encontro na igreja de Arroios (Lisboa), que antecedeu um tempo de oração, vários portugueses referiram o que foi o tempo de preparação. Uma carta enviada pelo irmão Roger, fundador da comunidade que reúne uma centena de monges católicos e de diferentes origens evangélicas, foi distribuída também aos participantes.

No texto, o irmão Roger agradece às paróquias e famílias das dioceses de Lisboa, Santarém e Setúbal o acolhimento proporcionado aos participantes - os mais de 20 mil estrangeiros que vieram ficaram todos alojados em famílias. "No último dia, no momento da partida, havia muitos jovens a afirmar o quanto tinham ficado tocados por este caloroso acolhimento."

A mesma ideia foi repetida, ao PÚBLICO, pelo irmão Aloïs, coordenador do encontro. "Houve uma resposta extraordinária de acolhimento e hospitalidade, além das expectativas. Quem acolheu diz que foi um enriquecimento para si mesmo."

Na carta dirigida às paróquias e famílias, o irmão Roger escreve: "Vivendo nas margens do oceano, os portugueses adquiriram uma enorme abertura. Na sua história, foram dos primeiros a percorrer o mundo inteiro. Somos interpelados pelas suas intuições, que inspiram também a Europa."

Continuar a experiência

O irmão Aloïs acrescenta que a iniciativa teve "um grande impacto no coração de muita gente: mudou o modo de ver, mesmo em relação aos acontecimentos do mundo, trazendo um olhar de mais esperança".

A iniciativa, que decorreu entre 28 de Dezembro e 1 de Janeiro, ficou também marcada pela tragédia que, na Ásia, se abateu sobre milhões de pessoas. "Como cristãos, também não temos respostas para estes acontecimentos. Mas o encontro permitiu igualmente, apesar do sofrimento, dar às pessoas um olhar de esperança sobre o mundo."

O coordenador do encontro aguarda agora pelos jovens portugueses que têm afirmado querer ir a Taizé, a pequena aldeia da Borgonha francesa onde o irmão Roger fundou a comunidade, em 1940. Ali, semana após semana - sobretudo no Verão -, milhares de jovens fazem uma experiência de encontro, partilha e oração. "Muitos dizem que querem ir e estamos prontos a acolher. É bom que isso permita viver uma experiência de Igreja universal, que é também um sinal para o nosso tempo."

Antes disso, há quem queira continuar o que viveu no encontro de Lisboa. Ontem, três jovens das dioceses envolvidas testemunharam isso mesmo. Há paróquias que continuarão tempos de oração com os cânticos meditativos e festivos de Taizé: São Tomás de Aquino, Alverca, São Nicolau (onde segunda e terça-feira ainda haverá oração com os monges, às 19h15). Outros querem investir no acolhimento, há quem prepare o modo de apoiar os mais idosos a sair de casa.

"Procurar reconciliação e paz supõe uma luta dentro de si mesmo. Não é um caminho fácil. Nada de duradouro se constrói na facilidade", diz o irmão Roger na carta enviada para Lisboa.

Fonte Público

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