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D. José Policarpo quer mais qualidade nos partidos políticos
2005-01-06 19:17:45

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, defende mais qualidade no interior dos partidos políticos numa entrevista na edição de hoje da revista "Visão", e diz que o Papa João Paulo II mantém intactas as suas capacidades fundamentais.

D. José Policarpo sente o país "muito retalhado em antagonismos" e questiona o facto de a Constituição prever que "só os partidos tenham acesso ao poder, o direito de governar". "A minha preocupação é a de saber se eles (partidos) têm hoje algo de novo para oferecer, para uma etapa nova da nossa vida", diz o cardeal-patriarca, depois de afirmar que os portugueses têm de "encontrar grandes objectivos colectivos em que toda a gente possa convergir".

O prelado apresenta "o aprofundamento da qualidade dentro dos próprios partidos" políticos como alternativa à exclusividade dos partidos para a condução das políticas governativas. "Será justo que alguém competente, que tenha algo para dar ao seu país, seja obrigado a aderir a um partido para o poder fazer?" pergunta ainda D. José Policarpo.

Na entrevista à "Visão", o cardeal-patriarca volta a dizer que, "por motivos éticos, de respeito pela vida humana", a Igreja é contra o aborto. D. José Policarpo refere também que a Igreja não se pronuncia sobre a ordem jurídica relativa à interrupção voluntária da gravidez, lembrando, no entanto, que "quando se fala de despenalização, fala-se de legalização", situação a que se opõe "completamente".

Sobre a restrição do uso de símbolos religiosos ostensivos - como o véu islâmico e grandes crucifixos - nas escolas públicas França, o religioso diz que se chegou a um "ponto de falta de senso, radicalizando-se a questão".

"A França tem no entanto, um problema sério, que é o da comunidade islâmica, porventura recebida imprudentemente. uma comunidade muito pesada. Com essa lei (proibição de uso de símbolos religiosos ostensivos) só a acirraram. Vão provocar tensões".

Relativamente ao estado de saúde do Papa, D. José Policarpo refere que a "doença de Parkinson é muito visível exteriormente, mas deixam-lhe intactas as capacidades fundamentais". "O Papa lê sem óculos. E tem uma cabecinha a funcionar que é uma coisa impressionante", refere.

Na entrevista, o cardeal-patriarca refere que há uma percentagem muito grande da população portuguesa que é católica, mesmo que não seja praticante, e afirma que o número de praticantes em Portugal é dos mais significativos dos países do Ocidente.

Fonte Público

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