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2005 sem violência e com mobilização global em favor dos mais pobres
2004-12-31 12:09:37

João Paulo II condena o recurso à violência para solucionar conflitos internacionais e chama a atenção para os dramas do terrorismo internacional, as guerras em África, a situação na Palestina e o conflito iraquiano na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2005.

“Para conseguir o bem da paz é necessário afirmar, com consciente lucidez, que a violência é um mal inaceitável e que nunca resolve os problemas”, escreve.
Numa análise da situação actual do mundo, o Papa aponta o dedo a “numerosas manifestações sociais e políticas” do mal: desde a desordem social à anarquia e à guerra, da injustiça à violência contra o outro e à sua supressão.
“Como não pensar no amado Continente Africano, onde perduram conflitos que ceifaram e continuam a ceifar milhões de vítimas? Como não evocar a perigosa situação da Palestina, a Terra de Jesus, onde não se conseguem enlaçar, na verdade e na justiça, os fios da mútua compreensão rompidos por um conflito que, de dia para dia, atentados e vinganças alimentam de maneira preocupante? E que dizer do trágico fenómeno da violência terrorista que parece impelir o mundo inteiro para um futuro de medo e de angústia? Enfim, como não constatar com amargura que o drama iraquiano se prolonga, infelizmente, em situações de incerteza e de insegurança para todos?”, interroga-se João Paulo II.
O Papa defende uma nova estruturação da ordem social, económica e política, a todos os níveis, “numa perspectiva de paz”, ligando o direito ao desenvolvimento com o direito à paz.
"No mundo actual plenamente atingido pelo fenómeno da globalização, são cada vez mais numerosos os bens públicos que assumem carácter global e, consequentemente, aumentam também, de dia para dia, os interesses comuns. Basta pensar na luta à pobreza, na busca da paz e da segurança, na preocupação pelas alterações climatéricas, no controlo do contágio das doenças", constata João Paulo II.
"A tais interesses, a comunidade internacional deve responder com uma rede sempre mais ampla de acordos jurídicos, capaz de regulamentar o bom emprego dos bens públicos, inspirando-se nos princípios universais da equidade e da solidariedade", assinala.
Na mensagem do Papa, exige-se a mobilização económica em favor dos países mais pobres, com o relançamento da ajuda pública ao desenvolvimento, critérios de boa administração e o perdão da dívida.
“O drama da pobreza está estreitamente ligado também com a questão da dívida externa dos países pobres. Não obstante os significativos progressos alcançados até agora, a questão ainda não encontrou uma solução adequada”, lamenta.
“Torna-se imperiosamente necessária uma mobilização moral e económica que seja, por um lado, respeitadora dos acordos assumidos em prol dos países pobres, mas, por outro, disposta a rever os acordos que a experiência tenha demonstrado excessivamente onerosos para certos países”, acrescenta o Papa.
Em relação ao compromisso da Igreja, João Paulo II assegura que os católicos oferecem o seu apoio aos projectos da comunidade internacional, dando como exemplo “a preciosa contribuição dada através de numerosas entidades católicas de ajuda e de desenvolvimento”.
A Mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial da Paz 2005 foi hoje apresentada no Vaticano, em conferência de imprensa, com uma intervenção do Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.
João Paulo II utiliza uma citação da Carta de São Paulo aos Romanos - "Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com o bem" (Rom 12,21) – como mote para a sua reflexão no 38º Dia Mundial da Paz, celebrado a 1 de Janeiro de 2005.
“A perspectiva delineada pelo grande Apóstolo põe em evidência uma verdade fundamental: a paz é o resultado de uma longa e árdua batalha, vencida quando o mal é derrotado com o bem”, explica o documento.
A mensagem afirma que o mal tem sempre “um rosto e um nome”, o dos homens e mulheres que o escolhem “livremente”.

Fonte Ecclesia

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