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João Paulo II Foi Eleito
2004-10-16 20:47:58

Em Portugal, a televisão ainda mostrava as imagens a preto e branco e, nesse dia, estava uma fresca tarde de Outono. A 16 de Outubro de 1978, faz hoje 26 anos, após três dias de votações, os cardeais católicos elegeram um entre eles para o lugar deixado vago pela morte do Papa João Paulo I. E escolheram Karol Wojtyla, arcebispo de Cracóvia, na Polónia - ainda este país era governado por um regime comunista, ainda existia o Muro de Berlim. O eleito adoptou o nome de João Paulo II.

Na sua primeira aparição pública, já a noite tinha descido sobre Roma, Wojtyla falou na "loggia", ou balcão central da Basílica de São Pedro. E pediu a quem o ouvia: "Não tenhais medo, abri as portas do vosso coração a Cristo".

Os primeiros tempos foram de novidade permanente: viagens sucessivas com multidões, uma presença forte nos meios de comunicação, textos e documentos, afirmação da autoridade do Papa e do Vaticano, um porte atlético.

Em 1981, o atentado que sofre em plena Praça de São Pedro converte João Paulo II no primeiro Papa a aparecer, via televisão, numa cama de hospital, depois de já ter sido fotografado a fazer esqui ou a praticar natação.

Vinte e seis anos, muitos discursos, milhares de quilómetros e várias operações médicas depois, João Paulo II está debilitado pela doença de Parkinson, já quase não fala, o pontificado aproxima-se inexoravelmente do fim. Mesmo assim, com 84 anos, praticamente sem conseguir andar, o Papa insiste em falar, sobretudo por escrito. Nos seus discursos, Wojtyla lê algumas linhas, dá o resto a ler aos assessores ou aos cardeais.

Pontificado em números

Os números do pontificado falam da actividade intensa deste Papa polémico, bem ou mal amado mesmo no interior da Igreja, mas a que ninguém fica indiferente.

Em 26 anos, os seus documentos, discursos e intervenções diversas, totalizam 90 mil páginas em 55 volumes editados pela Livraria Vaticana. Além disso, o Papa escreveu já quatro livros, tornados "best-sellers" com milhões de exemplares, incluindo uma recolha poética intitulada "Tríptico Romano" (ed. port. Paulinas), publicada em 2003, e "Levantai-vos! Vamos!" (ed. port. Publicações D. Quixote), já este ano.

Para a Primavera de 2005, prevê-se a edição de "Memória e Identidade", um conjunto de reflexões sobre o século XX, elaboradas a partir de conversas com alguns intelectuais em 1993, e agora revistas e completadas pelo Papa. Na obra, sabe-se que João Paulo II fala dos totalitarismos que atravessaram o século e escreve que "o comunismo foi um mal, de certa maneira necessário" na Europa.

Já na próxima segunda-feira, o Vaticano apresentará uma antologia das intervenções de Wojtyla no domínio da diplomacia. E o resto também não pára: no próximo Verão, o Papa tem intenção de presidir, em Colónia (Alemanha) à Jornada Mundial de Juventude.

Para já, João Paulo II é o segundo pontificado mais longo da história. À sua frente (descontando São Pedro), só Pio IX, que foi Papa durante 31 anos e sete meses, entre 1846 e 1878. Para o ultrapassar, João Paulo II teria que chegar aos 90 anos. Por isso, no Vaticano, diz a AFP, já há quem fale nesse desejo...

Fonte Público

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