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MILAGRE DOS PASTORINHOS LEVA FESTA A DUAS ALDEIAS
2004-10-14 11:00:38

O meu coração de mãe diz-me que foi um grande milagre”, afirma Maria de Fátima sobre a saúde do filho, Filipe Marques, de cinco anos, que sofria de diabetes e terá sido curado por intervenção dos Pastorinhos Francisco e Jacinta, no momento em que eram beatificados pelo Papa João Paulo II.

"Fiz o pedido e fui atendida. Para mim, o meu filho foi curado por Francisco e Jacinta. Não penso noutra coisa”, disse ontem Maria de Fátima, em conversa telefónica com o CM a partir da Suíça, onde vive.

Comedida nas palavras, a mãe de Filipe tem rejeitado todas as entrevistas e diz que só fala aos jornalistas quando vier a Portugal dar o seu testemunho ao Tribunal Eclesiástico, que está a elaborar o processo canónico de reconhecimento do milagre.

Ao contrário de Maria de Fátima, que diz não ser “de festas”, ontem foi mesmo dia de alegria nas aldeias de onde são naturais os pais de Filipe Marques. Em Olho Marinho, Óbidos, a avó paterna, Rosa Matos, recordou o momento em que se deu o alegado milagre, pois estava na Suíça.

“A minha nora é muito católica e estava a ver a beatificação pela televisão. Eu estava sentada no sofá e na altura em que era dada a bênção aos doentes, ela pegou no menino ao colo, ajoelhou-se e rezou durante vinte minutos”, contou Rosa Matos, adiantando que o menino “esteve sempre a dormir”.

Em sua opinião, as orações da mãe do menino, na altura com um ano de idade, durante a beatificação dos Pastorinhos, em Fátima, em Maio de 2000, por João Paulo II, terão causado o milagre, porque passado pouco tempo ele estava curado.

Assumindo-se “católica” e acreditando que terá havido um milagre, Rosa Matos acompanha descalça, todos os anos, a procissão em honra do Imaculado Coração de Maria, em Olho Marinho, onde mora.

Em Corgas, Seia, aldeia natal da mãe de Filipe Marques, também se acredita que a cura aconteceu “graças à intervenção de Nossa Senhora de Fátima e dos Pastorinhos”.

“A doença revelou-se quando ele tinha um mês e todos pensámos o pior, mas graças aos Pastorinhos ficou curado e hoje é uma criança saudável e traquina”, disse Maria da Piedade Moura, tia do menino.

Na aldeia, os Pastorinhos “já são santos há muito tempo”, mas todos vão rezar para que a canonização decorra sem mais demoras.

PROCESSO LONGO

TRIBUNAL EMPOSSADO

Os quatro elementos nomeados para o Tribunal Eclesiástico que vai elaborar o processo de canonização foram ontem empossados pelo bispo de Leiria-Fátima, o titular do processo.

QUATRO MEMBROS

São quatro os responsáveis escolhidos pelo bispo de Leiria-Fátima para integrar o Tribunal Eclesiástico: um médico; um jurista e um teólogo. O quarto elemento é o secretário.

UM MÊS DE TRABALHO

O Tribunal Eclesiástico tem um mês para elaborar o processo, que no dia 15 de Novembro será entregue no Vaticano, pelo padre Luis Kondor.

ANÁLISE MÉDICA

Depois de entregue em Roma, o processo será entregue a sete peritos médicos, que vão dizer se a cura tem explicação científica ou se foi milagre, o que permitirá a canonização.

PRELIMINARES

O processo canónico de reconhecimento do milagre só ontem se iniciou. Até agora decorreu a fase preliminar, de recolha de documentos médicos.

GRAÇA DOS BEATOS CHEGOU PELA TELEVISÃO

Filipe Moura Marques nasceu a 16 de Maio de 1999 e tinha 34 dias de vida quando lhe foi diagnosticada a doença: diabetes tipo 1. Uma doença incurável que o tornava dependente da insulina para o resto da vida. Para os pais, Vítor e Maria de Fátima, o diagnóstico não podia ser pior, pois parecia não haver salvação. Mas a fé falou mais forte que a ciência e em Maio do ano seguinte, quando os Pastorinhos eram beatificados pelo Papa, a mãe do menino ajoelhou-se a rezar diante do televisor, na Suíça, e pediu a cura a Francisco e Jacinta. Mais tarde, ao fazer o controlo diário dos diabetes, verificou que os valores estavam alterados e desde então o menino não voltou a precisar de tomar insulina. Os médicos consultados até agora não têm explicação científica para a cura, abrindo-se assim caminho para que seja declarado o milagre que permitirá a canonização dos beatos Francisco e Jacinta.

Fonte CM

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