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D. Januário Torgal Ferreira critica «ataques encapotados» à liberdade religiosa
2004-10-03 11:46:16

O bispo D. Januário Torgal Ferreira manifestou-se hoje contra o que considerou serem ataques encapotados à liberdade religiosa em todo o mundo, inclusivamente no nosso país.

“A voz do magistério, calmo e tranquilo, em Portugal é assumida como autoridade quando coincide com determinadas posições, mas nunca quando quer ser uma voz concorrencial na grande liberdade do pensar”, criticou o bispo das Forças Armadas e de Segurança durante a apresentação do “Relatório 2004 - Liberdade Religiosa no Mundo”, editado pela primeira vez em língua portuguesa pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“Isso também pode ser um atentado à liberdade”, assegurou.
O presidente do Conselho de Administração da AIS, Paulo Bernardino, afirmou que só em 2003 "morreram mais de 200 pessoas" devido a motivos religiosos. A organização católica considera no relatório relativo a 2003 que China, Índia, Arábia Saudita, Coreia do Norte e Cuba são os países onde se verificam as mais evidentes e graves violações da liberdade religiosa. Segundo o documento, em muitos países vigora ainda legislação repressiva contra minorias religiosas, proibições de culto e discriminações sociais.
D. Januário Torgal Ferreira confessou-se impressionado com os ataques à liberdade, “desde as formas mais visíveis às menos descobertas” e enumerou as situações que considerou mais chocantes, em declarações aos jornalistas.
“A mim impressionou-me a negação sistemática em termos de liberdade política e desconfiança absoluta na Coreia do Norte, as ambiguidades na China, o receio de dar voz à Igreja Católica na América Latina, os contrastes de Cuba onde se limita a fé religiosa que é ainda considerada uma força imperialista”, referiu.
O prelado mostrou-se preocupado com o "extremismo religioso" em muitos países, vincando que “estamos na presença do aproveitamento de formas de violência de pessoas que vivem em regimes enlouquecidos”, nomeadamente no caso do Iraque.
"O terrorismo encontrou um magnífico berço alcochoado no Iraque e os extremismos foram exacerbados", disse.

Liberdade em Portugal
D. Januário Torgal Ferreira colocou como pano de fundo da sua intervenção a ratificação da Concordata na Assembleia da República, que classificou como “contexto especial para a Igreja católica em Portugal”. O Bispo das Forças Armadas e de Segurança espera que "a nova Concordata seja um dos muitos sinais de respeito e que em nenhum aspecto haja privilégios, menorizando qualquer outra opção religiosa”.
O prelado criticou “algumas faixas do Catolicismo em Portugal que não se abrem à modernidade”, recordando em particular a campanha lançada contra as iniciativas ecuménicas e de abertura inter-religiosa do Santuário de Fátima.
“Fátima deve ser um espaço de fraternidade e diálogo”, disse aos jornalistas.
No seu discurso, o Bispo assegurou que “enquanto nós não nos abrirmos a determinadas expressões da modernidade vamos ter a violência, o choque, as perseguições fáceis e as denúncias que nos fazem recuar a determinados tempos”.

Fonte Ecclesia

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