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SIMPÓSIO SOBRE A MISSIONAÇÃO - CONCLUSÕES
2004-06-26 08:51:17

O Simpósio sobre a Missionação reuniu cerca de duas centenas de participantes no Auditório Cardeal Medeiros, da Universidade Católica Portuguesa, a 3 e 4 de Junho sob o tema «Diálogo, Testemunho e Profecia. Para uma missão ad gentes no terceiro milénio».

A sessão de abertura contou com a presença e as palavras de estímulo de D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa. Participaram ainda o Prof. Doutor Manuel Braga da Cruz, reitor da UCP, o Doutor Peter Stilwell, director da Faculdade de Teologia da UCP, e o P. Manuel Durães Barbosa, Secretário da Comissão Episcopal das Missões e Director Nacional das Obras Missionárias Pontifícias.

LINHAS DE FORÇA

Dos temas expostos destacamos algumas linhas de força:

1. A história é a agenda da missão. É em diálogo com a história que a Igreja procura descobrir os caminhos da evangelização. Assim, cada época e cada situação histórica configuram o modelo de missão que melhor corresponde aos apelos do seu tempo.

2. O tempo em que vivemos é caracterizado pela globalização e por um movimento migratório que provoca uma grande diversidade interactiva de culturas, religiões e situações sociais. A missão do nosso tempo terá de ter em conta esta pluralidade.

3. A polivalência do conceito de missão é umas das causas do afrouxamento do compromisso missionário. Importa, portanto, esclarecer, precisar e clarificar o conceito específico de missão ad gentes no contexto mais alargado da evangelização e da nova evangelização.

4. A Bíblia revela que Deus escolhe através dos tempos enviados para anunciar o seu desígnio de salvação a favor de todos. Deus continua a chamar e a enviar hoje. «O missionário, com a força do Espírito de Cristo, aceita andar contra mão nesta sociedade do nosso tempo para semear vida e esperança.»

5. A fonte trinitária da missão interpela-nos a uma mística missionária consistente e testemunhante. O missionário é a primeira terra de missão e só na fidelidade à sua intimidade com Deus é que pode ser o profeta que ajuda a descobrir os caminhos do Espírito no anúncio do Evangelho.

6. A teologia da missão, depois do Vaticano II, tem dado particular relevo às raízes trinitárias e ao protagonismo da Igreja local na evangelização.

7. A missionação da China é um exemplo paradigmático da necessidade da missão se integrar na realidade local e de dialogar com a cultura de acolhimento.

8. No novo contexto das migrações o diálogo inter-religioso é um espaço de missão incontornável. Esse diálogo interpela a procurar os caminhos do Espírito e os valores das outras religiões. O Islão é um desafio particularmente actual.

9. A inculturação é um desafio para a evangelização, porque «a Igreja deve inserir-se em todos os agrupamentos humanos, impelida pelo mesmo movimento que levou o próprio Cristo na incarnação a sujeitar-se às condições sociais e culturais dos homens com quem conviveu.»

APELOS E DESAFIOS

1. Este Simpósio insere-se no contexto de preparação para o Congresso Missionário de 2006, que pretende ser um marco na renovação missionária da Igreja portuguesa.

2. Daí, a necessidade de motivar e mobilizar os responsáveis diocesanos e os leigos para a preparação e vivência deste Congresso.

3. Às Igrejas locais pede-se um empenho muito particular na missão ad gentes.

4. Há espaços interpelativos à missão ad gentes como as minorias étnicas, a juventude, as questões da justiça e da paz, o mundo da mobilidade, os meios de comunicação social e outros parceiros culturais, as periferias.

5. O novo dinamismo da missão depende dos leigos, que têm um espaço próprio e único neste processo de revitalização missionária.

6. Na mística da missão emergem alguns desafios particularmente apelativos como a globalização, a dinâmica da gratuidade evangélica, o testemunho de vida comunitária e uma espiritualidade de risco e insegurança.

Lisboa, 4 de Junho de 2004
Os participantes no Simpósio sobre a Missão


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