paroquias.org
 

Notícias






Responsável da Santa Sé para as questões de Justiça e Paz traça cenário de crise no mundo actual
2004-05-13 18:06:49

Uma humanidade “mergulhada numa crise espiritual e cultural” foi hoje criticada em Fátima pelo Cardeal Renato Martino, responsável da Santa Sé para as questões de Justiça e Paz, durante a homilia da celebração eucarística do 13 de Maio.

“Hoje descobrimos um mundo que perdeu os valores do amor e da solidariedade, que se apresenta com as mãos fechadas, sujas, ensanguentadas”, disse.
O egoísmo, a injustiça, a violência e a guerra foram os principais problemas do mundo moderno apontados pelo Cardeal, que apelou à criação de uma “teia de solidariedade que dê sentido e valor às nossas relações sociais e políticas”.
O responsável católico insistiu nos problemas da paz, “tantas vezes ameaçada pelo pesadelo das guerras catastróficas”.
“Esta crise da humanidade explica-se pelo facto de pretendermos fazer tudo sem Deus. Dramática ilusão, porque sem Deus o caminho da nossa existência, em vez de ser uma peregrinação, transforma-se num vaguear pela escuridão”, assegurou o Cardeal, que preside este ano à Peregrinação Aniversária do 13 de Maio.
A intervenção de um dos membros mais destacados da Cúria Romana criticou duramente o “desprezo da vida humana”, aumentando o tom da voz quando se referiu aos que “destróem a vida humana ainda antes que ela veja a luz”.
Os homens de hoje “estão cheia de coisas, mas de coração vazio, atormentados pelos acontecimentos, incapazes de lhes dar um significado, forçados a seguir em frente sem saber para onde ir”, afirmou.
Nesse sentido, o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz pediu que os cristãos se tornem “testemunhas da esperança para os nossos irmãos”, vincando que “Deus está presente nos famintos, nos doentes, nos oprimidos, nos marginalizados”.

Desafios
D. Renato Martino citou a Carta Apostólica “Novo Millennio Ineunte”, de João Paulo II, para lançar alguns desafios aos presentes e a todos em que, nos 5 continentes, acompanham estas cerimónias de Fátima.

“Como é possível que ainda haja, no nosso tempo, quem morra de fome, quem esteja condenado ao analfabetismo, quem viva privado dos cuidados médicos mais elementares, quem não tenha uma casa onde abrigar-se?”, citou.
“E o cenário da pobreza poderá ampliar-se indefinidamente, se às antigas pobrezas acrescentarmos as novas que frequentemente atingem mesmo os ambientes e categorias dotados de recursos económicos, mas sujeitos ao desespero da falta de sentido, à tentação da droga, à solidão na velhice ou na doença, à marginalização ou à discriminação social”, acrescentou.
As interrogações passaram também “pelas perspectivas dum desequilíbrio ecológico” e “pelo vilipêndio dos direitos humanos fundamentais de tantas pessoas, especialmente das crianças”.

Nesta altura, o Cardeal voltou a destacar a actualidade da Mensagem de Fátima, para desejar que “com a ajuda de Nossa Senhora, estas questões recebam uma resposta de esperança de amor”.
“Este é um trabalho que diz respeito a todos os homens”, concluiu.

Fonte Ecclesia

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia