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A Pé, de Lisboa a Santiago, Passando por Fátima
2004-05-12 20:33:37

O Centro Nacional de Cultura (CNC) tem quase pronto o Caminho do Norte, integrado nos Caminhos de Fátima e na rede de caminhos pedestres que também inclui a rota para Santiago de Compostela.

A previsão é que, depois de concluída a identificação do sendeiro, a marcação será feita nos próximos meses. O que significa que, no final do Verão, será possível ir a pé de Lisboa até Santiago, passando, ou não, por Fátima.

A iniciativa de redescobrir e assinalar estas rotas fora das grandes vias de circulação automóvel pertence ao Centro Nacional de Cultura, que para isso contou com o apoio do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles. O objectivo é, progressivamente, dotar o país de uma rede de caminhos pedestres. O primeiro passo foi definir duas rotas - o Tejo e o Norte - ligando as principais cidades do país a Fátima. Em 1999, ficou pronto o Caminho do Tejo - ligando o Parque das Nações, em Lisboa, ao santuário.

Agora, é a vez de ligar a Sé Catedral do Porto a Fátima, numa rota que, acompanhando de perto o itinerário da EN 1, passa pelos Carvalhos, leste de São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Anadia, Condeixa-a-Nova e Ansião. Será um percurso que, tendo em conta a distância - cerca de 180 quilómetros -, se poderá fazer numas seis ou sete etapas, diz ao PÚBLICO Lourenço de Almeida, coordenador do projecto no CNC.

Com a marcação deste percurso, ficará concluída a rota pedestre de Lisboa até Santiago de Compostela. O que significa que se poderá ir por caminhos pedestres de Lisboa até ao resto da Europa, incluindo São Petersburgo. A ideia dos responsáveis era ter o caminho já todo marcado antes de 25 de Julho, dia de São Tiago - este ano, ainda para mais, é Ano Santo Jacobeu, ano de celebrações especiais em Santiago. Mas isso não deverá acontecer, pois os trabalhos de marcação são morosos.

O Caminho do Norte terá duas vias, explica Lourenço de Almeida: para sul, setas azuis indicarão a direcção de Fátima; para norte, setas amarelas apontam a direcção de Santiago. Além destas indicações, o percurso terá ainda painéis de azulejos próprios, bem como áreas de descanso. O Caminho do Tejo, que sai de Lisboa para o Norte, terá indicadas ambas as direcções: Fátima e Santiago. Até porque, chegando à zona do santuário, o caminhante pode decidir ir de Santarém em direcção a Fátima ou, em alternativa, seguir directamente para Santiago através de Tomar.

A acompanhar a abertura deste trilho à utilização dos peregrinos ou simples caminhantes, o CNC editará um guia, com indicações de alojamentos e indicações úteis para o percurso. À semelhança do que já aconteceu com o Caminho do Tejo, também se chamará a atenção para paisagens ou monumentos importantes.

Preocupação do Centro Nacional de Cultura é "fomentar o aparecimento de hospedagem ao longo do caminho", tal como sucede hoje com os Caminhos de Santiago. A ideia é atribuir certificados próprios - Lourenço de Almeida diz que poderá ser criado um símbolo próprio para o efeito - a quem queira disponibilizar alojamento, com a garantia de oferecer o mínimo de qualidade.

O Caminho do Tejo, diz este responsável do CNC, está a ser cada vez mais usado, incluindo por estrangeiros. Serão "mais de mil" os que usam este percurso para chegar a pé a Fátima, fugindo às estradas saturadas de trânsito, ruído e poluição. "Se não pensássemos que o caminho tem virtualidade, não o teríamos feito."

A preocupação maior, neste troço, é agora a manutenção do sendeiro. Duas vezes por ano, o caminho é percorrido, anota-se o que é preciso melhorar e faz-se chegar essas referências às câmaras municipais ou às juntas de freguesia. Lourenço de Almeida já encontrou um galinheiro no meio do caminho e, noutra vez, um canavial tinha crescido de tal maneira que impedia a progressão.

Fonte Público

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