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Cristãos Celebram Unidade Europeia e Pedem Mais Solidariedade
2004-05-09 10:21:00

Mais de 150 mil cristãos - católicos, protestantes, anglicanos e ortodoxos - de 33 países europeus participaram ontem, em 151 cidades de todo o continente, numa jornada intitulada «Juntos Pela Europa».

Ao mesmo tempo que celebravam o alargamento da União Europeia (UE), concretizado no dia 1, os participantes, ligados via satélite, pretendiam afirmar a sua adesão à unidade europeia e apelar a que o espaço europeu concretize as aspirações de mais solidariedade.

No Pavilhão de Desportos de Estugarda, perante dez mil pessoas, uma das principais intervenientes afirmou que a Europa conhece hoje "novas formas de pobreza". Chiara Lubich, fundadora do movimento dos Focolares - caracterizado pelo apoio aos mais desprotegidos, pela intervenção artística e pela vida comunitária dos seus membros - referiu-se a realidades como a sida, o tráfico de mulheres ou os sem-abrigo, para afirmar que a Europa precisa, de novo, de decisões "audazes".

Manifestação de carácter religioso, político e social, a jornada centrou-se em Estugarda (Alemanha), com ligações a Paris (França), Budapeste (Hungria) e Hertogenbosch (Holanda) em sistema duplex. Nas restantes cidades que aderiram à iniciativa - como foi o caso de Lisboa e Porto, com mais de um milhar de pessoas, no total -, a emissão chegava via satélite e, durante alguns períodos, dava lugar a intervenções locais. Além dos países e cidades da Europa envolvidos - de Portugal à Rússia, da Islândia a Malta -, a iniciativa foi acolhida também, nos restantes continentes, em mais 45 cidades de 33 países.

O dia de ontem, uma semana depois do alargamento da UE, não foi escolhido ao acaso: 8 de Maio é o aniversário do fim da II Guerra Mundial e é a véspera do Dia da Europa, que hoje se assinala.

Ao programar a jornada, as 175 comunidades organizadoras desejavam contribuir para "dar uma alma à construção da nova Europa unida na diversidade", que se torne capaz de realizar a sua "vocação universal de paz entre os povos". Diversos testemunhos (intercalados com música, bailado contemporâneo ou danças tradicionais) recordaram as figuras dos pais do processo de unidade europeia - Schuman, De Gasperi e Adenauer.

Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio, foi um dos que o fizeram, para sublinhar o valor da paz e do pluralismo "conjugado com a unidade" que a construção europeia conseguiu concretizar. "Este sonho, ainda nos anos 80, quando João Paulo II falou de uma «grande Europa», parecia irrealizável ou parcialmente realizável. No arco de duas gerações, assistimos (...) à extinção de ódios seculares, à organização de uma cooperação estreita", afirmou. "União Europeia significou paz na Europa. Esperamos que amanhã signifique também paz no mundo."

Em Lisboa, onde interveio num painel final, a deputada Teresa Venda, do Movimento Humanismo e Democracia, eleita como independente por Braga nas listas do PS, também falou do que falta concretizar na Europa: "É preciso realizar a unidade política e social, uma vez que já muito foi feito no que respeita à unidade económica." Nesse aspecto, o papel das igrejas pode ser importante na "transmissão dos valores da solidariedade", já que os estados estão "mais preocupados" com a economia.

O âmbito religioso também não faltou. No final, bispos e responsáveis das diversas igrejas foram chamados ao palco e interpelados sobre o seu compromisso em trabalhar pela unidade entre os cristãos. As mãos dadas e a assistência de pé a aplaudir sublinharam o significado do gesto.

Fonte Público

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