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Abusos litúrgicos: «Redemptionis Sacramentum» critica o excesso de protagonismo dos leigos e a substituição da Missa por celebrações ecuménicas
2004-05-01 16:01:55

O novo documento sobre os abusos litúrgicos, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, intitulado “Redemptionis Sacramentum” (O Sacramento da Redenção), critica duramente critica o excesso de protagonismo dos leigos na celebração eucarística e a substituição da Missa por celebrações ecuménicas.

Entre as recomendações da Santa Sé, o destaque vai para a limitação do papel dos leigos durante as celebrações litúrgicas, criticando-se a sua “clericalização”. “O sacerdócio ministerial não pode ser substituído de modo algum”, aponta a Instrução, que apenas abre excepções para “casos de necessidade ou falta de ministros sagrados”: aí os leigos “podem supri-los”.
Como exemplo, citam-se as situações em que os leigos proferem a homilia ou procedem à “fracção do pão” gestos que, recorda o documento, “apenas dizem respeito ao ministério dos ministros sagrados”. Ainda nesta linha, recomenda-se que se limite o recurso aos ministros extraordinários da comunhão “a situações de verdadeira necessidade”.
A Instrução dedica três capítulos (3,4 e 5) à “correcta celebração da Missa” e outros aspectos que se referem à mesma, passando pela qualidade do pão e do vinho, enquanto se convida os responsáveis a não confundirem a Eucaristia com uma “ceia comum”.
Uma das normas aí apresentadas diz respeito, conforme se adivinhava, à introdução na Missa de “elementos de outras religiões”.
Outra recomendação vai no sentido de que as celebrações (ou simulação de celebração) particulares sem sacerdote não substituam a Missa, menos ainda se forem “celebrações ecuménicas da Palavra, encontros de oração em comum com cristãos pertencentes a outras comunidades eclesiais ou a participação nos seus ritos litúrgicos”.
Ao contrário do que se tinha especulado, as mulheres e as meninas continuam a ser admitidas ao serviço do altar, como "acólitas", de acordo com as normas já establecidas.
A Santa Sé pede aos Bispos que sejam “vigilantes” a respeito de todas estas situações.

Ameaças de excomunhão
O documento considera que muitos dos abusos são fruto da “ignorância, mas também de “um falso conceito da liberdade”, pelo que são definidos como “actos arbitrários que comprometem a unidade do Rito Romano”.
Como consequência desse actos, os seus promotores podem ser punidos, em casos mais graves, com a excomunhão “latae sententiae”, reservada à Sé Apostólica, ou, no caso dos padres, a “demissão do estado clerical”. Entre os "graviora delicta" (os actos mais graves) voltam a estar a “subtracção ou retenção da espécies consagradas para fins sacrílegos”, sendo que o documento alerta para o perigo de “profanação” das hóstias.
Ainda nessa lista estão a concelebração não autorizada da Missa com outros ministros de culto, como os pastores protestantes, "que não reconhecem a dignidade sacramental da ordenação sacerdotal".
“O povo católico tem o direito a que se celebre de modo íntegro o sacrifício da santa Missa” e que a celebração eucarística “apareça como verdadeiro sacramento de unidade, excluindo completamente qualquer tipo de gesto que possa gerar divisões ou facções na Igreja”, lê-se ainda.
Entre os abusos que a Santa Sé pretende evitar encontram-se o excesso de protagonismo dos leigos durante as celebrações, a partilha da comunhão com não-católicos, a substituição das leituras bíblicas na Missa por outros textos, o hábito de os sacerdotes partirem a hóstia nomomento da consagração, a exposição do Santíssimo em condições inadequadas ou a introdução de elementos não-cristãos na Liturgia Católica, entre outros.
“Não se podem deixar passar em silêncio os abusos, da máxima gravidade, contra a natureza da Liturgia e dos Sacramentos, bem como contra a tradição e a autoridade da Igreja que subsistem em diversos âmbitos eclesiais nos nossos dias e comprometem a celebração litúrgica” é a tese central do novo documento de 8 capítulos, que foi publicado em Italiano, inglês, francês, espanhol, latim e inglês.

Para ler o documento na íntegra na versão em castelhano: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20040423_redemptionis-sacramentum_sp.html

Fonte Ecclesia

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