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Bases para a Pastoral Vocacional
2004-04-22 21:12:11

INTRODUÇÃO
1. A Pastoral das Vocações, como parte integrante da vida da Igreja, é uma das suas preocupações fundamentais. Constitui, por isso, uma prioridade pastoral. “Um generoso empenho certamente há-de ser posto – sobretudo através de uma oração insistente ao Senhor da messe (cf. Mt 9,38) – na promoção das vocações ao sacerdócio e de especial consagração. Trata-se dum problema de grande importância para a vida da Igreja em todo o mundo”(1) .
A abundante reflexão da Igreja sobre esta temática, em particular a produzida em Sínodos e Congressos Internacionais, convocados pela Santa Sé, tem-se concretizado em documentos, onde se faz uma análise da situação das vocações e das suas raízes, ao mesmo tempo que são oferecidas perspectivas e orientações para a acção pastoral marcadamente vocacional.


2. Esta preocupação constante da Igreja pelas vocações está no coração dos Bispos portugueses. Com estas Bases para a Pastoral Vocacional queremos contribuir para a renovação e dinamização da Pastoral Vocacional em Portugal de uma forma mais orgânica e empenhada de todos os agentes deste sector: pais, educadores, escolas, movimentos, institutos de vida consagrada, paróquias, dioceses.

Sem esquecer outras formas de vocação na Igreja, que foram e poderão ser objecto de outros documentos orientadores, a nossa proposta incidirá particularmente nas vocações ao sacerdócio ministerial e à vida de especial consagração religiosa e secular.
Apresentaremos alguns princípios, orientações, linhas de força e estruturas pastorais, a partir da realidade eclesial em que nos situamos.

I – BREVE PANORAMA DA SITUAÇÃO

Características da cultura actual

3. O mundo contemporâneo está cada vez mais sujeito a mudanças rápidas e profundas. As questões relativas à fé e à Igreja não se podem desligar da metamorfose cultural que acontece vertiginosamente no mundo que habitamos, no espaço europeu em que nos situamos e no país em que vivemos.
No que respeita à promoção das vocações ao sacerdócio e de especial consagração, “tal problema tornou-se dramático devido à alteração do contexto social e à aridez religiosa causada pelo consumismo e secularismo”,(2) entre outros factores.

As mudanças culturais devem ser assumidas em atitude de discernimento crítico e de abertura à esperança.

4. A cultura actual contém luzes e sinais de esperança tais como: a atenção à pessoa humana na sua dignidade; um certo despertar para os valores da vida e da família; a sensibilidade às grandes causas como a busca de uma sociedade nova baseada na paz, na justiça, no bem comum, no respeito pelo ambiente, na atenção à diversidade, na solidariedade e no voluntariado.
Por outro lado, essa cultura é uma cultura secularizada, que exagera o sentido da autonomia das realidades terrestres, apresentando um projecto de vida sem ligação com a realidade onde tais valores se alicerçam e consumam.
Por isso esta nova realidade cultural constitui um desafio à fé e à pastoral das vocações que propõem opções fundamentais sobre o sentido da vida e da própria cultura.

5. Apesar da secularização reinante na cultura contemporânea, existe um interesse renovado pela religião e pela espiritualidade, expresso numa religiosidade multiforme. O homem encontra-se confrontado com os próprios limites das ciências e da técnica, mais acutilantes quando se põe a questão do sentido da vida e da existência. Surge assim a noção de “mistério” na realidade da vida, a abertura ao transcendente de Deus.
No entanto, este despertar religioso na cultura moderna não tem rosto nem nome. É uma espécie de religiosidade politeísta que fala do divino de maneira radicalmente diferente da tradição bíblica. O homem moderno é atraído por esta forma de religiosidade sem Deus, que tem a sua expressão mais forte no New Age, com o seu aspecto cósmico e terapêutico. O homem cultiva o gosto da espiritualidade, mas não tem necessidade de Deus.
É nesta cultura pluralista e ambivalente de religiosidade politeísta e neutra, cada vez mais dominante, que a Igreja deve suscitar a procura vocacional do Deus da Bíblia, que transcende a realidade e que na pessoa de Jesus Cristo convida ao seguimento, exigindo da pessoa humana uma resposta livre e responsável. Face às novas formas de espiritualidade, que hoje surgem na sociedade, os ministros ordenados e as pessoas consagradas, pela doação total da sua vida e pela existência oferecida como verdadeiro culto espiritual, sentem dificuldade em testemunhar o reconhecimento do primado absoluto de Deus (3).

6. Para a fé cristã e consequente discernimento vocacional, o homem só se compreende de maneira plena na sua liberdade e felicidade, na medida em que
deixar que a transcendência verdadeira entre na sua vida. O sentido pleno da liberdade só acontece na relação e no confronto com o Deus vivo.
A cultura moderna, ao organizar-se à margem de Deus ou com referência a um Deus impessoal e vago, é pouco sensível à vida recebida como dom e a ser gerada nos outros. Promove um homem sem vocação e cria uma mentalidade individualista incompatível com a solidariedade autêntica.

7. É neste contexto sócio-cultural que estão inseridos os jovens, que são os principais destinatários da Pastoral Vocacional.
Prevalece, por um lado, uma certa imagem negativa sobre as realidades vocacionais da Igreja, muito especialmente acerca da vocação presbíteros e dos consagrados, e também da vocação matrimonial. Ao mesmo tempo, muitos jovens estão animados pela busca sincera de uma autêntica espiritualidade e pela procura do sentido para as suas vidas, estão abertos a Deus enquanto sentido último das suas existências, promovem em si mesmos e à sua volta atitudes de confiança, optimismo e esperança, empenham-se corajosamente nas questões sociais, lutam por uma nova sociedade mais humana, mais fraterna e mais solidária, entregam-se generosamente em acções de voluntariado.

8. Algumas expressões do modo de compreender a realidade vocacional podem ser uma manifestação do subjectivismo e do individualismo, tão característicos da cultura actual.
A vocação corre o risco de ser compreendida de um modo individualista e intimista e não tanto como um dom, e de aparecer como um direito que visa apenas a realização de um projecto pessoal de vida segundo critérios subjectivos e selectivos e não segundo o critério evangélico de “perder a vida” por Cristo e pelo Reino.
Todavia, a busca inicial de realização pessoal, muito frequente, deve abrir-se à perspectiva do serviço eclesial. É um processo de crescimento e de abertura de perspectivas da vocação ao ministério ordenado, que deriva da Igreja e da sua mediação, que se faz reconhecer na Igreja, e que se configura, também e necessariamente, como serviço à Igreja.

9. Acresce a tudo isto que nas nossas comunidades muitos fieis manifestam desinteresse pela cultura vocacional, esquecendo que todos e cada um dos membros das comunidades cristãs são responsáveis pela promoção das diversas vocações eclesiais para a construção do Reino de Deus, a consagração do mundo e a edificação da Igreja: as vocações ao ministério ordenado e de especial consagração, e as vocações laicais.
Além disso, a escassez do número das vocações sacerdotais e de especial consagração conduz, por vezes, a uma Pastoral Vocacional que acentua mais as tarefas e actividades a realizar, do que o mistério de Cristo e da Igreja que cada vocação contém e está chamada a significar.


Discernimento evangélico da situação actual

10. Para compreender as propostas vocacionais no âmbito da vida cristã, é importante o conhecimento preciso e concreto da situação em que estão inseridas, nas suas reais circunstâncias sócio-culturais e eclesiais.
Mas mais importante é a interpretação da situação, entrelaçada de ambivalências e contradições, obstáculos e aberturas, elementos negativos e de esperança. A situação exige de todos nós um discernimento à luz do Evangelho vivo e pessoal de Jesus Cristo e com o dom do Espírito Santo. Trata-se da exigência permanente da Igreja em auscultar os sinais os tempos e interpretá-los à luz do Evangelho, para que possa dar resposta às questões perenes sobre o sentido da vida, fundamentado em Jesus Cristo.

11. “O discernimento evangélico vê, na situação histórica e nas suas vicissitudes e circunstâncias, não um simples «dado» a registar com precisão, frente ao qual é possível permanecer na indiferença ou na passividade, mas uma «tarefa», um desafio à liberdade responsável, quer do indivíduo quer da comunidade. É um «desafio» que está ligado a um «apelo», que Deus faz ressoar na própria situação histórica: também nele e através dele, Deus chama o crente, e antes ainda a Igreja, a fazer com que «o Evangelho da vocação e do sacerdócio» exprima a sua verdade perene nas novas circunstâncias da vida” (4) .
Este desafio exige, pois, não só o aprofundamento da compreensão da vocação de todo o baptizado e das várias vocações ao sacerdócio ministerial e à vida de especial consagração religiosa e secular, mas também a promoção de uma “nova cultura vocacional” nos jovens e nas famílias, e, como recomenda João Paulo II, um “salto de qualidade” na praxis da pastoral vocacional (5), como veremos adiante.


II – PRINCÍPIOS DA PASTORAL VOCACIONAL

Chamados à comunhão

12. A acção vocacional na pessoa só pode acontecer num dinamismo de aliança e de comunhão com Deus no amor. Consciente de que foi escolhido por Deus desde sempre, o indivíduo que é chamado deixa-se envolver na aventura da relação e do amor. Homem de Deus que faz uma experiência diária de comunhão e de diálogo com Deus, o chamado descobre os projectos de Deus, identifica-se com eles e aceita testemunhá-los no mundo.
O amor de Deus que lhe enche o coração, compromete-o no amor aos irmãos. “É por isso que todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). A caridade é verdadeiramente o coração da Igreja, o amor é a chave de todas as vocações, no dizer de S. Teresa de Lisieux: “Compreendi que a Igreja tem um coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia actuar os membros da Igreja; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo” (6).

13. Falar da vocação e das vocações significa falar da realidade mais profunda da pessoa. Não se trata apenas de buscar a satisfação de um mero desejo pessoal ou de se sentir realizado em determinadas tarefas gratificantes. É um processo que se passa ao nível mais profundo da pessoa. O mais importante e decisivo é a resposta ao chamamento a seguir Jesus na Igreja e a continuar a sua missão no mundo, que pode levar à consagração total da pessoa. Qualquer tipo de vocação assumida nesta perspectiva, abre para um projecto belo e nobre de realização da pessoa humana nas suas mais profundas aspirações: no dom de si, na relação com os outros, na transformação da sociedade e do mundo, segundo o projecto salvífico de Deus

14. A acção vocacional procede da decisão amorosa e maternal da Igreja de prestar o melhor serviço a todas e a cada uma das pessoas, para serem elas mesmas segundo o projecto de Deus, para descobrirem “o dom de Deus” e o Seu amor incondicional e único e para assumirem o serviço salvífico que devem prestar na Igreja e no mundo.

15. A acção vocacional tem como dever “premente e irrecusável anunciar e testemunhar o sentido cristão da vocação”, a boa notícia do chamamento. O povo cristão tem direito a escutar este “Evangelho da Vocação”.
Deste Evangelho faz parte a proclamação da especificidade e do valor das diversas vocações: ministério ordenado (presbíteros e diáconos), vida consagrada religiosa e secular, e laical. Deve proclamar a beleza inestimável do celibato e da virgindade como formas de viver o amor “com um coração novo, grande e puro, com um autêntico esquecimento de si mesmo, com dedicação plena, contínua e fiel” (7), assim como anunciar a complementaridade da castidade conjugal e da castidade celibatária.

16. A acção vocacional deve procurar atingir todas as pessoas, em todas as idades e ao longo de toda a vida. A pastoral vocacional não conhece fronteiras; dirige-se a todos e não apenas a algumas pessoas privilegiadas, porque todo o ser humano tem o desejo de conhecer o sentido da vida e do seu lugar na história; é uma proposta contínua que não acontece apenas uma vez na vida; não é só para jovens, pois o convite do Senhor a segui-lo dirige-se a todas as idades e a vocação considera-se plenamente realizada na hora da morte (8).

17. A acção vocacional acontece no mistério de Deus:
- parte do Mistério de Deus para reconduzir ao mistério do homem,
- parte da centralidade da Ressurreição de Cristo na vida da Igreja e na vocação para provocar a resposta da pessoa,
- parte do dinamismo radical da escatologia para captar os sinais do Espírito na história. Sem esta abertura ao mistério em sentido pleno, não existe vocação nem pastoral vocacional. A pessoa humana realiza-se vocacionalmente neste movimento que envolve toda a sua vida e que é o fundamento do caminho de discernimento vocacional.

Chamados a anunciar o Evangelho da Esperança

18. Toda a pastoral da Igreja tem o seu fundamento teológico na eclesiologia renovadora do Concílio Vaticano II, que define a Igreja como comunhão e missão. A comunhão encarna e manifesta a essência da Igreja.
“Promover uma espiritualidade de comunhão, elevando-a ao nível de princípio educativo em todos os lugares onde se plasma o homem e o cristão, onde se educam os ministros do altar, os consagrados, os agentes pastorais, onde se constroem as família e as comunidades…” (9), antes de quaisquer programas, iniciativas ou acções pastorais, é o grande desafio para todos os que procuram ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas do mundo.
A pastoral das vocações, situa-se na compreensão da Igreja como comunhão e missão. Sendo assim, os vocacionados ao ministério dão continuidade ao serviço de Jesus, ungido pelo Espírito Santo, para levar a Boa Nova aos pobres, a luz aos que andam nas trevas, a liberdade aos que estão prisioneiros, a vida a todos os homens.

19. Toda a vocação na Igreja está ao serviço da santidade. Algumas, como a vocação ao ministério ordenado e à vida consagrada, fazem-no de modo singular. A vocação sacerdotal “é essencialmente uma chamada à santidade na forma que nasce do Sacramento da Ordem. A santidade é intimidade com Deus, é imitação de Cristo pobre, casto e humilde; é amor sem reserva às almas e entrega pelo seu próprio bem; é amor à Igreja que é santa e nos quer santos, porque assim é a missão que Cristo lhe confiou. Cada um de vós deve ser santo também para ajudar os irmãos a seguir a sua vocação à santidade” (10). A vida consagrada revela a íntima natureza de toda a vocação cristã à santidade e a tensão de toda a Igreja-Esposa para Cristo, seu único Esposo, apontando para o valor absoluto e escatológico da proposta de vida assumida.

20. A Igreja, chamada por Deus, constituída no mundo como comunidade de chamados, é, por sua vez instrumento do chamamento de Deus. “A comunidade que toma consciência de ser chamada, ao mesmo tempo toma consciência de que deve chamar continuamente. Através e ao longo desse chamamento, nas suas várias formas, flui também o apelo que vem de Deus” (11).
Neste sentido a Igreja é mãe de vocações, geradora e educadora de vocações: com a força do Espírito, fá-las nascer, protege-as e alimenta-as; procura que tenham uma adequada formação inicial e permanente, acompanhando-as ao longo do caminho.


III – ORIENTAÇÕES PARA A PASTORAL VOCACIONAL

Linhas de força da acção vocacional

Uma cultura do chamamento.

21. Comunidade de chamados, a Igreja chama. “As novas condições históricas e culturais exigem que a pastoral das vocações seja vista como um dos objectivos primários de toda a comunidade cristã” (12). Isto supõe e exige dar início a uma cultura do chamamento, ou seja, passar de uma atitude da espera e do acolhimento dos que se sentem chamados e se oferecem para as diversas vocações, especialmente para o sacerdócio ministerial e para a vida de especial consagração religiosa e secular, a uma pastoral da proposta directa, do convite e do chamamento pessoal.
Torna-se urgente o anúncio explícito da excelência e da riqueza das vocações de especial consagração aos jovens. Consequentemente, a pastoral deve ser mais corajosa e franca em relação à proposta vocacional, mais concreta e incisiva na apresentação da mensagem-proposta, mais dirigida à pessoa e não apenas ao grupo, mais feita de envolvimento concreto e não de apelos vagos a uma fé abstracta e distante da vida, mais provocadora do que consoladora.

A responsabilidade é de toda a Igreja.

22. Todos e cada um dos membros da Igreja devem ser mediadores da proposta vocacional. Os Bispos e os Sacerdotes têm um lugar especial nesta mediação que, de modo algum, se esgota neles. Por força da sua fé, o discípulo de Jesus deve tomar sobre si a vocação do outro. O ministério do apelo vocacional diz respeito a todo o cristão: aos pais, aos catequistas, aos educadores, aos professores, em especial os professores de Educação Moral e Religiosa Católica, e não apenas aos bispos, presbíteros e diáconos ou aos consagrados da vida religiosa e secular.
Do mesmo modo, o apelo vocacional, deve ser uma acção que envolve toda a comunidade nas suas diversas expressões: famílias cristãs, grupos, movimentos, paróquias, dioceses, institutos religiosos e seculares.

A acção vocacional é a categoria unificadora da pastoral em geral.

23. Acolhendo os sinais da presença do Espírito na Igreja, “trata-se antes de mais nada de introduzir o anúncio vocacional nos sulcos da pastoral ordinária” (13). O objectivo da pastoral e o critério de avaliação está nessa relação intrínseca com a dimensão vocacional.
A pastoral vocacional entende-se em íntima relação com as outras dimensões da pastoral (familiar e cultural, litúrgica e sacramental), com a catequese e as formas de catecumenato, com os vários grupos de animação e formação cristã, com os movimentos e, especialmente, com a pastoral juvenil. Em todo este processo terá um papel importante a solicitude dos pais cristãos.

A Pastoral Juvenil é inseparável da Pastoral Vocacional.

24. Como já afirmámos no Documento Bases para a Pastoral Juvenil, “a pastoral juvenil é inseparável da pastoral vocacional, dado que são especialmente os jovens que se encontram perante os desafios do compromisso, que resulta de uma livre e esclarecida opção de vida, em ordem ao futuro. A educação da fé deve, portanto, de modo sistemático, abrir os jovens para a descoberta e compromisso, por força da fé e da graça baptismal, para a vida matrimonial, para o ministério ordenado, para a consagração religiosa ou laical, para as novas formas estáveis de empenhamento apostólico na Igreja e na sociedade (…) Os Serviços da pastoral juvenil e da pastoral vocacional devem, por tudo isto, trabalhar em estreita colaboração” (14) .
Neste sentido, todos os intervenientes na educação dos jovens são também corresponsáveis na pastoral vocacional, e terão em conta os desafios que daqui nascem.

Rezar pelas vocações.

25. Dom do Pai e situadas no plano do mistério que só Deus conhece e pode revelar, as vocações nascem e desenvolvem-se graças à mediação da Igreja orante. Na verdade, Deus ao prometer à sua Igreja pastores segundo o seu coração, também diz: “Rogai ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a Sua messe” (Mt 9,38). Por isso, a oração, que empenha não apenas os indivíduos mas também todas as comunidades eclesiais, é a base de toda a pastoral vocacional e é caminho para o discernimento vocacional.
A oração, em particular a eucaristia e a adoração eucarística, possibilita o encontro profundo do orante com a pessoa de Jesus Cristo em toda a sua plenitude e a resposta ao seu chamamento, deixando tudo para o seguir.
Adquire aqui particular importância a oração da “lectio divina” em perspectiva vocacional. A leitura frequente da Palavra de Deus, feita na oração, leva o orante a dispor a mente e o coração para reconhecer a Palavra que chama sem cessar. As “casas de oração” ou “casas da Palavra” são fundamentais para as vocações.

Incentivar a dimensão interpelativa da liturgia.

26. Torna-se necessário redescobrir a liturgia como lugar de encontro vocacional:
- Na celebração eucarística, exaltando o sentido da oferta espontânea, consciente, generosa e total de si mesmo, e a oblação da própria vida no desempenho dos diversos ministérios necessários para o serviço do Povo de Deus e da causa de Jesus. Neste aspecto há que prestar atenção aos acólitos. Eles “constituem um viveiro de vocações sacerdotais (15) ... se bem acompanhados.
- Na celebração dos vários sacramentos, especialmente do Crisma, aprofundando a dimensão vocacional da vida cristã e abrindo para a compreensão dos diversos ministérios indispensáveis à vida e à missão da comunidade cristã, bem como à participação voluntária e gratuita na comunidade humana (16);
- Na celebração do Matrimónio fazendo descobrir o matrimónio como vocação e a família como Igreja doméstica, mãe e geradora de vocações.

Redescobrir o acompanhamento espiritual pessoal.

27. Para cumprir a sua missão de guia de cada pessoa na descoberta da própria vocação, a acção vocacional deve empenhar-se na redescoberta da tradição do acompanhamento espiritual pessoal mediante o qual se visibiliza o acompanhamento do Mestre interior que é o Espírito, o grande animador de toda a vocação, Aquele que acompanha o caminho para que chegue à meta.
Este acompanhamento, não sendo exclusivo dos sacerdotes, exige do acompanhante dedicação de tempo e energias, mesmo que se tenham que relegar para segundo plano outras coisas consideradas boas e úteis, competência e entusiasmo para ajudarem as pessoas a seguir Cristo.

Viver a alegria da fidelidade à vocação.

28. A acção vocacional deve ajudar a viver fielmente aqueles que foram chamados a uma determinada vocação. Insere-se no dinamismo de uma autêntica pastoral de fidelidade à própria vocação, que tem por base a dimensão testemunhal da vocação como caminho de felicidade no serviço da Igreja.

Fomentar as experiências do voluntariado.

29. A acção vocacional deverá fomentar e apoiar as experiências do voluntariado como “pastoral do serviço” gratuito, especialmente aos mais pobres e necessitados, educando para o valor do sacrifício, da doação incondicional e gratuita, para o empenhamento desinteressado, para aceitar o convite a perder a vida. Deste modo, o voluntariado converter-se-á em caminho de compromissos progressivos que podem levar, de chamamento em chamamento, a decisões definitivas, até numa vocação de especial consagração.

Desafios à Pastoral Vocacional

Necessidade e urgência de uma estrutura global.

30. Falando especificamente das vocações ao sacerdócio e de especial consagração, João Paulo II propõe esta orientação fundamental para o novo milénio: “é necessário e urgente estruturar uma vasta e capilar pastoral das vocações, que envolva as paróquias, os centros educativos, as famílias, suscitando uma reflexão mais atenta sobre os valores essenciais da vida, cuja síntese decisiva está na resposta que cada um é convidado a dar ao chamamento de Deus, especialmente quando este pede a total doação de si mesmo e das próprias forças à causa do Reino” (17).
A recente Exortação Apostólica Ecclesia in Europa fala da vocação como missão de toda a Igreja ao serviço do Evangelho da esperança: “Servir o Evangelho da esperança com uma caridade que evangeliza é obrigação e responsabilidade de todos. De facto, seja qual for o carisma e o ministério de cada um, a caridade é a estrada mestra apontada a todos e que todos podem percorrer: é a estrada que toda a comunidade eclesial é chamada a percorrer seguindo as pegadas do seu Mestre” (18).

Nova cultura vocacional.

31. Promover uma cultura da vocação implica fomentar a cultura da vida e da abertura à vida, discernir o significado do viver e do morrer, incentivar a busca de sentido e o desejo da verdade, colocar as grandes perguntas que dão sentido pleno às pequenas respostas que provocam grandes decisões, como a opção pela fé. A penúria das “vocações específicas” tem a ver com a ausência de cultura da vocação, apoiada num modelo de homem sem vocação. Esta nova cultura vocacional, inerente a todo o crente e à comunidade cristã, abrange todo um conjunto de valores não muito emergentes na cultura actual: a gratidão, o acolhimento do mistério, a compreensão do homem como ser na sua finitude, a abertura ao transcendente, a disponibilidade em se deixar chamar pelos outros ou pelo Outro, a confiança em si próprio e no próximo, a liberdade de acolher responsavelmente o dom recebido.

“Salto de qualidade” na pastoral vocacional.

32. Este “salto de qualidade” significa a exigência de uma mudança radical, que tenta compreender a direcção que Deus está a imprimir à nossa história:
- a pastoral das vocações como expressão da maternidade da Igreja, aberta ao plano de Deus que nela gera vida; a promoção de todas as vocações;
- a coragem de apresentar a todos o anúncio e a proposta vocacional;
- a actividade vocacional marcada pela esperança cristã, que nasce da fé e se projecta na novidade e no futuro de Deus;
- a certeza de que em toda a pessoa há um dom de Deus à espera de ser descoberto;
- o objectivo da promoção vocacional como serviço à pessoa para que saiba discernir o projecto de Deus na sua vida para a edificação da comunidade;
- a certeza de que Deus continua a chamar em toda a Igreja e em todo o lugar;
- a educação vocacional inspirada no método do acompanhamento;
- o animador vocacional como educador para a fé e formador de vocações, numa acção mais conjunta;
- a coragem do inconformismo e do questionamento, na busca de um novo impulso criativo e testemunhal;
- a vocação como realização profunda da pessoa, na resposta ao chamamento especial de Deus.


IV – ESTRUTURAS PASTORAIS

33. A Igreja como comunidade de convocados deve manifestar em toda a sua acção vocacional a comunhão das diferentes vocações entre si e a preocupação por todas as vocações. Por isso, na direcção, na orientação e nas actividades de todos os organismos e estruturas, a nível paroquial, diocesano e nacional, deverão estar representadas, na sua pluralidade, as vocações e ministérios eclesiais.
Esta exigência não corresponde apenas a uma questão meramente organizativa, mas é manifestação e fruto do espírito novo que deve estar presente na pastoral vocacional da Igreja, que é o espírito de comunhão. “A crise vocacional é também crise de comunhão em promover e fazer crescer as vocações” (19). As vocações desenvolvem-se onde se vive um espírito autenticamente eclesial, numa Igreja como comunhão.

34. Dissemos que toda a acção pastoral tem uma dimensão vocacional. Nesse sentido, temos a tarefa de promover formas para que esse dinamismo vocacional se concretize nas nossas Igrejas particulares: “o Bispo há-de procurar que a pastoral juvenil e vocacional seja confiada a sacerdotes e outras pessoas capazes de transmitirem, com o entusiasmo e o exemplo da sua vida, o amor a Jesus. A sua missão será acompanhar os jovens, por meio duma relação pessoal de amizade e, se possível, de direcção espiritual, para ajudá-los a identificarem os sinais de vocação de Deus e a buscarem a força para lhe corresponder na graça dos sacramentos e na vida de oração, que é primariamente uma escuta de Deus que fala” (20).
Nas dioceses e paróquias, famílias e centros educativos, movimentos e institutos de vida consagrada, é urgente e necessário que todos se envolvam nas estruturas da pastoral das vocações de uma maneira empenhada e interpeladora.

35. A acção vocacional não se pode realizar de um modo ocasional, esporádico e fragmentado, mas de forma permanente, sistemática e programada. Para isto tem necessidade de estruturas e organismos que animem, coordenem e unifiquem as forças ao serviço de todas as vocações. Isto exige, nos diferentes níveis, uma equipa suficiente de pessoas plenamente disponíveis e dedicadas à realização destes programas.
Nesta perspectiva de pastoral vocacional aberta a toda a vocação, apontamos estruturas cuja acção vocacional procurará dar uma atenção particular às vocações sacerdotais e de especial consagração.
Além de procurarem gerar dinamismos de comunhão e de inserção da perspectiva vocacional em toda a pastoral da Igreja, os vários organismos e estruturas pastorais, já existentes ou a serem criados, deverão assumir com todo o coração: “a promoção de uma autêntica cultura vocacional na sociedade civil e eclesial, e a formação dos educadores-formadores vocacionais, verdadeiro elemento central e estratégico da actual pastoral vocacional” (21).

A nível paroquial

36. Reconhecendo que toda a acção vocacional é a “categoria unificadora da pastoral em geral”, o Conselho Pastoral Paroquial deve ser o lugar privilegiado do interesse pela Pastoral das Vocações nas paróquias.
Sinal de unidade e de comunhão e lugar onde brotam as preocupações, necessidades e esperanças da comunidade cristã, o Conselho Pastoral Paroquial deverá, na sua programação anual, prever e promover que toda a pastoral seja vocacional e, nomeadamente:
- sensibilizar para uma visão da comunidade paroquial como uma comunidade de ministérios;
- sensibilizar para a realidade das vocações, nomeadamente para as vocações de especial consagração;
- promover grupos de oração pelas vocações;
- promover momentos de formação sobre a Vocação;
- sensibilizar as famílias, os catequistas, os educadores, os movimentos, os agentes pastorais para a urgência da Pastoral Vocacional;
- criar uma equipa de animação vocacional;
- dinamizar, entre outras, a Semana Diocesana dos Seminários e a Semana de Oração pelas Vocações.

A nível diocesano

37. A presença activa de um Centro (Serviço, Secretariado, Obra, Departamento) Diocesano das Vocações tem como finalidade envolver toda a diocese no despertar das vocações e no seu acompanhamento, promovendo uma acção vocacional unificada, ao serviço da comunhão.
Sem absorver as funções dos outros organismos diocesanos, o Centro Diocesano das Vocações, deve a todos animar para que, no terreno que lhes é próprio, tomem em consideração a responsabilidade no campo das vocações.
Sob a orientação do Bispo Diocesano e com a presença dos representantes de todas as Vocações existentes na Diocese, este Centro (Serviço, Secretariado, Obra, Departamento) tem como funções:
- Ajudar a que a Pastoral Vocacional se insira nos vários sulcos da pastoral ordinária (vicarial e diocesana);
- Ser lugar de encontro de pessoas, instituições e associações, para que todos se comprometam na acção vocacional, respeitando os carismas e tarefas de cada um, nomeadamente as famílias, os movimentos, os institutos de vida consagrada, os institutos seculares, os educadores, os professores, etc.;
- Preparar e oferecer subsídios pastorais de utilidade comum;
- Promover a formação de educadores e animadores vocacionais.


A nível nacional

38. O Serviço Nacional das Vocações – que funcionará na dependência da Comissão Episcopal do Clero Seminário e Vocações - é o órgão privilegiado da pastoral vocacional na comunhão das Igrejas particulares. É um instrumento apropriado para a partilha, estudo, programação, animação e coordenação da pastoral comunitária de todas as vocações específicas ao serviço da Igreja.
A este Serviço correspondem os seguintes objectivos:
- Ser lugar de encontro, de intercâmbio e de comunhão com os Centros (Serviço, Secretariado, Obra, Departamento) Diocesanos das Vocações.
- Incentivar uma autêntica cultura vocacional na sociedade civil e eclesial, capaz de irradiar, com os meios e a linguagem mais adequados, a evangelização da vocação;
- Divulgar as linhas da pastoral vocacional definidas pela Conferência Episcopal;
- Preparar subsídios pastorais de utilidade comum;
- Formar os educadores e animadores das vocações;
- Colaborar com outros organismos nacionais e internacionais, associações, movimentos.



CONCLUSÃO

39. Vivemos um tempo de perplexidade e de esperança. No Espírito, somos interpelados a atitudes positivas de confiança. Deus não abandona o Seu Povo. Este será servido e a ele será anunciada a Boa Nova por instrumentos mediadores adaptados aos tempos. Os modos terão de ser diferentes; a atitude de chamamento e resposta não podem mudar, são algo de permanente. Deus escolhe e chama, o homem responde livremente a esse apelo.
O problema das vocações tem raízes profundas. As vocações específicas, sacerdotais e de especial consagração, precisam de um húmus apropriado. É preciso transformar a cultura, recuperar os valores, reencontrar o interesse pelas grandes questões da vida, retomar o sentido do mistério e do transcendente, ousar sonhar e ter ideais, cuidar da qualidade evangélica da vida cristã. É uma questão de vida da fé, que diz respeito a todos os cristãos.

40. Novas vocações surgirão na medida em que houver compromisso e testemunho da vocação baptismal, comunidades eclesiais entusiasmadas com a presença do Ressuscitado e capazes de anunciar o Evangelho transformador da esperança.
Na proposta vocacional, procurem as nossas comunidades eclesiais ser mais entusiastas e entusiasmadoras, mais alegres e vivas, menos tímidas e mais arrojadas, mais corajosas e encorajadoras, mais optimistas e portadoras de esperança.
É hora de chamar com a audácia dos verdadeiros apóstolos. Também aqui é imperioso “fazer-se ao largo” numa mentalidade nova e com iniciativas diferentes.
É fundamental suscitar e acompanhar vocações à maneira de Jesus: semear, acreditando que é Deus quem semeia; acompanhar, fazendo caminho com aquele que é chamado à vocação; descobrir que Jesus faz caminho com aquele que se vê chamado; falar com clareza e exigência, apelando ao testemunho da radicalidade e à imitação de Cristo sem reservas; ajudar a tomar decisões e a comprometer-se; ajudar a descobrir critérios de discernimento vocacional.

41. O futuro da fé cristã passa pelo cuidado das vocações. Face à cultura dominante e à carência de seminaristas e de aspirantes à vida religiosa, a pastoral das vocações tem um papel determinante em suscitar, acompanhar e ajudar a discernir o serviço dos ministros ordenados e dos consagrados, numa Igreja que deseja anunciar, celebrar e servir o Evangelho da esperança
A quantos têm dedicado o seu melhor entusiasmo a esta causa deixamos uma palavra de gratidão e apreço, certos de que o Senhor da messe os recompensará abundantemente.


42. Exortamos todos os fiéis, em particular os jovens, para que tenham o coração aberto ao chamamento do Senhor Jesus que convida a segui-lo, Ele que é Caminho, Verdade e Vida. Só Ele é sentido pleno para a vida. Que a procura de Deus na oração e a atenção aos sinais dos tempos sejam atitudes constantes que possibilitem o acolhimento dos apelos de Deus, como resposta à vocação e desafio à missão.
Exortamos todos os que aceitam o convite do Senhor a segui-Lo de maneira mais radical - presbíteros, diáconos e consagrados religiosos e seculares - a que vivam e actuem de forma coerente com a sua opção vocacional. Sejam testemunhas alegres e autênticas de Cristo Ressuscitado como única esperança para o mundo. Vivam em gratuidade total o amor e o serviço à causa do Reino.
Exortamos as famílias, os catequistas e os professores cristãos a que promovam uma autêntica cultura vocacional, ajudando os jovens a descobrir o projecto que Deus tem para cada um, cultivando a disponibilidade em fazer da vida um dom para a missão, motivando-os para o encontro pessoal com o Senhor. Encorajamos as famílias a viverem como verdadeiras “igrejas domésticas”, sendo espaços que possibilitem o surgir das diferentes vocações.


Que a Virgem Maria, a mulher orante que na escuta de Deus soube dizer sim, seja modelo de disponibilidade total para aqueles que aceitam o projecto de Deus e geradora de vocações ao serviço da Igreja para a vida do mundo.


Fátima, 22 de Abril de 2004.

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Notas
(1) JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (Roma 2001), nº 46.
(2) JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (Roma 2001), nº 46.
(3) Cf. JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Ecclesia in Europa (Roma 2003), nº 38.
(4) JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis (Roma 1992), nº 10.
(5) Cf. OBRA PONTIFÍCIA PARA AS VOCAÇÕES ECLESIÁSTICAS, Novas Vocações para uma Nova Europa (In verbo tuo…). Documento final do Congresso sobre Vocações para o Sacerdócio e a Vida Consagrada na Europa, Roma, 5-10 de Maio de 1997 (Roma 1998) [NVNE], nº 13.
(6) JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (Roma 2001), nº 42.
(7) JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis (Roma 1992), nº 22.
(8)Cf. OBRA PONTIFÍCIA PARA AS VOCAÇÕES ECLESIÁSTICAS, NVNE, nº 26.
(9) JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (Roma 2001), nº 43.
(10) JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis (Roma 1992), nº 33.
(11) OBRA PONTIFÍCIA PARA AS VOCAÇÕES ECLESIÁSTICAS, NVNE, nº 19.
(12) JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Ecclesia in Europa (Roma 2003), nº 40.
(13) JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Ecclesia in Europa (Roma 2003), nº 40.
(14) CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Bases para a Pastoral Juvenil (Fátima 2002), nº 18.
(15) Cf. Carta do Santo Padre João Paulo II aos sacerdotes por ocasião de Quinta-feira Santa de 2004, nº 6.
(16) Cf. CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Bases para a Pastoral Juvenil (Fátima 2002), nº 19.
(17)JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (Roma 2001), nº 46.
(18) JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Ecclesia in Europa (Roma 2003), nº 33.
(19) OBRA PONTIFÍCIA PARA AS VOCAÇÕES ECLESIÁSTICAS, NVNE, nº 29.
(20) JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Pastores Gregis (Roma 2003), nº 54.
(21) OBRA PONTIFÍCIA PARA AS VOCAÇÕES ECLESIÁSTICAS, NVNE, nº 29.

Fonte Ecclesia

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