paroquias.org
 

Notícias






XVI Jornadas Teológicas
2004-04-20 21:49:10

Iniciaram, ontem, a XVI edição das Jornadas Teológicas subordinadas ao tema Europa: missão (im)possível?

A semana abriu com o discurso do director da revista Cenáculo, Francisco Medeiros que apresentou as inquietações que suscitaram a temática destas jornadas.
De seguida, Tiago Moreira fez uma breve apresentação do
conferencista salientando a rica formação histórica do mesmo.
Tomando a palavra, o Doutor José Carlos de Miranda esquematizou a apresentação em três pontos principais que dizem o tema da conferência: a utopia, a Europa e a identidade. Sobre a utopia afirmou esta é sempre aquilo
que move uma acção na medida em que é possibilidade do futuro, do novo. No entanto, mais que utopia da identidade ou unidade europeia o orador preferiu
usar a expressão que diz o passado europeu a saber o "paraíso perdido" com "mito propulsor do aperfeiçoamento social e político representado no actual
projecto da EU".

Sobre a expressão Europa referiu que esta descende e funda-se em diversos aspectos que devem ser tidos em conta: "a mitologia, a geografia, as alianças político-militares, a etnologia, e acima de tudo a religião como factor preponderante". Salientou a brevidade da consciência colectiva europeia dadas as cisões religiosas (cisma do oriente e reforma protestante) que nela aconteceram.

Sobre a questão da identidade começou por dizer que se funda na consciência pois esta é "aquilo que faz com que uma coisa seja ela mesma". Os diversos
componentes da identidade colectiva não são entraves a unidade porque pluralidade não é sinónimo de desunião. As raízes europeias apesar de plurais e diferentes não são por isso, da mesma forma, entraves a "uma consciência comum dos europeus que tem que ser alimentada por uma memória comum".

A história da Europa só comprova que a unidade dela é possível. Se a unidade é possível a identidade também o é, e por isso deixa de ser uma utopia para
se tornar a "saudade do paraíso perdido". Tirar o factor cristão à Europa, concluiu o orador com ironia, é como tirar o betão armado à ponte da Arrábida. A Europa não pode, desta forma, ser pensada e tematizada sem o
contributo do cristianismo com tudo o que ele implica.

As jornadas prosseguem hoje com o tema "Da Europa económica à Europa cultural" com o Professor Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes, na Faculdade de Teologia pelas 21h30m.


voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia