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Papa pede aos cristãos de todo o mundo que encontrem uma data comum para celebrar a Páscoa
2004-04-12 19:36:31

João Paulo II propôs este Domingo aos cristãos de todo o mundo que procurem um consenso, em termos de data, para que todos, do Oriente e do Ocidente, possam celebrar a Páscoa no mesmo dia.
Aproveitando que neste ano “por uma feliz coincidência”, a ressurreição de Jesus foi celebrada ontem pelos calendários gregoriano (ocidental) e o juliano (oriental), o Papa lançou de novo esta sugestão, que já tinha avançado há anos.


Depois de ter dado a bênção “Urbi et Orbi” (à cidade de Roma e ao mundo), e de ter pronunciado sua Mensagem de Páscoa e sua felicitação em 62 idiomas, João Paulo II dirigiu uma saudação em particular aos patriarcas, bispos e fiéis das Igrejas orientais, em boa parte ortodoxos.
"Rezo ao Senhor ressuscitado que todos nós, os baptizados, possamos em breve celebrar juntos estas festividades fundamentais para a nossa fé", disse.
A Páscoa é a primeira festa cristã em importância e antiguidade, pelo que não admira que já no Concílio de Niceia no ano 325, haja prescrições sobre o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa, conforme os cálculos astronómicos (primeiro Domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da primavera): de 22 de Março a 25 de Abril.
Estas datas têm como referência, entre nós, o chamado “calendário gregoriano”, introduzido em 1582 pelo Papa Gregório XIII. Contudo, as Igrejas de rito Bizantino, para a celebração da Páscoa, seguem até hoje o “calendário juliano”, que apresenta um atraso de 13 dias em relação ao nosso calendário civil.
O chefe da Igreja Ortodoxa romena, o patriarca Teoctist, declarou na sua mensagem de Páscoa que não podia haver "maior dádiva do que a celebração da Páscoa na mesma altura".
Em Istambul, Turquia, o Patriarca Ortodoxo Bartolomeu I também festejou com alegria a "feliz coincidência que uniu Oriente e Ocidente".

AS IGREJAS PARTICULARES E OS RITOS
O Concílio Vaticano II explica no Decreto Orientalium Ecclesiarum (sobre as Igrejas do Oriente) que tanto no Oriente como no Ocidente há católicos que, “sob o governo pastoral do Romano Pontífice, que sucede por instituição divina a São Pedro no primado sobre a Igreja Universal”, têm diferenças entre si nos seus ritos: “Liturgia, disciplina eclesiástica e património espiritual.”
Esta diversidade de ritos, diz o mesmo documento, “não só não prejudica a unidade da Igreja Católica como a explicita”. O rito bizantino, portanto, não significa uma separação de Roma, mas traz consigo uma riqueza espiritual que ajuda compreender e concretizar a universalidade da Igreja.

CALENDÁRIO JULIANO
É um calendário solar criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César para trazer os meses romanos a seu lugar habitual em relação às estações do ano, confusão gerada pela adopção de um calendário de inspiração lunissolar. César impõe 12 meses com duração predeterminada e a adopção de um ano bissexto a cada 4 anos.
No ano da mudança, para fazer a concordância entre o ano civil e o ano solar, ele inclui no calendário mais dois meses de 33 e 34 dias, respectivamente, entre novembro e dezembro, além do 13º mês, o mercedonius, de 23 dias. O ano fica com 445 dias distribuídos em 15 meses e é chamado de ano da confusão.
Esse calendário começa a ser substituído pelo calendário gregoriano a partir do século XVI - a Rússia e a Grécia só fazem a mudança no século XX.
No seu apêndice, a Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium (sobre a Liturgia) do Concílio Vaticano II já mostrava a disponibilidade para poder encontrar um acordo, com as Igrejas separadas de Roma, sobre uma data comum para a celebração da Páscoa.

Fonte Ecclesia

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