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Urgência do Ecumenismo Reúne em Hamburgo 60 Mil Jovens de Toda a Europa
2003-12-28 11:19:26

Pelo menos 60 mil jovens de toda a Europa começam a chegar hoje a Hamburgo (Alemanha), para o encontro europeu promovido pela comunidade de Taizé (França), que reúne monges católicos e de diversas confissões protestantes.

O ecumenismo e o diálogo entre diferentes confissões cristãs serão um dos temas no centro dos debates, a par de questões como a paz e a segurança, o desenvolvimento e a luta contra a pobreza.

Num texto que será debatido pelos participantes durante estes dias (o encontro começa amanhã, 29, e decorre até 2 de Janeiro), o irmão Roger, fundador e prior da comunidade, escreve que a reconciliação entre os cristãos "pode apoiar a indispensável busca da paz no mundo".

A urgência de intensificar o diálogo ecuménico é reafirmada no documento: "Na longa história dos cristãos, houve multidões que um dia se viram separadas, por vezes sem saberem porquê. Hoje, é essencial tudo fazer para que o maior número possível de cristãos, que muitas vezes não têm culpa das separações, possa descobrir que está novamente em comunhão."

Na sua carta aos jovens, intitulada "Até às fontes da alegria", o irmão Roger cita ainda o patriarca ortodoxo de Antioquia, Inácio IV, numa mensagem enviada de Damasco, retratando os actuais desafios do diálogo entre as diferentes igrejas cristãs: "Precisamos urgentemente de iniciativas proféticas que façam sair o ecumenismo dos meandros nos quais eu temo que ele se esteja a envolver." As igrejas devem converter-se "pelo perdão recíproco" e "privilegiar a linguagem da comunhão à linguagem da jurisdição", acrescenta Inácio IV, líder dos ortodoxos sírios.

Durante os dias do encontro, os participantes são alojados em famílias de Hamburgo e dos arredores e convidados a participar em debates, tempos de oração e "workshops". De manhã, nas mais de 300 paróquias católicas e protestantes da cidade, o objecto de reflexão será a carta do irmão Roger ou o testemunho de pessoas e instituições envolvidas em iniciativas locais de promoção do desenvolvimento ou da paz.

À tarde, vários convidados de diferentes países animarão debates sobre temas como a paz e a segurança, o desenvolvimento e a luta contra a pobreza, a solidariedade com os que sofrem, a felicidade e a ciência, ou o ecumenismo. Duas vezes por dia, às 13h00 e às 19h00, decorre uma oração colectiva no grande Parque de Feiras Internacionais de Hamburgo, o Messehallen.

O acolhimento das famílias locais é uma das dimensões importantes do encontro. Seis bispos, católicos e protestantes, da região onde se situa Hamburgo, escreveram uma carta dirigida aos habitantes, encorajando as pessoas a receber os milhares de jovens provenientes de toda a Europa - incluindo algumas centenas de portugueses - que chegarão em voos e comboios especiais, além de 600 autocarros. Numa outra carta, o bispo católico de Hamburgo, Werner Thissen, afirma: "A experiência de que perante Deus estamos unidos, para além das fronteiras que ainda nos separam, pode levar à alegria."

A comunidade de Taizé nasceu em 1940, quando o então pastor calvinista Roger Schutz se refugiou na pequena aldeia de Taizé, na Bretanha francesa, e ali começou a acolher refugiados que fugiam à ocupação nazi. No final da II Guerra Mundial, alguns católicos e protestantes juntaram-se e criaram a nova comunidade monástica - a primeira experiência do género desde a Reforma de Lutero.

O encontro de Hamburgo insere-se no que os monges de Taizé chamam "peregrinação de confiança na Terra". As últimas iniciativas do género realizaram-se em Varsóvia (1999), Barcelona (2000), Budapeste (2001) e Paris, no ano passado. Quer os encontros europeus do fim do ano, quer a dinâmica de todo o ano em Taizé pretendem levar os jovens - que acorrem anualmente à aldeia, aos milhares - a viver o cristianismo de formas renovadas. "Cristo é comunhão. Não veio à terra para criar mais uma religião, mas para oferecer a todos uma comunhão. Os seus discípulos são chamados a ser humilde fermento de confiança e de paz no seio da humanidade", escreve o irmão Roger na sua carta sobre a alegria.

Fonte Público

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