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Papa beatifica 233 espanhóis
2001-03-12 21:55:01

O Papa João Paulo II beatifica hoje, na basílica de São Pedro, em Roma, 233 espanhóis (religiosos e leigos), mortos em território republicano durante a Guerra Civil de Espanha (1936-1939) e que a Igreja Católica considera "mártires".

Deverão assistir ao acto cerca de 25 mil fiéis espanhóis e uma representação do Partido Popular, chefiada por Jaume Matas, ministro do Meio Ambiente, que também representará o Governo chefiado por José Maria Aznar. De destacar também a representação das autoridades da Comunidade Valenciana, devido ao facto de 226 dos referidos beatos serem valencianos ou terem morrido nessa região.
Desde o início do seu pontificado (incluindo a cerimónia de hoje), João Paulo II elevou para 471 o número de beatos espanhóis, num total de 1227 de vários países.
Muitos dos processos de beatificação destes "mártires" começaram há 50 anos, mas estiveram suspensos durante os pontificados de João XXIII e Paulo VI, para não reabrirem feridas em Espanha. Estes papas consideravam exagerado o número de causas, que só poderiam ser explicadas se tantas pessoas tivessem sido vítimas de uma "cruzada", ideia que não corresponde ao que foi a Guerra Civil, nem mesmo à reconhecida perseguição dos católicos na zona republicana. Todavia, João Paulo II reavivou o processo e assumiu a "causa" dos que defendem que, durante a Guerra Civil, houve um "holocausto sem precedentes do clero e dos católicos".
A reabertura dos processos, há uma dúzia de anos, causou mal-estar sociopolítico em vários sectores, em Espanha, na medida em que se desejava ver ultrapassada, na sociedade, a problemática e os confrontos derivados da Guerra Civil. Hoje, apesar de um discreto entusiasmo dos defensores da "causa", a decisão de João Paulo II e a cerimónia de hoje são observados com generalizada indiferença, pois, ninguém parece interessado em reabrir velhas feridas ou susceptibilidades.

Fonte JN

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