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Papa Lamenta "Imparável Espiral da Violência" Entre Povos
2001-03-10 21:50:10

O Papa João Paulo II lamenta a "imparável espiral de violência" que parece existir entre muitos povos. Na sua mensagem para a Quaresma (o tempo litúrgico que antecede a Páscoa), o líder da Igreja Católica escreve: "Assistimos, por vezes, com doloroso sentimento de impotência, ao renascer de conflitos que julgávamos definitivamente superados - tendo-se a impressão de que alguns povos vivem prisioneiros de uma imparável espiral de violência, que continuará a fazer vítimas e mais vítimas, sem uma perspectiva concreta de solução."


Na mensagem, subordinada ao tema "O amor não guarda ressentimento" (segundo uma citação da Carta aos Coríntios), o Papa Wojtyla admite alguma responsabilidade religiosa nestas guerras: "Os numerosos e trágicos conflitos que afectam a sociedade, causados talvez por mal-entendidas questões religiosas, cavaram entre os povos profundos fossos de ódio e de violência." Frequentemente, isto verificou-se "entre grupos e parcelas de uma mesma nação" e os votos de paz que são feitos em todo o mundo acabam por ser "ineficazes".

Perante este "inquietante cenário", João Paulo II pensa que "os cristãos não podem ficar indiferentes". Essa é a razão, recorda, para o pedido de perdão que, durante o ano do Jubileu (que assinalou os 2000 anos do nascimento de Cristo e se concluiu há dois meses), o próprio Papa tenha feito eco "do pedido de perdão por parte da Igreja" pelos pecados que esta cometeu ao longo da História. "Temos a consciência de que, infelizmente, as culpas dos cristãos ofuscaram o rosto imaculado, mas, confiando no amor misericordioso de Deus, que não tem em conta o mal ao ver o arrependimento, sabemos também que podemos continuamente, cheios de esperança, retomar o caminho."

Para o Papa, "o único caminho da paz é o perdão" e só este pode romper o círculo: "Aceitar e oferecer o perdão torna possível uma nova qualidade das relações humanas entre os homens, interrompe a espiral de ódio e de vingança e rompe as cadeias do mal que apertam o coração dos contrincantes." O mesmo desafio diz respeito a indivíduos, comunidades, povos e a toda a humanidade, acrescenta o Papa no seu texto.

João Paulo II acrescenta mesmo uma dimensão política à atitude do perdão: "No nosso tempo, o perdão aparece principalmente como dimensão necessária para uma autêntica renovação social e para a consolidação da paz no mundo." E o perdão aos inimigos é anunciado pela Igreja na consciência de que está a introduzir no "património espiritual de toda a humanidade uma nova forma de relacionamento com os outros, uma forma por certo custosa, mas rica em esperança".

Na mesma linha, João Paulo II insiste na importância da atitude de reconciliação. "Reconciliar-se pode ser problemático quando na origem está uma culpa pessoal. Se, porém, a culpa é de outro, reconciliar-se pode até ser visto como uma humilhação irracional." Para dar esse passo, é necessária a "coragem da humilde obediência ao mandato de Jesus". E para os crentes vem de novo o apelo, invocando o exemplo de Jesus: "O cristão deve fazer as pazes mesmo quando se sinta vítima daquele que o ofendeu e feriu injustamente."

Fonte Público

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