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A Igreja Católica não mudará posição sobre o sacerdócio por pressão social
2003-12-09 21:46:36

O Cardeal Patriarca de Lisboa assegurou que a Igreja Católica não alterará a sua posição em matérias mais polémicas ao ritmo da mutação cultural e sociológica.

Na sua última carta para os “Diálogos sobre a Fé”, publicada Domingo no DN, D. José Policarpo falou sobre a exclusão das mulheres do ministério sacerdotal, do celibato dos sacerdotes e da ética sexual da Igreja para vincar que quaisquer mudanças nestas matérias devem nascer “da Igreja toda, conduzida pelo Espírito”.
Assumindo o desafio lançado por Eduardo Prado Coelho, D. José diz que em relação à exclusão das mulheres do ministério sacerdotal, o caminho que se está a fazer não é o mais correcto: “a maneira como este problema tem sido colocado, com sabor a reivindicação feminista, não é o bom caminho para o colocar.
“O ministério sacerdotal é um dom que ninguém deve reivindicar”, explica.
A hipótese de a Igreja vir a chamar mulheres para este ministério teria de brotar, segundo o Patriarca, “de uma maturação da Igreja toda”, assumindo que uma decisão precipitada nesse campo traria à Igreja, como um todo, “tensões tais que seriam causa de divisão.”
Em relação ao o celibato obrigatório para os sacerdotes D. José Policarpo vinca que “esta é uma opção que, na sua génese, tem a marca do eterno e definitivo”, pelo que a Igreja procura ajudar a todos os que fizeram essa escolha e permaneceram-lhe fiéis, analisando muito prudentemente as motivações que podem aconselhar uma mudança de rumo.
“Esta opção a Igreja poderá mudá-la, quando, conduzida pelo Espírito, o achar necessário e conveniente”, refere.
Um último ponto foi a análise a questões concretas que giram à volta “da sexualidade humana e do possível divórcio entre o ensinamento da Igreja e a prática generalizada dos homens e mulheres do nosso tempo.”
Nestas passagens o Patriarca dá particular relevo ao conceito de “ternura” e afirma que “a Igreja não é contra a sexualidade, mas sabe que ela não tem sentido sem a ternura e que uma e outra são flores que rapidamente murcham.”
D. José Policarpo destaca o ministério de João Paulo II neste campo, resumindo-o na “coragem de ser fiel, a tempo e a contratempo, à exigência do Evangelho.”
“Elogiamo-lhe a coragem com que se opôs à Guerra no Iraque ou com que denuncia as injustiças do nosso mundo e esperávamos que fosse tolerante para com a permissividade sexual, que nega a crianças o direito de nascer, que magoa a inocência no crime da pedofilia, que torna milhões de mulheres infelizes, porque violentadas, exploradas e mal amadas, que mata nos corações jovens a beleza e a ternura do primeiro amor?”, critica o Cardeal Patriarca.

Fonte Ecclesia

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