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60 anos do nascimento do Movimento dos Focolares
2003-12-09 21:29:12

Chiara Lubich – 60 anos depois do 7 de Dezembro de 1943
No próximo dia 7 de Dezembro celebram-se os sessenta anos do nascimento do Movimento dos Focolares (www.focolare.org).

Foi nesse dia que, em Trento, Chiara Lubich, disse o seu “sim”a Deus para sempre. Tinha 23 anos, estava sozinha e não pensava que iria nascer alguma coisa a partir desse seu passo decisivo. Não imaginava a fecundidade que iria ter este seu “matrimónio” com Deus. Ali teve inicio o Movimento dos Focolares. Da experiência de Evangelho vivido no quotidiano nasceu a espiritualidade da unidade que originou uma renovação espiritual e social em mais de 12 milhões de pessoas de todas as idades, raças e culturas, em 182 nações.


Chiara recorda desta forma o dia 7 de Dezembro de 1943:

“Levantei-me pelas cinco da manhã. Vesti o melhor vestido que tinha – era pobre – e, atravessando a cidade, dirigi-me a um pequeno colégio. Desencadeou-se uma tal tempestade que tive que empurrar o guarda-chuva contra o vento para poder andar. Tudo isto tinha um significado: parecia-me que a acção que estava para fazer iria encontrar obstáculos. Ao chegar ao colégio, mudou o cenário: um enorme portão abriu-se sozinho. Senti-me confortada e bem recebida, como se pelos braços abertos daquele Deus que me esperava. A igrejinha estava muito bem decorada. No fundo sobressaía uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Diante do altar, do outro lado da balaustrada, tinham preparado um genuflexório. Antes da comunhão, num momento, percebi aquilo que estava para fazer. Lembro-me que o sentimento foi tão forte que me caiu uma lágrima em cima do missal. Depois, senti uma alegria secreta. Era o meu casamento. Deus era o meu esposo. Lembro-me que voltei para casa a correr. Parei só para comprar três cravos vermelhos para o crucifixo que tinha no quarto. Iriam representar um sinal da festa comum. Deus era o meu esposo. Dele podia esperar tudo”.

E hoje, a 60 anos de distância, Chiara escreve:

“Qual é o meu estado de alma? O que sinto nesta circunstância especial?
Sinto uma onda de comoção ao pensar, ainda que por um instante, em tudo aquilo que existe agora diante de mim: um povo novo nascido do Evangelho, espalhado por toda a terra, uma obra imensa que nenhuma força humana poderia fazer nascer. De facto, é «obra de Deus», para a qual eu fui a primeira pessoa escolhida para ser instrumento sempre «inútil e infiel».
E dentro de mim ressoa um hino de reconhecimento a Deus por tudo aquilo que, juntamente com as minhas irmãs e irmãos, pude ver, experimentar, construir, trazer até ao ponto em que hoje se encontra, com a sua ajuda.
Um profundo e sentido obrigado por tudo, meu Deus!
Obrigado, sobretudo por me teres feito nascer na tua Igreja, filha de Deus;
por me teres alimentado dia após dia com a Eucaristia;
por teres constelado a minha vida, desde pequena, de sinais reveladores do carisma divino que colocaste em mim, para que o desse a todos;
por me teres feito experimentar as verdades do Evangelho e as suas promessas que sempre se realizam;
por me teres dado a alegria do «cêntuplo» em todos os sentidos;
por me teres revelado o segredo da unidade no teu Filho crucificado e abandonado;
por teres permitido sofrimentos portadores de uma união mais profunda contigo;
por me teres dado uma novíssima espiritualidade, pessoal e comunitária, tão actual;
por nos teres aberto, a mim e a todos os membros, a toda a humanidade, aos outros cristãos, aos fiéis de outras religiões, às pessoas que ainda não são tuas, mas que são pessoas de boa vontade;
pelo amor paternal dos teus Vigários na terra, especialmente Paulo VI e João Paulo II, e pelas suas contínuas bênçãos sobre a nossa Obra;
por me teres abençoado com uma longa vida;
por me teres perdoado os pecados.
Obrigado por me teres feito, na minha específica missão, colaborar com a Igreja na actuação do Testamento do teu Filho: “Que todos sejam um” e ajudar a formar fragmentos de fraternidade universal.
Obrigado, obrigado. Louvor e glória a Ti.

Chiara Lubich

Fonte Ecclesia

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