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Sinos à Porta da Basílica da Estrela São Atracção Turística para Os Lisboetas
2003-11-30 16:52:29

A remoção para reparação dos sinos da Basílica da Estrela, a decorrer desde quarta-feira, está a tornar-se numa verdadeira atracção turística para quem passa à porta do monumento lisboeta e um alvo apetecível para máquinas fotográficas.

Turistas, moradores da zona, jovens e crianças que saem da escola ou pessoas à espera do autocarro dirigem-se para o pátio da basílica para ver, tocar ou tirar fotografias aos grandes sinos que estão provisoriamente pousados à porta da Igreja, à espera de serem levados para restauro numa empresa de Braga.

Ao todo são 12 sinos, que pesam entre 400 e 4000 quilogramas, que vão ser retirados até sábado para serem pintados, reparados, limpos e estudados na Serafim da Silva Jerónimo e Filhos, uma fundição que labora há 72 anos, explicou à Lusa um responsável da empresa.

Quinta-feira foram arreados os três sinos da Torre Nascente da Basílica, incluindo o maior dos 12, que pesa quatro toneladas e tem a altura de um adulto, e começaram-se a montar os mecanismos para retirar os nove instrumentos da Torre Poente, trabalho que ficará concluído sábado.

Para trazer os sinos até ao solo foi montado um sistema de roldanas e de carris para os fazer deslizar, um a um, até ao parapeito da torre e depois serem arreados com o auxílio de uma grua.

Já no chão, os sinos são pousados em cima de tiras de madeira onde vão ficar até sábado à tarde, altura em que vão ser transportados num camião de 12 metros para Braga.

Até lá vão continuar a ser uma atracção turística, uma vez que, como estão ao nível do chão, podem ser muito mais apreciados do que no cimo das torres.

"Os sinos têm sido muito votados ao esquecimento porque estão longe. Uma pessoa olha e vê apenas uma coisa verde e ferrugenta", comentou Carlos Jerónimo, da fundição que vai realizar o restauro.

Os sinos da Basílica da Estrela datam de 1788, são feitos de bronze, suportados por cabeçalhos de madeira e ferro, e escondem, por baixo da cor "verde" característica da oxidação e do desgaste, uma série de escritos em latim, pequenas esculturas e até a assinatura do autor e a data de realização do sino.

"José Dominguez da Costa o fez em 1788", pode ler-se na base de um sino, e até se conseguem ver as mossas que o badalo fez ao longo dos 215 anos.

O passar dos anos, as agressões atmosféricas, a proximidade do mar e do rio, a pressão e vibração que o badalo exerce desgastaram a aparência dos sinos e cabeçalhos, que se encontram muito oxidados e sujos.

Durante os dez meses que vai demorar o restauro, a fundição de Braga vai limpar os sinos e reparar os badalos, recuperar os cabeçalhos, alterando as madeiras danificadas e substituindo o ferro por inox, que, segundo Carlos Jerónimo, dura muito mais tempo que o ferro.

Vai ainda ser feito o levantamento escrito e fotográfico das inscrições, caracteres e esculturas que adornam os sinos e ser criado um sistema eléctrico para accionar os instrumentos da torre poente, que poderão depois tocar melodias de um conjunto de músicas previamente seleccionado pelo pároco da Igreja.

Dos nove sinos da Torre Poente, oito vão ser afinados e vai ser construída uma réplica exacta do nono sino, para substituir o único que se encontra fracturado.

A reparação, a cargo do Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território, vai custar cerca de 250 mil euros.

Até Setembro de 2004 a Basílica da Estrela não vai ter sinos para tocar mas, em contrapartida, até sábado podem ser vistos ao perto e tocados como nunca mais vão poder ser depois de regressarem ao cimo das torres.

Fonte Público

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