paroquias.org
 

Notícias






Quantos crentes vão à missa?
2001-03-04 15:32:53

A Igreja Católica pretende saber, no próximo domingo, quantos são os seus fiéis mais fiéis, ou seja, vai contabilizar os que, para além de se afirmarem cristãos, vão também à missa.

É a terceira vez que um recenseamento da prática dominical se realiza em Portugal na era pós-democrática. E as expectativas são grandes, tendo em conta que as duas últimas contagens revelaram um decréscimo no número de praticantes.

O primeiro recenseamento nacional realizou-se em 1977. À data, a contagem decorreu em 11 641 missas, envolvendo 7781 lugares de cultos. Concluiu-se, então, que 29 por cento da população portuguesa, o que correspondeu a 2 434 000 praticantes, ia à missa todos os domingos.

O segundo, em 1991, realizado a par do recenseamento geral da população, foi em Março de 1991. A contagem desencadeou-se em 11 949 missas, celebradas em 8090 lugares de culto. Concluiu-se dessa vez que, de 29 por cento, em 1977, a percentagem de praticantes caiu para 26 por cento, embora neste último recenseamento o número de missas e de igrejas envolvidas tenha sido superior. Em números reais, contaram-se 2 254 000 praticantes.

Neste terceiro recenseamento, tal como nos anteriores, serão recolhidas informações acerca do sexo e da idade de cada pessoa com mais de sete anos, ficando também registado se costuma comungar. A comparação com os dados de 1977 e 1991 será fundamental para se perceber a tendência de fidelização à Igreja Católica em Portugal.

O recenseamento poderá revelar uma continuidade no decréscimo, acentuando-se, assim, a tendência que vem desde 1977. "Admite-se que possa haver uma ligeira quebra", disse ao DN Marinho Antunes, director do Centro de Estudos Sociopastorais da Universidade Católica, instituição que vai apoiar tecnicamente o recenseamento, embora toda a logística seja da responsabilidade directa da Conferência Episcopal Portuguesa.

Para Marinho Antunes, são vários os pormenores que sublinham a importância deste escrutínio. Desde logo, conforme explicou, ficar-se-á com uma noção sobre a insidência da desertificação do interior do País na prática religiosa. Simultaneamente, surgirão novos dados acerca da frequência do culto católico nas cidades, que, ao que parece, aumenta acentuadamente. Este é um dado de particular interesse, na medida em que está ainda por estudar o contributo dos novos movimentos católicos para o crescimento da prática dominical nas zonas urbanas, locais onde esses grupos preferencialmente têm sede.

Será também interessante analisar-se a oscilação entre o Norte o Sul. Em 1977 verificou-se que a prática era superior a norte. Mas em 1991 os dados indicavam que o Sul, onde os partidos políticos de esquerda têm uma particular implantação, apresentava um aumento na participação nos cultos, com uma tendência contrária a norte.

A mobilização é um outro fenómeno que naturalmente será objecto de análise. De facto, no ano 2000 deslocaram-se ao santuário de Fátima cerca de quatro milhões de crentes, ao longo de todo o ano. Conforme referiu Marinho Antunes, hoje é muito mais fácil pegar-se no carro e ir à missa a um local que permita a conciliação com o passeio de domingo. Claro que estes casos específicos serão objecto de um tratamento especial, caso contrário a diocese de Leiria-Fátima poderia apresentar um número de crentes muito acima da média.

Não menos importante é o facto de se efectuar um recenseamento logo após o Jubileu do Ano 2000. Será que o Ano Santo deu os frutos esperados?

Fonte DN

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia