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25 anos a testemunhar Cristo
2003-10-16 23:22:27

Foi numa Praça de São Pedro completamente repleta que João Paulo II comemorou hoje, com uma missa solene, os seus 25 anos de Pontificado. E foi com esses fiéis que o Papa, fragilizado pela doença, desfiou o rosários das memórias que o marcaram desde o dia 16 de Outubro de 1978.

Lendo apenas parte da sua homilia com algumas dificuldades e várias paragens para retomar o fôlego, sempre sublinhadas pelos aplausos da multidão presente, o Papa pareceu retomar vigor quando relatou a sua aceitação do cargo.
“Há vinte e cinco anos senti de maneira particular a misericórdia divina, quando Cristo me disse apascenta o meu rebanho, como a Pedro. Seria possível, humanamente, não tremer? Como poderia deixar de pesar-me uma responsabilidade tão grande?”, lembrou o Papa.
João Paulo II abandonou a leitura da homilia pouco depois, como tem sido habitual nos últimos tempos.
“Desde o primeiro dia não me cansei de exortar: ‘Não tenhais medo de acolher Cristo e aceitar a sua potestade’. Hoje repito com força: ‘Abri, escancarai as portas a Cristo’, deixai-vos guiar pelo seu amor”, referia a homilia.
O texto de reflexão pessoal sobre o Pontificado sublinhava que desde o seu início a vontade do Papa foi “que os meus pensamentos, orações e acções têm sido animados por um único desejo, testemunhar que Cristo está presente e age na sua Igreja”.
A homilia escrita agradeceu a ajuda de todos os que “responderam e continuam a responder” ao pedido de ajuda que o Papa deixou no início do Pontificado.
“Peço de novo que ajudeis o Papa e os que querem servir a Cristo, o homem e a humanidade inteira”, referia.

ORAÇÃO DO PAPA
João Paulo II retomou a leitura do texto para dirigir uma oração de súplica em forma de poesia:
“A Ti, Senhor Jesus Cristo,
único Pastor da Igreja,
ofereço os frutos deste vinte e cinco anos de ministérios,
ao serviço do povo que me foi confiado.
Perdoa o mal feito e multiplica o bem:
Tudo é obra tua e só a ti é devida a glória.
Com plena confiança na tua misericórdia,
Apresento-te, hoje outra vez, os que há muitos anos
Confiaste ao meu cuidado pastoral.
Conserva-as no amor, reúne-as no teu redil,
Leva as mais fracas aos ombros,
Sara as feridas e toma conta das fortes.
Tu, o seu Pastor, para que não se dispersem-
Protege a Igreja dilecta que está em Roma
E as Igrejas do mundo inteiro.
Enche com a luz e a força do teu Espírito
Quantos colocaste à frente do rebanho:
Possam cumprir a sua missão
De guias, mestres e santificadores,
Na esperança da tua vinda glorioso.
Renovo, pelas mãos de Maria, mãe amada,
O dom de mim próprio, do presente e do futuro:
Tudo se cumpra segundo a tua vontade.
Pastor supremo, fica no meio de nós,
Para que possamos continuar seguros, contigo,
Em direcção à casa do Pai. Amen!”

As saudações pessoais do Papa, no final da cerimónia, dirigiam-se a todas as pessoas que “acompanham o meu ministério quotidiano com as orações e a oferta do seu sofrimento”.
Numa intervenção em várias línguas, João Paulo II agradeceu aos fiéis “a presença calorosa, a afeição pelo Sucessor de Pedro, a compreensão e a adesão aos ensinamentos da Sé Apostólica e o apoio às obras de caridade do Papa (frase em português)”

PARABÉNS, SANTO PADRE
No início desta cerimónia o Cardeal Ratzinger recordou os momentos vividos há exactamente 25 anos, assegurando que desde o primeiro discurso o Papa conquistou “os corações das pessoas que o viam e ouviam em todo o mundo”.
“Disse na altura que vinha de um país longínquo, mas rapidamente nos apercebemos de que a Fé em Jesus que transpirava das suas palavras e da sua pessoa superava todas as distâncias”, afirmou o decano dos cardeais.
Resumindo a acção de João Paulo II nestes anos, o cardeal Ratzinger destaca que “anunciou a vontade de Deus sem medo, mesmo se parecia estar em desacordo com aquilo que querem e pensam os homens”, reconhecendo que além da gratidão e do amor, o Papa recebeu também críticas e injúrias.
“Hoje toda a Igreja agradece estes 25 anos de serviço, bem como muitos irmãos e irmãs não-católicos, homens de boa vontade de outras religiões e convicções”, concluiu.

Fonte Ecclesia

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