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Papa Despediu-se da Eslováquia Evidenciando Cansaço
2003-09-15 23:12:25

Mais de 200 mil pessoas despediram-se ontem do Papa - visivelmente fatigado mas melhor que nos dias anteriores - na conclusão da sua viagem à Eslováquia, depois de quatro dias em que a saúde de João Paulo II voltou a estar em foco. Antes da partida para Roma, o Papa polaco presidiu a uma missa em que beatificou dois mártires do regime comunista.

Durante a missa, João Paulo II leu as orações com voz firme e audível. Mas, no final das quase três horas de celebração, necessitou de ajuda para completar as despedidas e a sua voz já era mais trémula. No início desta que foi a sua 102ª viagem fora de Itália, o Papa não conseguiu ler mais que as frases iniciais do discurso de chegada, que teve de ser lido a seguir por um responsável do Vaticano. Ontem, mesmo na homilia - mas essa já é prática habitual nas últimas viagens - foi um cardeal eslovaco a ler a homilia preparada pelo Papa.

Muitos milhares de pessoas colocaram-se no caminho para o aeroporto, despedindo-se do Papa, naquela que muitos acreditam ser a última viagem de João Paulo II à região. No próximo mês, está prevista uma deslocação à cidade italiana de Pompeia. O porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls, afirmou, citado pela Reuters, que a vontade e a determinação do Papa tornam difícil fazer previsões em relação ao futuro. "Conhecendo o Santo Padre, é muito difícil dizer que esta é a sua última viagem. É evidente que ele incorporou as suas limitações físicas na sua missão."

Na missa, onde estavam presentes muitos polacos, austríacos e húngaros, além dos eslovacos, o Papa beatificou o bispo Vasil Hopko e a religiosa e enfermeira Zdenka Cecilia Schelingova. Hopko esteve preso mais de 15 anos e foi envenenado aos poucos, com arsénico ministrado em pequenas doses. A irmã Zdenka foi detida depois de ter ajudado um padre a fugir da cadeia. Submetida a tortura, foi condenada a 12 anos de prisão, por alta traição. Libertada ao fim de três anos em consequência de uma amnistia, não resistiu mais que três semanas às sequelas das torturas que lhe tinham sido infligidas.

As condições em que morreram levaram o Vaticano a considerá-los mártires, dispensando o milagre que é normalmente exigido para qualquer outra beatificação. "Ambos brilham para nós como exemplos radiantes de fé em tempos de perseguição religiosa", dizia o texto da homilia do Papa. "Ambos enfrentaram um tribunal injusto e uma ignóbil condenação à tortura, humilhação, solidão e morte."

Fonte Público

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