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A nova geografia dos eleitores no próximo conclave papal
2001-02-23 23:03:39

A distribuição geográfica da origem dos novos cardeais denuncia um certo equilíbrio de forças em termos políticos e religiosos. A nomeação de 24 cardeais para a Europa, Itália (7) e Alemanha (4), confirma a preponderância e os despiques mal disfarçados, em que por vezes se envolvem as duas conferências episcopais.

À Itália sobra-lhe o peso da tradição; à Alemanha, o argumento dos marcos. Também os 11 da América Latina evidenciam a pujança e o desenvolvimento das igrejas locais. Nas últimas nomeações há outros sinais dignos de registo. A nomeação de dois cardeais alemães - o considerado conservador arcebispo metropolita de Paderborn, D. Joahannes Joachim, e o liberal Karl Lehmmann - vista por alguns vaticanistas como resultado do equilíbrio de forças e tendências realizado por João Paulo II. E a ascendência ao cardinalato de um membro do Opus Dei, D. Francisco Javier Ossa, a primeira na história da obra do beato Escrivá. As nomeações in pectore acentuam, por outra parte, o martírio e perseguições a membros da Igreja. O arcebispo metropolita de Lviv (Ucrânia), D. Marian Jaworski, e o metropolita de Riga (Letónia), D. Jánis Pujats, bem como o vietnamita D. François Thuân experimentaram o martírio e as prisões. De anotar a criação de três cardeais que não são bispos (e não de um - D. Avery Dulles - como ontem por lapso aqui se escreveu). As nomeações dos padres Roberto Tuccis, sacerdote jesuíta italiano, organizador das viagens do Papa e director da Rádio Vaticana, do teólogo alemão Leo Scheffczyk, e do jesuíta norte-americano Avery Dulles constituem o reconhecimento do Papa perante três vidas de estudo e serviço à Igreja.
Se dermos um salto ao futuro e imaginarmos o clima do próximo conclave, à luz do número actual de cardeais eleitores, verificaremos serem necessários 91 votos (dois terços) para eleger o futuro papa. O eixo da decisão poderá já não estar no grupo dos 24 cardeais italianos, que terão de contar com o peso de 27 latino-americanos e compromissos que se possam estabelecer pelas afinidades de grupos linguísticos: a Espanha terá quatro eleitores, e a falar português estarão 11.

Fonte DN

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