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O lugar da Igreja numa cidade que já não é cristã
2003-09-09 20:22:37

O VI Curso de Verão da Faculdade de Teologia da UCP, que começou hoje em Lisboa, teve um acolhimento “inesperadamente positivo” que se traduziu num número recorde de participantes, segundo o director da faculdade, Pe. Peter Stilwell.

“O Espírito na Cidade” junta de 9 a 11 de Setembro mais de 200 participantes ligados sobretudo às paróquias lisboetas e ao Congresso Internacional para a Nova Evangelização, para “ver e apreciar a novidade do Espírito numa vida urbana em mutação”.

Na sessão de abertura o Pe. Stilwell destacou a vontade da Faculdade de Teologia em “ser parte integrante do projecto de repensar a evangelização na cidade, lançado pelos Cardeais de Lisboa, Paris, Viena e Bruxelas, através do que é especificamente nosso, a reflexão teológica”.
A leitura crente da vida urbana que é propósito desta iniciativa será feita, essencialmente, através dos círculos de reflexão aprofundadas, um trabalho de grupo que parece agradar aos participantes.

Para o Pe. José Manuel Pereira de Almeida, pároco de Santa Isabel e assistente nacional da Comissão Justiça e Paz entre outras coisas, “somos chamados a viver a nossa condição cristã da forma que o Espírito nos impelir e o curso de verão deste ano vai mesmo ao cerne destas preocupações, oferecendo uma boa troca de vivências, e é um desafio para concretizações objectivas dessas experiências urbanas”.

O curso de verão revela-se, neste contexto, para a “troca de experiências” numa cidade em que se vive na ilusão da comunicação e onde a comunicação não circula. “Muitas vezes o que os outros fazem revela pistas importantíssimas, uma criatividade diferente e nestes dias, com o espaço de debate que existe, é possível as pessoas colocarem as suas questões e apresentarem as suas experiências”, explica à agência ECCLESIA a Helena, participante que desenvolve a sua acção pastoral na paróquia do Campo Grande, Lisboa.

O Pe. Peter Stilwell confessou que a opção por este tipo de programação foi um risco assumido: “arriscámos porque sabemos que a palavra mais marcante não é a dos livros, mas aquela que o Espírito escreve na vida das pessoas, descobrindo onde e como colaborar para fazer surgir uma vida evangélica que seja libertadora para todos”, referiu.

A CIDADE NÃO É CRISTÃ
“O papel da Igreja nunca estará completamente definido dentro de uma cidade em constante mutação, é caminhando que vamos encontrando respostas”, afirma a respeito do tema deste curso de verão a Helena.
Pelo mesmo diapasão alinha o Pe. Pereira de Almeida, segundo quem “a cidade de hoje não é cristã ou pelo menos é cristã de outra maneira, tem outros sinais exteriores e isso se calhar a nossa sorte é poder viver essa aventura numa experiência de comunidades que anunciam Jesus de novas formas.”

Um dos problemas que estes participantes detectam na missão da Igreja que vive na cidade é a falta de dinamismo.
“Ainda estamos todos muito à espera de que as pessoas venham ter connosco, numa perspectiva de cristandade numa cidade que já não é cristã. Falta a capacidade de ir ao encontro das pessoas onde elas estão, encontrar formas de sair de nós mesmos que sejam evangelizadoras”, assegura Helena; “é já consensual a necessidade de partir ao encontro, uma atitude que já podemos ler nos gestos de Jesus, sobretudo daqueles que se encontram mais distantes, os últimos, os excluídos”, confirma o Pe. Pereira de Almeida.

Neste sentido, o dia de amanhã será dedicado à reflexão sobre os que estão “nas margens” da cidade, ou seja “migrantes, terceira idade e dependentes”.

Fonte Ecclesia

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