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A Crise e a Futura Concorrência
2003-08-19 14:37:53

2003 foi ano de crise também no sector do turismo religioso. Além da Terra Santa, que já não é destino privilegiado de viagens desde há quase três anos, este ano trouxe uma "baixa acentuada" de compras de viagens.

"Já havia uma crise de confiança, depois veio a pneumonia atípica, a Guerra do Golfo", diz Francisco Moura, da Geotur. "É o único ano em que os objectivos não serão atingidos." Sobre Israel e a Terra Santa, onde já foi mais de uma centena de vezes, Francisco Moura está optimista em relação ao futuro próximo. "Precisamos de mais dois ou três meses e recomeçaremos a viajar para lá." De uma coisa este agente de viagens está seguro: "Quando a paz se estabelecer, tudo vai mudar, pois a concorrência palestiniana será fortíssima." Hotéis e outras estruturas, até agora dominadas por empresários israelitas, poderão começar a ter alternativas mais baratas com a criação de um Estado palestiniano.

A Terra Santa vai da Grécia ao Egipto

A Custódia da Terra Santa, instituição dos franciscanos para a conservação dos lugares ligados ao início do cristianismo, foi criada e estabelecida por São Francisco de Assis em 1209. Em 1217, os frades menores criaram uma "província" (nome dado a uma circunscrição nacional ou regional das ordens religiosas católicas) da Terra Santa. Esta abarcava então os territórios à volta do Mediterrâneo Oriental, entre a Grécia, o Egipto e a Terra Santa propriamente dita. O próprio Francisco de Assis esteve no Egipto, Síria e Palestina em 1219-20 e foi durante essa viagem que o "poverello" teve o célebre encontro com o sultão Melek-el-Kamel, inspirador de séculos de presença franciscana em terras de maioria muçulmana. De tal maneira que, quando os cruzados foram expulsos da Terra Santa em 1291, os franciscanos puderam ali continuar. Em 1342, o Papa Clemente VI entregou aos franciscanos a responsabilidade, dentro da Igreja Católica, pela conservação dos lugares santos do cristianismo. "Estejam como Cristo, servindo a todos por igual", era o lema de Francisco de Assis para os seus frades.

Dos impostos turcos ao apoio a desempregados palestinianos

Durante a ocupação turca, os impostos cobrados aos franciscanos eram pesados e os comissariados locais começaram a ajudar com dinheiro. Actualmente, em cada Sexta-Feira Santa, o ofertório recolhido em todas as igrejas católicas do mundo reverte para a conservação dos lugares entregues à custódia dos franciscanos. No ano passado, o comissariado português mandou uma soma recorde: 500 mil euros, resultado não só do ofertório anual (que tem dado uma média de 200 mil euros), mas também de outros donativos. Actualmente, os franciscanos cuidam de 58 dos 74 lugares santos do cristianismo na Terra Santa - os restantes 16 estão a cargo de outras igrejas cristãs (10), em propriedade partilhada com outras confissões (três) ou são propriedade de judeus e muçulmanos (três). Além de tratar da conservação dos sítios, a Custódia da Terra Santa apoia também os desempregados que resultaram da actual situação de confronto entre palestinianos e Israel. Com as ajudas internacionais, os franciscanos têm pago 75 por cento do ordenado a várias centenas de palestinianos, nomeadamente os que trabalhavam nos diversos serviços hoteleiros e de apoio ligados aos lugares santos do cristianismo. Ao mesmo tempo, a custódia tem procurado dinamizar a construção civil de casas para pessoas mais necessitadas, de modo a possibilitar também a criação de emprego nessa área.

Fonte Público

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