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D. José Saraiva Martins
2001-02-21 21:25:06

É o primeiro português à frente de uma congregação da Cúria Romana, também chamada dicastério, ou, mais prosaicamente, uma espécie de ministério da Santa Sé. José Saraiva Martins nasceu numa família de oito irmãos, no lugar de Gagos de Jarmelo (Guarda), em 6 de Janeiro de 1932. Aos 11 anos, com dois irmãos, entrou para o Seminário de Alpendurada (Macedo de Cavaleiros) e transitou, depois, para o dos Carvalhos (Vila Nova de Gaia), ambos ligadas à Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria (claretianos), a que pertence. Os irmãos ficaram pelo curso secundário.

O Zé continuou a estudar em Espanha e Roma, onde foi ordenado padre a 16 de Março de 1957. Vive em Roma desde os 17 anos. Lá se doutorou em Teologia pela Pontifícia Universidade de São Tomás (1958). O doutoramento em Filosofia fê-lo na Pontifícia Universidade Urbaniana (1967), de que foi professor de Teologia Dogmática durante 18 anos. Em 1977, a Fu-Jen University de Taipé (Formosa) atribuiu-lhe o doutoramento honoris causa em Filosofia e Letras.
Entre 1980 e 1988 foi reitor da Universidade Urbaniana, instituição que depende directamente do Vaticano e forma missionários e teólogos dos chamados países de missão. Nesse período interessou-se pelo pensamento chinês e promoveu cursos na sua universidade. A sua dedicação à causa do ensino foi reconhecida com a nomeação em 1988 para secretário da Congregação da Educação Católica, onde teve a responsabilidade de promoção da educação cristã. Nessa qualidade percorreu o mundo e ficou conhecido por ter mandado encerrar escolas e seminários no Brasil e México, por insuficiência de condições para os fins a que eram destinados. Em 1989 "fechou" uma casa no Recife onde viviam 12 seminaristas e se exibiam fotos de Che Guevara. Como não dispunham de capela, a missa era celebrada numa sala onde se destacava um poster de John Lennon. Nesse ano foi ordenado bispo pelo cardeal Casaroli. A sua crescente influência e importância na Cúria Romana alcança maior expressão, em Maio de 1998, quando é nomeado prefeito da Congregação para a Causa dos Santos.

Tem dezenas de obras publicadas. Mantém o gosto de passear a pé pelo Vaticano e sempre que pode não deixa de torcer pela Lazio.

Das muitas viagens que fez guarda uma recordação grata. Um dia, no aeroporto de Hong Kong, com o cartão de embarque na mão, prestes a regressar à Europa, sem saber explicar as razões, decidiu não embarcar. O avião caiu. Não houve sobreviventes. Na Europa chegaram a rezar-lhe por alma. Quando recorda esta inexplicável premonição diz simplesmente: "Não tinha chegado o meu tempo."

Fonte DN

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