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Livros para dias de férias
2003-07-24 22:10:18

“Viajar! Perder países!/ Ser outro constantemente,/Por a alma não ter raízes […].” F. Pessoa.

Há palavras com personalidade. Livro é uma delas. Não é fácil sugerir um livro. Dir-se-ia que é assim como quem apresenta um grande amigo a outro na esperança duma amizade comum. Ora, como se sabe, isso nem sempre acontece. Apelando, portanto, ao devido desconto para as inevitáveis subjectividades, e dispensando-me de explicações para qualquer outro critério de selecção, aqui ficam algumas sugestões telegráficas para estas férias.

Graham Greene – O fim da aventura. (Ed. Asa). Este romance, sobre um triângulo amoroso, talvez o mais autobiográfico de Greene, cola-se-nos à alma. Gostando deste, podemos passar a Rio profundo (Ed. Asa) de Shusaku Endo. Um romance poderoso, com as margens do Ganges ao fundo Uma espécie de viagens em busca de sentido.

Mitch Albom – As terças com Morrie. (Ed. Sinais de Fogo). Embora tenha sido já adaptado a cinema (de forma bem medíocre) esta belíssima história dos encontros de um professor com um aluno passou infelizmente despercebida.
Morris West – Os palhaços de Deus. (Ed. Publicações Europa-América). Uma vigorosa narrativa sobre as seduções do poder a que ninguém está imune, nem mesmo as cúpulas da Igreja.
António Alçada Baptista – O tecido do Outono. (Ed. Presença). Um mergulho no mundo dos afectos e dos universos das relações.

Tonino Guerra – Histórias para uma noite de calmaria. (Ed. Assírio & Alvim). Neste conjunto de pequenas histórias, quase anedotas, quase parábolas, quase poesia, se percebe o que é um grande escritor.
Para que a idade não nos vá embaciando a alegria infantil dos olhos, sugiro dois livros de Michael Snunit: O pássaro da alma e, mais recente, Vem e abraça-me (Ed. Vega). Uma ilustração quase ingénua domina as suas poucas páginas e dá suporte a uma prosa poética que esconde a profundidade à superfície. Na mesma linha, sem ilustrações, com a leveza de uma fábula e a força de uma parábola: História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar. (Ed. Asa) do chileno Luís Sepúlveda (do mesmo já leu, com certeza, O velho que lia romances de amor…).

Se anda preocupado com a alergia dos seus filhos à leitura: Daniel Pennac – Como um romance. (Ed. Asa).
Para quem, nas lides de investigação pelas nossas bibliotecas, tenha vontade de aproveitar o tempo de férias para escrever um manifesto contra o sistema: Umberto Eco – A biblioteca. (Ed. Difel).

Na minha mochila, levarei Henri J. M. Nouwen, esse mestre da espiritualidade, (editado pelas Paulinas,por exemplo A caminho de Daybreak); e, porque tenho um fraquinho pelo género da biografia: Clayborne Carson (org) – Eu tenho um sonho: a autobiografia de Martin Luther Kig (Editora Bizâncio).

Henrique Manuel

Fonte Ecclesia

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