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Férias num mosteiro
2003-07-24 22:05:42

“Todos os hóspedes que se apresentam no mosteiro sejam recebidos como se fosse Cristo em pessoa” (Regra de São Bento, cap. LIII).
A abertura ampla e generosa da comunidade aos hóspedes é unicamente motivada por uma exigência cristã: rejeitar uma pessoa necessitada de acolhimento é rejeitar Cristo.


No acolhimento beneditino trata-se de pôr em prática a virtude da hospitalidade, tão proclamada na Sagrada Escritura, e que a tradição monástica considerou sempre como uma exigência.
Gente de todas as idades bate frequentemente à porta do mosteiro. Alguns vêm passar um dia, outros um fim-de-semana e outros ainda um período mais prolongado.
E isto ocorre porque desde sempre os mosteiros são espaços de liberdade, em que é possível entregar-se à oração e à reflexão, num clima de simplicidade de vida e no ambiente caloroso de uma comunidade fraterna. O quadro de vida que os hóspedes encontram num mosteiro favorece o silêncio, a oração, a reflexão e o diálogo.
Aqueles que se apresentam à portaria do mosteiro pertencem a todos os níveis sociais: ricos ou pobres, cultos ou incultos, todos recebem o mesmo acolhimento, pois assim o quer a tradição beneditina. Todos são convidados a partilhar das riquezas da vida monástica: a liturgia, que diariamente é celebrada a horas fixas, a oração, as refeições em comum e o silêncio, que proporciona o encontro de cada um consigo próprio e com Deus.
O acolhimento dos hóspedes é uma tarefa que também interpela a comunidade. Abrir as portas aos hóspedes significa aceitá-los como eles são, acolhê-los com todas as suas alegrias, angústias e problemas. Isto exige da parte da comunidade monástica abertura ao imprevisto e ao risco.
O hóspede traz consigo uma grande bênção, quando é recebido. A comunidade recebe, deixando entrar alguém na sua vida, abrindo as mãos ao dom que o outro traz e que ele mesmo é. Os hóspedes são, pois, um dom precioso. Mas só podem ser este dom, se a comunidade estiver disposta a acolhê-los.
A hospitalidade beneditina é uma tarefa, uma missão, uma partilha, e quantos a procuram tornam-se eles mesmos mais acolhedores e despertos para os valores eternos.
No mosteiro, longe da agitação habitual, acaba o ritmo do mundo e começa o ritmo de Deus; acaba o ritmo do tempo e começa o ritmo da eternidade.
Tratando com grande honra e veneração os hóspedes, a comunidade adora Jesus Cristo que mais uma vez se lhe apresenta revestido de um corpo humano.

Pe. Luís Aranha

Fonte Ecclesia

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