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Educação Moral e Religiosa Católica - Responsabilidade da escolha
2003-05-29 22:13:17

Em tempo de inscrições para o próximo ano lectivo, tem pleno cabimento uma breve reflexão sobre a escolha da disciplina de EMRC, uma vez que ela é opcional, é de inscrição facultativa.

Antes de mais, importa dizer da responsabilidade da escola nesta escolha. Sim, porque, conforme as disposições legais, a escola deve apresentar um formulário de inscrição em que, claramente, conste a possibilidade de opção pela Educação Moral. E, algumas vezes, é já aqui que se atropelam responsabilidades. Sobretudo em relação ao 1.º Ciclo, já não faltam escolas que, à partida, excluem a possibilidade de oferecer a disciplina - quando essa oferta é obrigatória. Ou então, criando “boletim” próprio, apresentam intencionalmente a EMRC em alternativa, por exemplo, com uma língua estrangeira. E não é assim! A disciplina de EMRC é curricular, sem alternativa. A possibilidade de escolha tem de ser sempre ofertada!
Os professores que fazem as inscrições têm uma oportunidade séria de esclarecer os candidatos. Têm sempre a obrigação de apresentar limpidamente as possibilidades que a escola oferece; e, de modo algum, devem influenciar as decisões dos encarregados de educação ou dos alunos.
Os Pais, para aqueles que têm menos de dezasseis anos, e os próprios, quando têm dezasseis anos ou mais, são os protagonistas da escolha, que, legalmente, tem de ser pela positiva. É necessário interrogar seriamente os pais cristãos católicos e os estudantes cristãos católicos sobre a consciência que empenham na sua escolha. Não se concebe que aqueles que se dizem católicos, percam a oportunidade de envolver o processo educativo num conjunto de valores, que consolidam um visão evangélica da vida, da pessoa, do mundo, das relações sociais.
A responsabilidade de formar uma matriz cultural com inspiração cristã, de formar pessoas com uma estrutura moral autónoma vertebrada pelos princípios evangélicos cabe, em última instância, aos beneficiários deste serviço que a Igreja tem. Mas não podemos esquecer que sobre os pastores recai o ónus de alertar as consciências, de motivar os cristãos, de esclarecer as famílias, acerca das vantagens da opção pela disciplina, clarificando, sobretudo, a sua natureza e a sua utilidade no seio dos demais saberes, a sua diferença e a sua complementaridade em relação à catequese.
Diria ainda que os professores de EMRC têm um papel relevante na escolha. É que, se eles apresentarem um perfil de verdadeiros educadores, de cristãos convictos e empenhados, se eles forem na escola dos primeiros a tomarem a peito o projecto educativo, a sua configuração com valores, se eles conferirem à sua disciplina a dignidade que ela tem, se eles forem os primeiros interessados em verdadeira interdisciplinaridade... a sua figura e a sua presença na escola serão a melhor creditação da disciplina de EMRC e a mais forte motivação para a sua escolha. E também junto das famílias, dos pais, dos alunos, lhes cabe uma responsabilidade grave de informação e esclarecimento.

P. Querubim Silva, Director do SNEC

Fonte Ecclesia

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