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Trabalhadores Cristãos Preocupados com Consequências do Código Laboral
2003-05-25 12:08:47

A Liga Operária Católica (LOC) está preocupada com as consequências que o Código de Trabalho, bem como os baixos salários, a insegurança no emprego e a quebra de poder de compra podem trazer à vida dos trabalhadores portugueses.

António Sousa Soares, coordenador da equipa executiva da LOC-Movimento de Trabalhadores Cristãos, diz que a nova lei "vem prejudicar os trabalhadores" porque lhes "retira direitos essenciais" e porque, ao propor medidas de flexibilização, acabará por "prejudicar a família, ao contrário" das intenções manifestadas pelo Governo.

António Soares faz estas afirmações a propósito do Grande Encontro Nacional de Trabalhadores, que hoje se realiza no Colégio Rainha Santa Isabel, em Coimbra, e durante o qual serão apresentados os resultados de um inquérito feito a 1465 pessoas - e das quais só uma pequena parte são militantes da organização católica. A maioria (68 por cento) das respostas são dadas por homens, entre os 25 e os 55 anos, com emprego por conta de outrem. São também operários na sua maioria (41 por cento) e 43,5 por cento ganham entre 350 e 500 euros.

Entre as conclusões de estudo, o responsável da LOC-MTC aponta como ideias principais a noção de um salário justo como "aquele que permite condições de vida dignas para o trabalhador e a sua família", a necessidade da estabilidade e a importância do reconhecimento do valor de todo o tipo de trabalho.

Arredados das organizações

Glória Cardoso, professora do ensino secundário e vice-coordenadora da LOC entre 1998 e 2000, apresenta os principais resultados do inquérito no encontro de hoje. A participação dos trabalhadores nas organizações laborais e o reconhecimento do trabalho não-remunerado são duas das questões a destacar. De acordo com os dados do inquérito, 73 por cento das pessoas não participam em organizações de trabalhadores, por "falta de interesse" (37,2 por cento) ou por temer "represálias" (33,1 por cento). Embora a maior parte lhes reconheça importância para conseguir uma sociedade mais justa, a contradição é suficiente para que Glória Cardoso insista na necessidade de avaliar o que os dados significam, mesmo se resultam apenas de uma amostragem.

Também a importância de reconhecer o trabalho doméstico ou o voluntariado são apontadas por Glória Cardoso: 73 por cento não encaram nenhum destes como actividades laborais, enquanto 73 por cento dizem que só o trabalho remunerado é reconhecido. Para a maior parte dos inquiridos, as noções de contrato efectivo, bom salário e salário contratual são as que os trabalhadores ligam ao conceito de trabalho justo, enquanto as boas condições, a protecção na saúde e na doença e o prazer são referidas ao trabalho digno.

No encontro, intervêm também Manuel Carvalho da Silva, da CGTP, e Rui Oliveira e Costa, da UGT, bem como o bispo resignatário de Coimbra, D. João Alves, e o padre José Granja, assistente eclesiástico do MTC europeu.

Fonte Público

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