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Mensagem do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos
2003-04-30 11:02:50

Um trabalho digno - Caminho de esperança
para todos os trabalhadores com ou sem emprego

Durante os últimos dois anos, houve um aumento de vinte milhões de desempregados, mais 10% de desempregados na América Latina e Caraíbas, 550 milhões de pessoas subempregadas com apenas 1 euro por dia para viver. Eis a tremenda realidade do ano 2003.
Muito(a)s militantes e membros dos movimentos do MMTC vivem de igual modo numa situação de desemprego ou subemprego. Este atinge mais especificamente as mulheres. Estas são as primeiras que, com frequência, perdem o emprego.


O desemprego e o subemprego continuam a aumentar. A causa é a automatização a que recorrem as empresas para aumentar os seus lucros em detrimento dos trabalhadores e trabalhadoras. O despedimento converteu-se, em numerosas empresas, num meio desapiedadamente utilizado para diminuir os gastos de exploração. Servem-se dele quando alguns sectores duma empresa deixam de ser rentáveis ou apresentam menos lucros que outros; de igual modo quando se torna possível deslocalizar o trabalho com o fim de pagar salários menos elevados, ou para beneficiar de regulamentos menos exigentes de protecção aos trabalhadores.

Em numerosos países, as pessoas sem emprego não beneficiam de qualquer protecção social. Perder o trabalho representa uma ameaça directa para a sua existência e a da sua família. Quando existe uma segurança social temporária, a perda de emprego é sinónimo de uma forte exclusão social, que se apresenta com frequência de forma silenciosa e quase invisível. O desemprego e o subemprego representam, para as suas vítimas e respectivas famílias, um destino duro que afecta um número cada vez maior de pessoas.

No mundo laboral de hoje, o medo do desemprego e do subemprego é utilizado, igualmente, como instrumento de pressão para forçar os trabalhadores e trabalhadoras a que aceitem condições e salários que anulam as leis em vigor e as convenções colectivas. Ao manipular este potencial de ameaças, as correntes políticas próximas das federações de empresários neoliberais e do sector económico, procuram mudar as convenções gerais de trabalho, em detrimento dos trabalhadores e trabalhadoras de todo um país, ameaçando despedir muitas outras pessoas.

Por esta razão, exigimos a todos os responsáveis políticos e económicos que se esforcem no sentido que:
§ A criação - na base das normas fundamentais do trabalho, tal e como estão estipuladas na "Declaração dos direitos fundamentais do trabalho" da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - de empregos suficientes para todos e todas, que dêem a possibilidade a todos os trabalhadores e a todas as trabalhadoras de terem um rendimento suficiente que lhes garanta, bem como às suas famílias, uma vida digna.

§ A criação de uma protecção social e de uma segurança social satisfatórias para todos os trabalhadores e para todas as trabalhadoras, que lhes garantam uma vida digna, mesmo quando o desemprego priva uns e outras e respectivas famílias, do rendimento garantido por um trabalho remunerado.

O(a)s militantes e membros dos movimentos do MMTC recusam aceitar o desemprego e o subemprego; através das suas acções, dão importantes sinais de esperança. Mediante numerosas greves e manifestações, comprometeram-se na Europa e na América Latina a salvaguardar os empregos e a impedir o encerramento de empresas e o despedimento dos trabalhadores e das trabalhadoras. No Bangla Desh, os despedidos beneficiam de crédito, de formação e de um acompanhamento que lhes permite encontrar uma ocupação e criar, assim, novas perspectivas de futuro. Na Europa, a acção dos movimentos do MMTC permite às pessoas desfavorecidas receber uma formação profissional, aceder a ocupações em cooperativas ou beneficiar de medidas de criação de empregos.

Opomo-nos a que os trabalhadores e as trabalhadoras sejam, cada vez com mais frequência, considerado(a)s e tratado(a)s como bens económicos, a quem se explora enquanto dão lucro e que se deitam fora quando já não fazem falta.

"O trabalho... faz parte da vocação de toda a pessoa; o homem exprime-se e realiza-se mediante a sua actividade laboral. Simultaneamente, o trabalho tem uma dimensão social, pela sua íntima relação quer com a família, quer com o bem comum..." (Centesimus annus, I.6).

O MMTC e os seus movimentos desejam, em colaboração com os sindicatos e as organizações sociais, contribuir para que todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras, no mundo inteiro, possam beneficiar de um rendimento suficiente, mediante um trabalho digno, intervir na sociedade como actores com direitos iguais, descobrir e desenvolver as suas próprias capacidades e participar na Criação de Deus.

Conselho Executivo do MMTC

Fonte Ecclesia

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