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BARCO LEVA CRUZ A BEIJAR
2003-04-22 21:44:01

"Há 34 anos que atravesso o Rio Homem de barco para levar a cruz a beijar às 20 casas que existem na outra margem e, se depender de mim, este costume, que atrai à freguesia milhares de pessoas, dificilmente acabará ", revelou o padre Joaquim Costa, pároco de Fiscal, no concelho de Amares, que ontem cumpriu uma das tradições pascais mais admiradas e mais antigas do Minho.

Pároco de Fiscal desde 1969, Joaquim Costa, de 66 anos, confessa que aguarda sempre com alguma ansiedade o dia da Visita Pascal, altura em que, acompanhado dos mordomos e da banda de música, sobe para um dos quatro barcos que a população local enfeita a preceito, com flores e fitas coloridas, e cumpre a travessia do rio.

"É uma festa muito bonita, cuja origem se perde nos séculos e que corporiza o verdadeiro sentido da Páscoa, em que a passagem de Cristo pela morte, rumo à ressurreição, surge também representada na travessia do rio e na dificuldade imposta pelo curso de água”, disse ao CM.

Segundo o pároco “ há 20 anos, todos os serviços religiosos, incluindo funerais, eram realizados desta forma. Depois de ter sido construída uma ponte, o povo quis manter a tradição da travessia do Compasso”.

BARCOS ARTESANAIS

A tradição manda que sejam quatro os barcos a atravessar o Rio Homem. No mais pequeno vai o fogueteiro, para deitar os foguetes no meio do rio e nos outros vão, num o compasso (pároco e mordomos), e nos dois restantes a banda de música. Porém, nos últimos anos, tem havido lugar para um quinto barco onde a comunicação social pode acompanhar o evento.

BANDA DE MÚSICA

Todos os anos, uma banda de música acompanha o compasso no percurso para a outra margem. Este ano, a honra coube à Banda de Cabreiros, composta por cerca de 50 elementos, que além de tocar no meio do rio, fez questão de interpretar várias músicas durante a caminhada a pé pelo resto da freguesia. Os músicos costumam parar para tocar em frente a cada casa onde entra o compasso.

PADRE E DOIS MORDOMOS

O pároco Joaquim Costa, acompanhado de dois mordomos e de uma vasta comitiva de ajudantes, percorre toda a freguesia, num ambiente muito colorido, animado pelo lançamento de foguetes e pela banda de música, e em que os arcos de flores marcam todo o percurso pelas cerca de 300 casas da freguesia, das quais apenas 20 se situam na outra margem do rio.

Fonte CM

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