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Audácia de Pensar
2003-04-20 22:12:02

O pensamento de René Girard, expresso em obras como "As coisas escondidas desde a fundação do mundo", "A Violência e o Sagrado" (editado no Brasil pela Vozes) ou o mais recente "O Bode Expiatório", sintetiza-se na ideia de que "todas as instituições humanas têm origem ritual", traduzida num sacrifício de um bode expiatório, como explica o brasileiro Olavo de Carvalho (revista "Bravo", Junho de 1998).

Essa figura expia as tensões acumuladas "que ameaçavam romper a unidade social" e "surgem da impossibilidade de conciliar os desejos humanos". O desejo é de carácter mimético: cada pessoa deseja porque é desejada "também por outro ser humano". O mimetismo "é o tema dominante da literatura, assim como o sacrifício do bode expiatório é o tema dominante, se não único, da mitologia universal e do complexo sistema de ritos sobre o qual se ergue, aos poucos, o edifício político e judiciário", explica Olavo de Carvalho. João Vila-Chã, director da "Revista Portuguesa de Filosofia" (que dedicou o seu tomo LVI, de 2000, a Girard), destaca o carácter interdisciplinar da obra do filósofo francês, nascido em Avignon e radicado nos Estados Unidos desde 1947. E afirma que, numa Europa em que os "mestres da suspeita" - Marx, Nietzsche ou Freud - fizeram polémica contra o cristianismo, René Girard manifesta a "audácia de pensar" a partir do "acontecimento de Cristo".

Fonte Público

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