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Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
2003-04-07 23:17:06

1.Junto envio o texto do Evangelho da Missa de Ramos (B), na versão litúrgica e tripartida.

Simplesmente as duas possibilidade de leitura:

de 2 a 12
ou de 6 a 12

não seguem exactamente a clássica divisão do leccionário entre fórmula longa e fórmula breve.

Trata-se de uma divisão com ou sem os «antecendentes» da Paixão. As duas fazem sentido.

2. Sigo aqui uma sugestão do Cardeal Martini que divide o relato da Paixão segundo São Marcos em 14 quadros, apontando as reacções das diferentes pessoas, diante do Crucificado.

Tal divisão permite um bom esquema de Via-Sacra, ou a leitura do evangelho encenada (com cenas ou cenários; imagens ou slydes).

3. Seria interessante prever para na Homilia ou nas Preces da Oração Universal, a típica reacção de cada pessoa ou grupo, eventualmente com o respectivo símbolo.


Aqui vai uma ajudinha. Espero «ecos».

Pe. Gonçalo
Paroquia de S. Gonçalo N – Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

– OMITIR NA MISSA COM CRIANÇAS [ Páginas 2 a 5]

PREPARATIVOS E ÚLTIMA CEIA (Mc,14,1-42)

[N - Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos
e os príncipes dos sacerdotes e os escribas
procuravam maneira de se apoderarem de Jesus à traição
para Lhe darem a morte.
Mas diziam:

R - "Durante a festa, não,
para que não haja algum tumulto entre o povo".

N - Jesus encontrava-Se em Betânia,
em casa de Simão o Leproso,
e, estando à mesa,
veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro
com perfume de nardo puro de alto preço.
Partiu o vaso de alabastro
e derramou-o sobre a cabeça de Jesus.
Alguns indignaram-se e diziam entre si:

R - "Para que foi esse desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de duzentos denários
e dar o dinheiro aos pobres".

N - E censuravam a mulher com aspereza.
Mas Jesus disse:

J - "Deixai-a. Porque estais a importuná-la?
Ela fez uma boa acção para comigo.
Na verdade, sempre tereis os pobres convosco
e, quando quiserdes, podereis fazer-lhes bem;
Mas a Mim, nem sempre Me tereis.
Ela fez o que estava ao seu alcance:
ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo:
Onde quer que se proclamar o Evangelho, pelo mundo inteiro,
dir-se-á também em sua memória, o que ela fez".

N - Então, Judas Iscariotes, um dos Doze,
foi ter com os príncipes dos sacerdotes
para lhes entregar Jesus.
Quando o ouviram, alegraram-se
e prometeram dar-lhe dinheiro.
E ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
N - No primeiro dia dos Ázimos,
em que se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos perguntaram a Jesus:

R - "Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?"

N - Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes:

J - "Ide à cidade.
Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água.
Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa:
'O Mestre pergunta: Onde está a sala,
em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?'
Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior,
alcatifada e pronta.
Preparai-nos lá o que é preciso".

N - Os discípulos partiram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito
e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze.
Enquanto estavam à mesa e comiam,
Jesus disse:

J - "Em verdade vos digo:
Um de vós, que está comigo à mesa, há-de entregar-Me".

N - Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro:

R - "Serei eu?"

N - Jesus respondeu-lhes:

J - "É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato.
O Filho do homem vai partir,
como está escrito a seu respeito,
mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído!
Teria sido melhor para esse homem não ter nascido".

N - Enquanto comiam, Jesus tomou o pão,
recitou a bênção e partiu-o,
deu-o aos discípulos e disse:

J - "Tomai: isto é o meu Corpo".

N - Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho.

E - todos beberam dele.
Disse Jesus:

J - "Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança,
derramado pela multidão dos homens.
Em verdade vos digo:
Não voltarei a beber do fruto da videira,
até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus".

N - Cantaram os salmos e saíram para o Monte das Oliveiras.

NO MONTE DAS OLIVEIRAS (Mc.14,27-42)


N - Disse-lhes Jesus:

J - "Todos vós Me abandonareis, como está escrito:
'Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas'.
Mas depois de ressuscitar,
irei à vossa frente para a Galileia".

N - Disse-Lhe Pedro:

R - "Embora todos te abandonem, eu não".

N - Jesus respondeu-lhe:

J - "Em verdade te digo:
Hoje, esta mesma noite, antes do galo cantar duas vezes,
três vezes Me negarás".

N - Mas Pedro continuava a insistir:

R - "Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei".

N - E todos afirmaram o mesmo.
Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani
e Jesus disse aos seus discípulos:

J - "Ficai aqui, enquanto Eu vou orar".

N - Tomou consigo Pedro, Tiago e João
e começou a sentir pavor e angústia.
Disse-lhes então:

J - "A minha alma está numa tristeza de morte.
Ficai aqui e vigiai".

N - Adiantando-Se um pouco, caiu por terra
e orou para que, se fosse possível,
se afastasse d'Ele aquela hora.
Jesus dizia:

J - "Abba, Pai, tudo Te é possível:
afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero,
mas o que Tu queres".

N - Depois, foi ter com os discípulos, encontrando-os dormindo
e disse a Pedro:

J - "Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora?
Vigiai e orai, para não entrardes em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca".

N - Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
Voltou novamente e encontrou-os dormindo,
porque tinham os olhos pesados
e não sabiam que responder.
Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes:

J - "Dormi agora e descansai... Chegou a hora:
o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos. Vamos.
Já se aproxima aquele que Me vai entregar"].
NA MISSA COM CRIANÇAS, COMEÇAR AQUI:
Mc.14,43-15,47
1º JESUS E JUDAS

N - Ainda Jesus estava a falar,
quando apareceu Judas, um dos Doze,
e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus,
enviada pelos príncipes dos sacerdotes,
pelos escribas e os anciãos.
O traidor tinha-lhes dado este sinal:
"Aquele que eu beijar, é esse mesmo.
Prendei-O e levai-O bem seguro".
Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo:

R - "Mestre".

2º JESUS E OS GUARDAS

N - Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n'O.
Um dos presentes puxou da espada
e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha.
Jesus tomou a palavra e disse-lhes:

J - "Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender,
como se fosse um salteador.
Todos os dias Eu estava no meio de vós,
a ensinar no templo,
e não Me prendestes!
Mas é para se cumprirem as Escrituras".

N - Então os discípulos deixaram-n'O e fugiram todos.
Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol.
Agarraram-no, mas ele, largando o lençol, fugiu nu.

3º JESUS E O SINÉDRIO

N - Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote,
onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes,
os anciãos e os escribas.
Pedro, que O seguira de longe,
até ao interior do palácio do sumo sacerdote,
estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho contra Jesus
para Lhe dar a morte,
mas não o encontravam.
Muitos testemunhavam falsamente contra Ele,
mas os seus depoimentos não eram concordes.
Levantaram-se então alguns,
para proferir contra Ele este falso testemunho:

R - "Ouvimo-l'O dizer:
'Destruirei este templo feito pelos homens
e em três dias construirei outro
que não será feito pelos homens'".

N - Mas nem assim o depoimento deles era concorde.
Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos
e perguntou a Jesus:

R - "Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti?"

N - Mas Jesus continuava calado e nada respondeu.
O sumo sacerdote voltou a interrogá-l'O:

R - "És Tu o Messias, Filho do Deus Bendito?"

N - Jesus respondeu:

J "Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem
sentado à direita do Todo-poderoso
vir sobre as nuvens do céu".

N - O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse:

R - "Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?"

N - Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte.
Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe,
a tapar-Lhe o rosto com um véu
e a dar-Lhe punhadas, dizendo:

R - "Adivinha".

N - E os guardas davam-Lhe bofetadas.
4º JESUS E PEDRO

N - Pedro estava em baixo, no pátio,
quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote.
Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe:

R - "Tu também estavas com Jesus, o Nazareno".

N - Mas ele negou:

R - "Não sei nem entendo o que dizes".

N - Depois saiu para o vestíbulo e o galo cantou.
A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes:

R - "Este é um deles".

N - Mas ele negou segunda vez.
Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro:

R - "Na verdade, tu és deles, pois também és galileu".

N - Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar:

R - "Não conheço esse homem de quem falais".

N - E logo o galo cantou pela segunda vez.
Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito:
"Antes do galo cantar duas vezes,
três vezes Me negarás".
E desatou a chorar.

5. JESUS E PILATOS

N - Logo de manhã,
os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho,
com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio.
Depois de terem manietado Jesus,
foram entregá-l'O a Pilatos.
Pilatos perguntou-Lhe:

R - "Tu és o Rei dos judeus?"

N - Jesus respondeu:

J - "É como dizes".

N - E os príncipes dos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Ele.
Pilatos interrogou-O de novo:

R - "Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam".

N - Mas Jesus nada respondeu, de modo que Pilatos estava admirado.

6. JESUS E BARRABÁS COM A MULTIDÃO

N - Pela festa da Páscoa,
Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha.
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos,
que numa revolta tinham cometido um assassínio.
A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes.
Pilatos respondeu:

R - "Quereis que vos solte o Rei dos judeus?"

N - Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes
O tinham entregado por inveja.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão
a pedir que lhes soltasse antes Barrabás.
Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes:

R - "Então, que hei-de fazer d'Aquele que chamais o Rei dos judeus?"

N - Eles gritaram de novo:

R - "Crucifica-O!".

N - Pilatos insistiu:

R - "Que mal fez Ele?"

N - Mas eles gritaram ainda mais:

R - "Crucifica-O!".

7º JESUS E OS SOLDADOS

N - Então Pilatos, querendo contentar a multidão,
soltou-lhes Barrabás
e, depois de ter mandado açoitar Jesus,
entregou-O para ser crucificado.
Os soldados levaram-n'O para dentro do palácio,
que era o pretório,
e convocaram toda a coorte.
Revestiram-n'O com um mando de púrpura
e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos
que haviam tecido.
Depois começaram a saudá-l'O:

R - "Salvé, Rei dos judeus!"

N - Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe
e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d'Ele.
Depois de O terem escarnecido,
tiraram-Lhe o manto de púrpura
e vestiram-Lhe as suas roupas.
Em seguida levaram-n'O dali para O crucificarem.

8º JESUS E SIMÃO DE CIRENE

N - Requisitaram, para Lhe levar a cruz,
um homem que passava, vindo do campo,
Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo.
E levaram Jesus ao lugar do Gólgota,
quer dizer, lugar do Calvário.
Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra,
mas Ele não o quis beber.
Depois crucificaram-n'O.
E repartiram entre si as suas vestes,
tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um.
Eram nove horas da manhã quando O crucificaram.
O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito:
"Rei dos Judeus".

9º JESUS E OS CRUCIFICADOS

N- Crucificaram com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n'O e abanavam a cabeça, dizendo:

R - "Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz".

10º JESUS E OS QUE ESCARNECEM

N - Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
troçavam uns com os outros, dizendo:

R - "Salvou os outros e não pode salvar-se a Si mesmo!
Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz,
para nós vermos e acreditarmos".

N - Até os que estavam crucificados com ele o injuriavam.

11º JESUS E O PAI

N- Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:

J - "Eloí, Eloí, lamá sabachtháni?"

N - que quer dizer: "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?"

N - Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:

R - "Está a chamar por Elias".

N - Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre
e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:

R - "Deixa ver se Elias vem tirá-l'O dali".

N - Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.
(pausa de silêncio)
12º JESUS E O CENTURIÃO

N - O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo.
O centurião que estava em frente de Jesus,
ao vê-l'O expirar daquela maneira, exclamou:

R - "Na verdade, este homem era Filho de Deus".

13º JESUS E AS MULHERES JUNTO À CRUZ

N - Estavam também ali umas mulheres a observar de longe,
entre elas Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé,
que acompanhavam e serviam Jesus,
quando estava na Galileia,
e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.

14º JESUS E OS AMIGOS

N- Ao cair da tarde
- visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado -
José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio,
que também esperava o reino de Deus,
foi corajosamente à presença de Pilatos
e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto
e, mandando chamar o centurião,
ordenou que o corpo fosse entregue e José.
José comprou um lençol,
desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol;
depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha
e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro.
Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José,
observavam onde Jesus tinha sido depositado.

N - Palavra da Salvação.
R - Glória a Vós, Senhor.



Sugiro que contemplem os quadros um a um, considerando o mistério do Reino como semente evangélica que recebe respostas diferentes. Indico catorze maneiras que podem eventualmente servir para uma Via Sacra. Ou para criar dez cenas ou cenários da Paixão,

É no fundo, uma galeria de pessoas que se confrontam com a semente do Reino. Cada uma com uma resposta diferente, diante de um Jesus sempre igual no seu comportamento de disponibilidade e de oferta de salvação.

Cf. CARLO MARIA MARTINI,
Os relatos da Paixão de Cristo, Ed. São Paulo, Lisboa 1994, 75-82.


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