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Via Sacra ou Meditação ou Ofertório Simbólico da Paixão
2003-04-07 23:14:47

Este texto pode constituir uma meditação para a Via-Sacra. Lendo-se o texto bíblico e a respectiva meditação.

Este texto pode ser rezado, em jeito de prece, e assim ocupar o lugar da homilia, das preces e até do Ofertório na Missa de Ramos.

Este texto pode ser lido, todo ou em parte, pelo Presidente da Celebração, quer no dia de Ramos, quer noutra liturgia ou para-liturgia. Pode também, em cada quadro, ser lido por um leitor diferente. Os 3 leitores do Evangelho podem também alternar… a leitura dos textos…

Este texto pode e dever ser melhorado e personalizado por cada um.


Pe. Amaro Gonçalo
Paroquia de S. Gonçalo
e-mail: saogoncalo@iol.pt
2003
PaixãoMeditação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos


INTRODUÇÃO
(no fim da leitura do Evangelho, se for na Missa; ou no início da Via-Sacra, se for o caso)

P- Caríssimos irmãos: Numa série de quadros vivos, o Evangelista São Marcos, descreve-nos a Paixão do Senhor, apresentando os diversos personagens que entram em cena e em confronto directo com Jesus.

Na sua longa Via-Sacra, Jesus não deixa ninguém indiferente. Na Hora da Cruz revelam-se os intentos de muitos corações (Lc.2,34). E percebe-se como são bem diferentes os terrenos onde a semente da Palavra do Mestre tinha caído.

Agora Jesus, depois de uma breves perguntas e afirmações, cala-se, enquanto todos os outros, giram, à sua volta, como num dramático torneio.

E Ele, com o seu silêncio, domina tudo. Só, pelo seu modo de ser e de estar ali, firme, diante de cada um, Jesus fala-lhes e julga-os, sem dizer palavra, mas fazendo vir ao de cima o que há no coração de Deus e no coração de cada homem (Jo.2,24-25).

Vamos percorrer, de novo, essa galeria de quadros. Vendo-nos aí como que diante de um espelho (Tg.1,21-24). Olhando-nos bem no rosto do Crucificado. E deixando-nos primeiro olhar por Ele.

Seja qual for a nossa resposta, o Crucificado permanecerá de braços abertos. Do alto da Cruz Ele nos atrai para o Pai (Jo.12,32).

Percorramos com Ele este caminho, em jeito de contemplação, como quem encontra remédio para o veneno do mundo em que vivemos e do ar que respiramos.

Note Bem:
* Se for uma Via Sacra, leia-se agora o texto bíblico (conforme guião da Leitura da Paixão em 14 quadros) e a respectiva meditação que aqui, já a seguir, para cada quadro, respectivamente apresentamos.

* Se o texto seguinte vier depois da proclamação do Evangelho (na sua fórmula mais breve, conforme guião da leitura da Paixão, das págs.6 a 12), apresentam-se simultaneamente os símbolos propostos, à medida que se faz a leitura.
1. JESUS E JUDAS - Saca com moedas

Senhor Jesus, a história da tua entrega começa com um gesto de traição. A traição de um amigo, que tantas vezes esteve à mesa contigo. E que, por fim, se deixa vender por trinta moedas de prata. Ele transformou um gesto de amizade, como é o do beijo, numa senha de condenação. Na verdade, «o apego ao dinheiro é a raiz de todos os males, por causa do qual alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições» (1 Tim. 6,10)». Que saibamos e acreditemos sempre que «há mais felicidade em dar do que em receber» (Act.20,35)!

2. JESUS E OS GUARDAS - Espadas e Varapaus

Senhor Jesus, o ódio do coração exprime-se na violência dos gestos. Com espadas e varapaus, os guardas tratam-te como um salteador. E também nós, cedemos, muitas vezes, ao instinto da violência e da vingança, como meios de impor a justiça. Ensina-nos a perceber que «todos quantos se servirem da espada, morrerão à espada» (Mt.26,52). E desperta no coração dos homens sentimentos de perdão e de paz.

3. JESUS E O SINÉDRIO - Balança da Justiça

Senhor Jesus, sem causa justa, os membros do Sinédrio, tribunal religioso, procuram condenar-Te, testemunhando falsamente contra Ti. Aí a inveja estende, como sempre, o braço à mentira. E nos tribunais do nosso tempo, são muitos os que depõem contra a Verdade, incriminando outros tantos inocentes. Tu que morreste para dar testemunho da Verdade (Jo.18,37), ensina-nos a viver na fidelidade à Tua Palavra. Ajuda-nos a dar testemunho da Verdade. Pois «aquele que é da verdade, escuta a Tua Voz» (Jo.18,37).

4. JESUS E PEDRO - Chaves

Senhor Jesus, o teu discípulo Pedro, a quem tinhas prometido e confiado um lugar especial entre os Doze, não resiste à pressão que o rodeia e sucumbe escondendo-se por detrás da mentira. Também nós hoje, levados pela corrente da opinião dominante, nos envergonhamos de testemunhar a nossa amizade por Ti. Tu, que apesar do pecado de Pedro, lhe confiastes as chaves do Reino dos Céus, faz-nos recordar que o amor é a chave do coração de Deus e o segredo mais profundo da verdade da nossa vida.

5. JESUS E PILATOS - Jarra com água e Pano (lavabo da Missa)

Senhor Jesus, Pilatos estava admirado, com o Teu silêncio e, procurava, a Verdade, até ao ponto em que essa Verdade não o comprometesse realmente. Dividido entre o apoio popular e a aplicação da Justiça, ele quis lavar as suas mãos, sujando-as na ambiguidade e na cobardia. Que cada um de nós não tenha nunca medo de sujar as suas mãos na luta justa, por um mundo onde os homens sirvam os homens, e de mãos limpas.


6. JESUS E BARRABÁS COM A MULTIDÃO - Cruz

Senhor Jesus, o desejo de vingança não tem lógica. E por muito que Pilatos apele à razão, a multidão prefere o sangue de um inocente e quer ver à solta um ladrão e assassino. A Palavra de ordem é «crucifica-o». Como se a pena de morte e morte de cruz fosse um castigo exemplar. Também, no nosso tempo, alguns julgam liquidar o mal, com a morte do pecador. Que a Tua Cruz, junto à sepultura de tantos condenados à morte, seja sempre um sinal de esperança na justiça divina.


7. JESUS E OS SOLDADOS - Cana (ou vara)

Senhor Jesus, os soldados trocam o sentido das coisas e desvirtuam o significado das palavras. Dizem, sem querer, que Tu és o Rei dos Judeus. E nem dão conta de dizer a Verdade. Cobrem-te com um manto de púrpura e coroam-te, sem perceber que és, de verdade, o Rei da Glória. As palavras e os gestos com que te saúdam são exactos e falsos ao mesmo tempo. Senhor Jesus, que haja sempre acordo e harmonia entre os gestos que trocamos e as palavras que dizemos.

8. JESUS E SIMÃO DE SIRENE - Enxada ou foice ou outro instrumento de trabalho do lavrador

Senhor, um homem do campo, ajuda-Te a levar a Cruz. Onde os outros empunham armas de ataque e de guerra, ele traz às costas os instrumentos do seu trabalho. De certo modo, ele desperta em nós o sonho de converter as espadas em relhas de arado e as lanças em foices» (Is.2,1-5), a fim de transformar o mundo num jardim de paz. Que saibamos ir ao encontro de todos os que precisam de ajuda, de pão e de esperança, para quebrar o jugo (Is.9,1-6) que pesa sobre a vida de cada um.


9. JESUS E OS CRUCIFICADOS - Uma cruz em que os paus horizontal e vertical não estão devidamente agarrados

Senhor Jesus, os que estavam atados à Cruz, sinal vergonhoso de um crime sem piedade, desafiam-te a descer da Cruz. A renegares a tua obediência ao Pai, a deixares em suspenso a verdade do teu amor pelos Homens. Também nós, somos tentados a «descer da Cruz», a fugir dela, na procura de um evangelho sem exigência nem compromisso. Desperta em nós o sentido da Cruz, único caminho de verdade e amor.
10. JESUS E OS QUE ESCARNECEM - Recolocar os dois paus da Cruz apresentada na reflexão anterior.


Senhor Jesus, até os príncipes dos sacerdotes e os escribas, que sabiam de cor as Escrituras, escarnecem de Ti. Desafiam-Te a viveres e a usares a vida em proveito próprio. Que Aqueles que na tua Igreja exercem o ministério da Palavra nunca cedam à tentação do lucro mas sirvam, de graça, a causa do Teu Evangelho.

11. JESUS E O PAI - Relógio, com os ponteiros assinalando as três horas da tarde


Senhor Jesus, chegou a Tua Hora. A Hora em que Te julgaram abandonado pelo Pai. Mas que é, sim, a Hora em que Tu te abandonas a Ele. O teu grito na cruz, não traduz a angústia dum desesperado, mas a oração do Filho que, por amor, oferece a sua vida ao Pai pela salvação de todos (N.M.I. 26). Que, nas horas mais dramáticas da nossa vida, também os nossos olhos permanecem fixos no Pai.


12. JESUS E O CENTURIÃO - Véu rasgado em dois (rasgar ao apresentar)


Senhor Jesus, o véu do Templo rasgou-se. O mistério do amor de Deus, escondido desde os tempos antigos, revelou-se plenamente agora e na hora da tua morte de Cruz. Estava dita toda a Palavra do Amor de Deus, pelos Homens. Diante deste mistério abissal do amor divino, cada um de nós possa reconhecer-Te como único Justo e verdadeiramente o Filho de Deus.



13. JESUS E AS MULHERES JUNTO À CRUZ - Santos Óleos

Senhor Jesus, as Mulheres observam-Te de longe e estão perto. Mais perto do que ninguém do mistério da dor e do amor. Capazes de Te enxugar os pés com lágrimas e perfumes. Elas dobram-se e desdobram-se em serviço humilde e doméstico. E são o suporte da nossa vida. Que as nossas mães e irmãs, esposas ou filhas, amigas ou empregadas, revelem ao mundo o rosto materno do Pai que está nos Céus e trabalha sempre.

14. JESUS E OS AMIGOS - Lençol

Senhor Jesus, o teu corpo morto é envolto num lençol, pela caridade atenta dos teus amigos, entre os quais se conta José de Arimateia. Na manhã de Páscoa, no túmulo vazio, Pedro vê apenas as ligaduras no chão e o sudário enrolado à parte (Jo.20,5-6). Para o discípulo amado esse é o primeiro sinal para a fé de que Tu devias ressuscitar dos mortos. Esta é a nossa certeza de que a Vida triunfou.


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