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Patriarca Defende Necessidade e Especificidade do Sacerdócio
2003-03-31 21:00:29

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, defendeu ontem que a Igreja Católica "precisa de um ministro sacerdotal" que, além do baptismo, receba "uma consagração específica" para representar Cristo.

"A tendência para opor a qualidade sacerdotal" de todos os crentes "ao sacerdócio ministerial dos ministros ordenados é uma tentação velha do Povo de Deus", acrescentou o patriarca, que considera esta ideia como "um desvio de sentido: o considerar o sacerdócio, do Povo de Deus e dos ministros ordenados, numa lógica de poder e não na perspectiva do serviço".

As afirmações do cardeal foram feitas ontem, ao fim da tarde, durante a catequese do quarto domingo da Quaresma, o tempo litúrgico que antecede e prepara a Páscoa. O patriarca acrescentou que os "primeiros escolhidos e consagrados foram os apóstolos de Jesus, que através dos seus sucessores continuam a permitir à Igreja" a celebração da missa. Uma referência indirecta aos teólogos que entendem a instituição do sacerdócio como sacralização indevida das funções de serviço à comunidade do início do cristianismo, e como reapropriação indevida do antigo sacerdócio judaico, que pouco tem a ver com o cristianismo.

O exemplo de Lutero

D. José Policarpo foi, aliás, buscar o exemplo de Martinho Lutero, iniciador da Reforma protestante, "no seu ataque ao sacerdócio ministerial". Para Lutero, afirmou o cardeal, "todo o povo de Deus é santo, todo o povo é sacerdotal, para quê mais um sacerdócio?" Temos de reconhecer, acrescentou, "que, no nosso tempo, esta atitude tem ainda os seus sintomas, quando se relativiza a importância do sacerdócio ministerial em nome da valorização do sacerdócio comum de toda a Igreja, ou se reivindica para os leigos funções de presidência do sacrifício, que não lhes pertencem".

O próprio patriarca admite que "nada, no Novo Testamento, dê a entender que aos doze Apóstolos são atribuídas funções sacerdotais, na linha do sacerdócio levítico", no judaísmo. Mas "é claro que Jesus os escolhe, como um grupo posto à parte, isto é, consagrado, para o associar plenamente à plenitude do seu poder".

Fonte Público

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