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Professores de EMRC explicam a guerra aos alunos
2003-03-27 21:19:42

Uma semana após os confrontos entre as forças aliadas e as tropas de Saddam Hussein, o tema não se esgota na Comunicação Social e "invadiu" também as salas de aula das escolas portuguesas.

"Desde que começou a guerra já fui interpelado várias vezes pelos meus alunos sobre a questão da guerra" - disse à Agência ECCLESIA Carlos Cartaxo, professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) na Escola de Camarate, Lisboa. Apesar de serem novos "já manifestam a sua opinião contra a guerra" e mostram-se "preocupados com a insegurança e solidários com aqueles que são vítimas da guerra". Ao professor cabe explicar os motivos desta guerra "e apelar ao valor da paz" - disse.
No Algarve, Ana Paula Barata, professora de EMRC e de informática, afirmou também que os seus alunos "estão curiosos com o desenrolar dos acontecimentos". E adianta: "quando consultam os sites vão ver logo as notícias sobre a guerra". Como estão informados "é mais fácil o professor fazer a apologia da paz" mas "não têm a noção das consequências porque é num país distante". Como geograficamente é longe do nosso país "não sentem o assunto como deles" - realça Ana Paula Barata. Como medida de alerta para a situação presente a "escola colocou uma faixa a pedir paz entre os povos" e o colega de Educação Cívica "está a fazer cartazes contra a guerra".
Numa escola da Amadora, a festa da paz que costumava ser comemorada em Janeiro "foi alterada para os inícios de Abril" - disse á Agência ECCLESIA Nuno Tavares, professor de EMRC na Escola Roque Gameiro. Nessa festa "faremos uma largada de pombas, balões e algumas mensagens de paz", iniciativas em "prol da paz na humanidade". Nas aulas também "já senti na pele as perguntas dos alunos" essencialmente "a posição que os professores têm em relação ao assunto" - referiu Nuno Tavares. Nas aulas de Acúrsio Domingos, professor de EMRC numa escola dos Olivais, Lisboa, existe o hábito dos alunos e o professor levarem recortes de notícias "que depois serão objecto de discussão". Como este tema domina os meios de comunicação social "é obvio que a questão da guerra tem sido abordada ultimamente" - disse.
Em relação à consciência critica sobre o assunto, os alunos do 12º ano percebem que "não há justificação clara para esta guerra". Para estes "não há uma cobertura legal para a iniciativa que tomaram os americanos" e como estão atentos também às posições da Igreja, "essencialmente do Papa, chegam à conclusão que esta guerra não tem sentido". Os alunos de anos anteriores "limitam-se a constatar os factos que vêm" por isso têm "pouca consciência crítica". Com a problemática da guerra "aproveitamos para explicar o valor da paz e da liberdade dos povos". E avança: "aqui o trabalho interdisciplinar, essencialmente com a história, é fundamental" - verifica Acúrsio Domingos. Como o currículo é "maleável", situações como esta, "que atravessam os valores todos que trabalhamos na escola", merecem um "destaque" - concluiu.
No 7º ano, os alunos de EMRC têm módulos que abordam "as normas e os deveres". Se há uma classificação destas normas, "naturalmente e face aos acontecimentos que estamos a viver neste momento", o assunto é explicado com base "na guerra contra o Iraque" - disse Jaime Milton, professor de EMRC na Escola Matias Aires, Cacém. Já no 8º ano, existe um módulo sobre liberdade e onde "lhes é pedido que falem de situações de liberdade ou então de obstáculos a esta". Exemplos práticos onde "este acontecimento é focado" - salienta este professor de EMRC. O excesso de informação ou então "informação mal transmitida" provocam-lhes dúvidas "que compete ao professor elucidar" - concluiu.

Fonte Ecclesia

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