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"Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a todas as gerações."


Roma, cidade da alegria

2000-08-20 12:32:59

Dois milhões de adolescentes assistiram ontem à inauguração da tenda-altar em Roma, cidade que tem servido de inspiração aos mais famosos arquitectos e artistas do mundo. Foi um dos momentos altos do encontro entre o chefe da Igreja e os rapazes e raparigas, vindos de 162 nações, 24 das quais vivem em guerra.

A história da humanidade está simbolizada num muro longuíssimo, sobre o qual uma cruz com 36 metros de altura dá relevo ao Mistério da Redenção e à ideia central do palco - a tenda gigante onde João Paulo II, no momento mais culminante deste Jubileu, confiou a estes jovens o futuro da Igreja e o futuro do próximo milénio. O Papa exortou a juventude a construir com ele um mundo melhor. Humana e espiritualmente, este foi, para João Paulo II, o momento mais tocante do Jubileu, celebrado na cidade onde nasceu a Igreja, e para quem Tor Vergata é uma grande e verdadeira peregrinação.

Uma parede oblíqua desde o chão, que assim contrapõe uma linha recta, é um sinal de racionalidade às infinitas variações do terreno onde está instalada a esplanada de Tor Vergata. A parede representa a história do homem, ao centro da qual se introduz a Cruz de Cristo que redimiu a humanidade. Durante horas, os jovens "convidados" percorreram os mais de dez quilómetros do recinto citadino, como os antigos peregrinos medievais. Chegaram e saíram de Tor Vergata a pé. A maioria veio das estações ferroviárias situadas nos arredores da esplanada. Dirigiram-se a esta nova "cidade de jovens", que inclui 52 pracinhas provisórias, equipadas com quiosques para refeições e informações, postos de polícia, pronto-socorro e até um hospital. Ao fundo da esplanada, 15 mil sanitários, 12 mil fontes de água, 600 metros de esgotos, 30 tendas com ar condicionado - para acautelar os desmaios por insolacão -, cem cafés, 60 telefones públicos, 81 holofotes para iluminação e 14 ecrãs gigantes completam o apoio logístico.

Os comerciantes previam um consumo global de 400 mil sandes, contavam vender um milhão e meio de gelados e cerca de um milhão de snacks. Neste cenário trabalharam 4661 pessoas, para que tudo corresse bem durante a cerimónia que durou um dia e uma noite e na qual os jovens tiveram a oportunidade de sonhar e cantar hinos à vida, ao amor, à fraternidade.

No palco, com 156 metros de comprimento, o Papa, acompanhado por 650 rapazes e 350 membros de uma orquestra, celebrou a missa e anunciou aos jovens a Boa Nova. E, como Cristo, repetiu: "Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a todas as gerações." Pelas duas horas da madrugada de sábado, os primeiros peregrinos começaram a chegar à vigília. Vieram a pé, de bicicleta, de patins, ao longo de seis percursos previamente estabelecidos, de dez, sete ou três quilómetros. Cada peregrino teve um caminho assinalado, um lugar preciso numa área determinada e com a hora a que deveria iniciar a caminhada de retorno.

O Presidente da República, acompanhado pelo primeiro-ministro e cinco líderes dos partidos católicos e membros do Governo, participaram na cerimónia.

A chegada do Papa de helicóptero, vindo de Castel Gandolfo, deu-se às 19 e 30 de ontem. Antes de subir para o palco-altar, João Paulo II, no Papa-Mobil, visitou a área, de forma a poder ver de perto a multidão de jovens que o aguardava.

O encerramento desta cerimónia, cuja cobertura centrou as atenções de mais de dois mil jornalistas de todo o mundo, está programado para as 11 da manhã de hoje, com mais música e cantos, espetáculos diversos, que, sem interrupção, irão entreter os jovens na esplanada.

Será um "addio" ao Papa cheio de esperança e promessas. Até um dia: "Ci vediammo..."

Fonte DN

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