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Escola de Leigos denuncia actos de violência: Cristo, paixão amorosa a viver nos nossos irmãos
2003-02-13 18:37:10

Olhamos à nossa volta e parece-nos estar a caminho de uma destruição quase massiva do nosso Mundo.
Mas nós acreditamos que Deus é o Senhor da história e nos fala na Bíblia, nos sacramentos e na comunidade cristã, mas também nos acontecimentos do dia a dia.


E sabemos que Deus nos pede que descubramos e apoiemos todos os gestos e grupos construtores da paz e da solidariedade.

É certo que «o homem, levado pelo desejo de ter e de gozar mais do que ser e crescer, consome de maneira excessiva e desordenada os recursos da terra e da sua própria vida» (CA, 37).
Mas nós acreditamos que Deus criou a terra e tudo o que ela contém e a deu a toda a humanidade sem excluir nem privilegiar ninguém (CA 31).
Por isso nós denunciamos a acumulação imoral nas mãos de poucos e a profunda miséria na casa de muitos.

Se mantivermos esta lógica destrutiva, quando não tivermos mais nada para destruir ou quando não nos contentarmos com a destruição do que nos rodeia, corremos o risco sério de nos destruirmos a nós próprios – SERES HUMANOS.

Chocamo-nos com as imagens dos circos romanos, com a chacina dos primeiros cristãos, com a Inquisição iniciada na Idade Média, mas desvalorizamos as torturas do nosso século, de que é paradigma o holocausto e, mais actualmente, as várias formas de terrorismo e também a acção de muitas nações que, com a sua autoridade e força, também mata e aniquila milhares de seres humanos: o fabrico e a venda de armas, as guerras provocadas de forma subtil e alicerçadas em publicidades sensacionalistas.
Mas nós acreditamos que só a paz desfaz a espiral de violência.
Por isso congratulamo-nos com as manifestações em favor da paz, com os governantes que recusam a armadilha da guerra e procuram esgotar todas as vias pacíficas para a solução dos muitos conflitos existentes.
Por isso denunciamos todos os actos de terrorismo mas também todas as formas de guerra que só produzem mortes, destruições, violências e ódios.

Como podemos ignorar a anunciada guerra pela super-potência americana, cuja razão última está na sua ânsia de poder e sede de petróleo? Não basta ao martirizado povo iraquiano a feroz ditadura de Saddam? É Saddam a única ameaça à paz?
O mais incrível é a nossa passividade perante esta cultura de morte. E, pior ainda, a subserviência de jornalistas e governos, como o nosso, que, contra a generalidade da opinião pública, querem impor a guerra como a única solução viável, desvalorizando o diálogo, a diplomacia e o direito.
Apoiamos as vozes, que se levantam contra a guerra, acusadas pelos militaristas de traidoras à causa da humanidade. Onde está a consciência desta humanidade?

Olhamos apenas para nós mesmos, «enformados» na azáfama da nossa sociedade capitalista e tornámo-nos acomodados, permeáveis, dependentes e despreocupados... Ignoramos uma Madre Teresa de Calcutá e até mesmo Jesus Cristo e os Seus Caminhos.
E, no entanto, o Deus em que acreditamos sempre dá prioridade aos mais carenciados e marginalizados.
Emerge daqui o grande mal do mundo, o abismo em que nos vamos lançando, porque o nosso egoísmo nos torna cegos e amolecidos e assim se vai diluindo a nossa presença real e o nosso amor.

Estas denúncias não partem de pressupostos partidários mas da nossa fé em Jesus Cristo, “caminho, verdade e vida”, a paixão amorosa que somos chamados a viver ao serviço dos irmãos.


Coimbra, 30 de Janeiro de 2003
Escola de Leigos – Módulo de Doutrina Social da Igreja

Fonte Ecclesia

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