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OS DOENTES NA PARÓQUIA - UMA PRIORIDADE UM DIREITO OU UM DESAFIO?
2003-02-07 23:53:31

Em toda a Igreja, celebra-se hoje, dia 11 de Fevereiro, o XI Dia Mundial do Doente, que este ano tem como palco central o santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Washington - Estados Unidos da América.

A Comissão Nacional da Pastoral da Saúde escolheu para tema deste dia: "Os doentes na paróquia - uma prioridade".
A Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e Deficientes Físicos, movimento de evangelização, nascido precisamente numa paróquia em França, regozija-se com a escolha deste tema pela sua actualidade, tanto mais que 2003 foi proclamado o Ano Europeu da Pessoa com Deficiência, o que possibilita uma maior visibilidade da sua realidade.
A pessoa doente e/ou deficiente é, pela sua condição de ser humano, membro da comunidade e, pelo seu baptismo, membro da comunidade eclesial, logo, membro da paróquia.
Ora, o que acontece em muitos lugares, é que a pessoa doente e/ou deficiente é vista como aquela a quem é necessário prestar todos os cuidados, fazer tudo para ela e não com ela. O doente e/ou deficiente é visto como uma "máquina rezadeira", que oferece a sua doença e/ou deficiência, o seu sofrimento, para a conversão do mundo. É pouco, é dolorista, é reduzir a missão de cada um simples acto espiritual.
Ou seja, poucos são os que se preocupam em ouvir a opinião dessas pessoas, em dar-lhes uma oportunidade para porem a render as suas capacidades, pois julga-se que não podem fazer nada, são frágeis. Puro engano!
A paróquia é um espaço privilegiado de encontro de uns com os outros e dos homens com Deus, e uma oportunidade única de tornar viva a palavra de Jesus quando diz: "Levanta-te e anda". Ele quer dizer a todos e a cada um, inclusive a estes mais frágeis, que têm uma missão a cumprir, que é única e da qual não se devem demitir.
Para isso, como seria importante que as comunidades paroquias tivessem presente estas pessoas e se preocupassem em conhecê-las, fazer caminho com elas, a irem buscá-las para participarem não só nas eucaristias, mas também noutras actividades que nela se realizam. Desta forma, estamos a fazer sentir a estas pessoas a ligação à sua comunidade paroquial e a dar-lhes oportunidade de se sentirem seus membros activos e efectivos.
É importante pôr estas pessoas em contacto umas com as outras, pois têm a vantagem de se compreenderem melhor entre si e de sentirem mais à vontade. Têm a possibilidade de entender o sofrimento do outro e de o ajudar a encontrar de novo a esperança e a luz nas suas vidas, que tantas vezes parecem ausentes, para darem um novo sentido às suas vidas. Têm a possibilidade de, com a sua experiência, ensinarem a pôr de pé tantos que se julgavam caídos para sempre. Têm a possibilidade de, com a colaboração de outros, tirarem alguém da solidão e do isolamento. Têm a possibilidade de, com a sua presença, levarem outros a estarem presentes e a celebrar a sua fé junto de todos aqueles que se reúnem na igreja para celebrarem a eucaristia.
A participação das pessoas doentes e/ou deficientes na vida da Igreja é, em muitos casos, um desafio que lançam a cada um dos seus membros, pelo testemunho que dão, pelas interrogações que provocam, pela vida que fazem nascer à sua volta. Mas é também um direito que cada uma dessas pessoas tem, como filha de Deus que é, de poderem participar de corpo e alma na construção dessa mesma Igreja de que fazem parte e que querem ajudar a construir. Cabe a cada um de nós descobrir qual o seu papel nessa mesma construção e não se demitir.


Maria Paula Constantino
Maria Goretti Silva

(Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e Deficientes Físicos)

Fonte Ecclesia

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