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Cardeal Diz Que Há "Erros Graves de Perspectiva" na Luta Contra a Sida
2003-01-19 21:14:59

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, entende estarem a ser cometidos "erros graves de perspectiva" no combate à sida, e um deles é dizer às pessoas que podem fazer tudo, prevenindo-se.

"Toda a gente sabe que isso não dá resultado. A única maneira é uma convergência de elementos transformadores. E não se percebe que esta questão não se resolve só assim, tem de se resolver com uma dimensão cultural, ética", disse o Cardeal Patriarca. D. José Policarpo, que participou sexta-feira em Cabo Verde, na Cidade da Praia, no encerramento do IV Encontro das Conferências Episcopais dos Países Lusófonos, "as pessoas tem de reflectir, descobrir os valores das coisas, e mudar". "Não vamos a lado nenhum com prevenção negativa. É preciso que as pessoas assumam os seus comportamentos. E nós, como bispos, não podemos ter outra posição, porque a perspectiva moral, a perspectiva ética, é a base de toda a assunção humanista cristã. E isto não é por ser a sida, a sexualidade", sublinhou. Na perspectiva de D. José Policarpo "não há soluções humanistas cristãs que não radiquem na liberdade, na mudança interior, no assumir das responsabilidades".

Doença escondida

Sobre o preservativo, considerado o melhor meio de evitar a transmissão do vírus nas relações sexuais, o prelado realça que "nunca se fez uma campanha tão grande a um produto ao nível do planeta" e apesar disso os resultados são muito precários". "O preservativo toca tanto na intimidade das pessoas como outras coisas, e as pessoas não estão para isso. Está demonstrado", observou.

Nesse contexto, segundo o Cardeal Patriarca de Lisboa, "é um erro assentar aí as baterias, como combate único". Travar o flagelo da sida "depende da mudança de consciência". D. José Policarpo realçou que esse entendimento sobre o erro de perspectiva no combate à sida não tem a ver com a sua condição de bispo, pois antes já o escutara do ex-presidente da frica do Sul, Nelson Mandela.

Segundo o Cardeal Patriarca de Lisboa, o comportamento em relação à sida é idêntico ao que se passou há 50 anos com a tuberculose em Portugal: é uma doença grave e as pessoas escondem-na.

Fonte Público

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