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Natal de 2002, grito de respeito pelas CRIANÇAS
2002-12-22 20:24:12

“Veio para o que era Seu e os seus não O receberam. Mas aos que O receberam, aos que crêem n´Ele, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo. 1,11- 12)

Natal de Jesus, projecto renovador de um Deus que dá nova dimensão à vida do homem, à humanidade nova esperança, à moral novos valores!
Natal de Jesus, grito necessário na noite da indiferença que ameaça extinguir o bem, inquinar as fontes que o alimentam, anular os crentes que o defendem e em cada dia o tornam vivo e possível!

Acreditar no Senhor que veio é acordar para a certeza de horizontes de fraternidade, é empenhar-se em projectos de verdade, de justiça, de paz.
O bem é sempre possível, porque Deus, fonte inesgotável do bem, se fez Homem e abriu as portas do Seu coração, para que todos reencontrem aí os caminhos da sua dignificação, a raiz dos seus direitos e deveres.
Onde não chegar a fé no Deus do amor e da paz, as trevas impedirão a luz; as relações sociais estarão desvirtuadas; os interesses pessoais apagarão a justiça; o dinheiro e o poder serão dominadores; o homem, explorador e carrasco do outro homem; os idosos, um incómodo; os deficientes, um peso; as crianças, brinquedo para prazer mórbido de quem esqueceu que elas são a maior riqueza que o mundo tem e sempre terá.

Cada criança é o rosto sereno e atraente, risonho e pacificador, do Menino do presépio. Sujar ou destruir uma criança é apagar no mundo a beleza, a simplicidade, a inocência, o coração desarmado, o sorriso sereno e lindo que o mundo não pode dispensar. A pureza da criança é tónico de esperança na família, na escola, na rua, na sociedade.
Sem crianças a vida é mais difícil, a esperança perde o sentido.
O mundo gela sempre que nele escasseia o amor. Por isso o Natal tem este ano mais sentido e mais urgência. Não o Natal do barulho e da alienação, do consumismo e da ostentação, mas o Natal do amor gratuito e universal, da reconciliação e da solidariedade, do respeito e da humanização, da paz e da concórdia. Natal que se espelha no rosto inocente e puro da criança que, em silêncio, contempla o Menino do presépio, também Ele uma criança.

Este é o Natal de Jesus! Natal de graça, de desafio, de esperança.

Neste Natal de 2002, guardo, no coração dorido, um especial afecto pelas crianças de Portugal, de Angola, das Américas, do mundo, todas a clamar por amor e respeito, vítimas da pobreza de quem não as olha como um dom precioso de Deus. Esse Deus, seu defensor, que nelas se revê, como expressão não poluída da criação, como sinal de esperança renovadora.

António Marcelino, Bispo de Aveiro

Fonte Ecclesia

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