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Presépios do Mundo
2002-12-16 09:34:05

A peça “Natividade”, em terracota policromada, da autoria do ceramista peruano Luis Jeri, é uma das mais originais, pois o autor dá-lhe um cunho marcadamente Inca, nota da sua matriz cultural. Referimo-nos a um presépio, dos 39 que compõem a exposição, que está patente no Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima.

“Presépios do mundo” é o tema desta exposição temporária, a decorrer naquele local até ao dia 31 de Janeiro, que oferece ao visitante uma gama variada de presépios. Como celebrar o Natal é recordar o nascimento de alguém, o Museu de Arte Sacra e Etnologia “não quer deixar passar despercebido tal nascimento que se faz em todos os povos da terra: o de Jesus” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Helder Bonifácio, Director daquele museu.
Logo no início da exposição o visitante pode encontrar “um pouco da história dos presépios”. Segundo dados fornecidos pelo museu, a veneração do nascimento de Jesus teve “o seu início no século II, com o registo de peregrinações à gruta em Belém”. Mas a celebração da Natividade no dia 25 de Dezembro, só aparece mais tarde por decisão do Papa Libério (352-366), porque antes esta celebrava-se no dia 6 de Janeiro.
Em Portugal, a construção de presépios terá “chegado por influência Franciscana” (S. Francisco é o Patrono Universal do Presépio) entusiasmo que se fazia sentir desde o casamento de D. Dinis com a Rainha Santa Isabel. Mas só no século XVI surgem as chamadas “Caixas de Presépios”, onde pequenas miniaturas da Natividade, com a Adoração dos Pastores e dos Magos, eram fixadas pelo artífice e fechadas com um vidro frontal. No presépio português, a narrativa desenrola-se como que num anfiteatro, tendo como centro as adorações da Sagrada Família, dos Anjos, dos Pastores e ou dos Magos.
Cada região ou autor dá um toque especial ao presépio. Uma das obras patentes nesta mostra é atribuída à Escola de Machado Castro, data do século XVIII, e é construído em terracota policromada madeira e cortiça. É a peça mais antiga que está na exposição. Uns mais antigos outros mais recentes, mas as características de alguns “não enganam: do Alentejo (feito em madeira de sobreiro), de Barcelos, de Estremoz, Sintra”.
Alguns são minúsculos (presépio feito em madeira de sobreiro) mas outros são imponentes (presépio Inca). Este último interpreta o mistério da Encarnação com rasgos de novidade: a Virgem a dar à luz o Menino. Uma grande parte das peças é feita em terracota ou madeira, mas há também em cerâmica, bambu, ébano, marfim e serapilheira. “maneiras diferentes de interpretar a mensagem de Cristo e que mostram a universalidade do presépio” – disse o Pe. Helder Bonifácio. Acima de tudo encontramos “ o menino sem cor e sem raça”.
Para além de Portugal, há peças originárias do Peru, México, Filipinas, Belém, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Espanha, Itália e da Tanzânia.

Fonte Ecclesia

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