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Conclusões do XVI Encontro Nacional da Pastoral da Saúde
2002-12-01 09:07:44

1° O XVI Encontro Nacional de Pastoral da Saúde reuniu em Fátima cerca de 1000 profissionais de saúde, agentes de pastoral social, sacerdotes e voluntários que, sob a presidência do Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa e de Mons. Javier Lozano Barragán, Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral de Saúde, reflectiram sobre a Ética e a Vida, na sociedade contemporânea.

Os participantes neste Encontro Nacional afirmaram ser essencial envolver a vida com os valores éticos indispensáveis à vida humana e à dignidade da pessoa. Para dar sentido à vida de cada um e conseguir assim uma sociedade mais justa, indicaram:

1. A importância da educação para a saúde e para a vida, através de acções de prevenção que, inseridas nos cuidados primários de saúde, garantam a formação integral da pessoa humana, através de uma assimilação sistemática e critica de todo o património cultural;

2. A necessidade de uma informação mais cuidada no campo da sexualidade e da afectividade humanas, informação essa que permita transmitir a vida através da fecundidade responsável e da maternidade / paternidade responsável;

3. A preocupação por dar aos doentes em estado terminal a presença e ajuda (terapêutica) a que tem direito, com o apoio integral que responda à situação concreta que o doente está a viver;

4. A afirmação clara dos valores éticos indispensáveis à avaliação de todas as situações que os profissionais da saúde, no exercício de cuidados, têm de cumprir, valores que supõem a tolerância, o dialogo, a solidariedade, o acolhimento igual, o serviço generoso para uma melhor qualidade de vida.

5. A responsabilidade da Igreja na formação dos cristãos, em ordem à educação para a vida, à transmissão da vida e ao acompanhamento dos doentes na fase terminal da vida.

2° Assim sendo, os muitos participantes das 21 Dioceses do Continente e Ilhas e, de modo especial, os Secretariados Diocesanos da Pastoral da Saúde comprometem-se a envidar todos os esforços, no sentido de concretizar unta série de iniciativas absolutamente indispensáveis.
Intervirão nos seus meios de trabalho e nas sua estruturas pastorais no sentido de:

1. Contribuir para a educação para a vida e para e saúde interessando, pelos meios que lhes for possíveis, as famílias, os educadores, os catequistas e outros, na educação da afectividade e da sexualidade, na educação dos consumos e na educação para estilos saudáveis de vida;

2. Desenvolver processos de informação que permitam aos casais católicos um conhecimento dos métodos de regulação dos nascimentos que respeitem e promovam os ritmos biológicos, aqueles que têm em atenção a ecologia humana e são factores de maior realização e felicidade;

3. Criar, nas cidades - sede de Diocese em que for possível, Centros de Planeamento Familiar Natural que ensinem os casais católicos e os acompanhem na regulação da sua fecundidade e, simultaneamente, respondam à urgência de formação dos adolescentes e dos jovens;

4. Constituir em cada Diocese e dependente da Pastoral da Saúde uma equipa técnica pluridisciplinar que, depois de uma formação específica, assuma a orientação deste Centro de Planeamento Familiar Natural e também venham a apoiar os Centros de Preparação para o Matrimónio (C.P .M.);

5. Denunciar, de forma organizada e junto de quem de direito, as situações que contrariam os valores humanos fundamentais e, enquanto tal, magoam a dignidade humana, e comprometem a dimensão cristã da visa que está centrada na encarnação do Verbo e se projecta na ressurreição, como sejam a interrupção voluntária da gravidez (o aborto), a pílula do dia seguinte distribuída gratuitamente às adolescentes, a prevenção da SIDA com a distribuição indiscriminada de preservativos, o apelo à precipitação da morte dos doentes em fase terminal (eutanásia), bem como o prolongamento exagerado da vida não dando aos doentes o direito à dignidade da morte (obstinação terapêutica);

6. Dar atenção aos doentes em idade avançada e situação irreversível e de isolamento, através da criação de unidades de cuidados continuados, com clínicas da dor, aproveitando mesmo estruturas já existentes, como sejam os lares de idosos, as estruturas dos centros sociais e, até, as Misericórdias, em parcerias eficazes, sabendo que estas já estabeleceram com o Estado um protocolo de colaboração em unidade de cuidados;

7. Procurar fazer um plano e programa que, a nível diocesano e local, venha a implementar um conjunto de acções que levem à prática formas concretas de educação para a vida, de transmissão responsável da vida e de acompanhamento das pessoas em situação terminal;

8. Implementar os voluntariados em saúde, uma vez que estes são a garantia da continuidade do trabalho pastoral que agora se propõe.

3° Durante os dias do XVI Encontro Nacional da Pastoral da Saúde estiveram presentes:
- do Conselho Pontifício, para além do Presidente, também Mons. António Soto;
- da Comissão Episcopal da Acção Social e caritativa, o presidente D. José Francisco Sanches Alves, e ainda, D. Aurélio Granada Escudeiro e D. José Augusto Martins Fernandes Pedreira.
- da Diocese Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, também membro do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde.
O Senhor Ministro da Saúde participou na sessão de abertura do Encontro.

No fecho, foi enviado ao Papa um telegrama, afirmando a comunhão integral com o pensamento da Igreja, nestas áreas delicadas da saúde humana.

Fonte Ecclesia

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