paroquias.org
 

Notícias






A nota Pastoral sobre o trabalho começa a encontrar ecos
2002-11-17 10:06:27

A Nota Pastoral da CEP, “O trabalho na sociedade em transformação”, apresentada ontem, 14 de Novembro, no final da Assembleia Plenária dos Bispos Portugueses tem suscitado as mais diversas reacções.

Além da já noticiada reacção do ministro Bagão Félix, em declarações à agência ECCLESIA e Rádio Renascença, apresentamos as reacções de empresários e sindicatos.
Ouvido pela Renascença, o Presidente da Confederação da Indústria Portuguesa, Francisco Van Zeller, contesta o tom geral do documento: "Percebe-se pelo tom. É um tom acusador em relação aos empresários, como se tudo fosse possível ser resolvido pelos empresários, no contexto actual. Portanto, não posso concordar de maneira nenhuma. Obviamente, as preocupações são de todos nós, nós gostaríamos de ter melhor produtividade e pagar mais. Gostaríamos de ter a justiça absoluta do Mundo, mas isso tem passos que são precisos ser dados e temos de considerar a sociedade em que vivemos."
Do lado das centrais sindicais, João Proença, da UGT, diz que este é um documento de reflexão importante, que refere muitas das preocupações partilhadas pelos trabalhadores portugueses. "É um documento extremamente importante e que merece uma reflexão profunda, em particular por parte do Governo e dos parceiros sociais, mas também dos senhores deputados. Há preocupações extremamente importantes sobre a família, sobre os necessários equilíbrios que devem estar contidos na revisão do Código do trabalho. E chamam realmente a atenção para o projecto que agora temos, que não deve ser um projecto final. Deve continuar em discussão. Deve continuar a procurar soluções que sejam satisfatórias. Também é extremamente importante esta chamada de atenção já que os problemas da competitividade têm a ver com muitos outros factores que não propriamente a legislação laboral".
Já para a CGTP, a Nota Pastoral é um excelente documento do ponto de vista filosófico. Segundo Carvalho da Silva, “do ponto de vista filosófico, é uma reflexão interessante sobre o lugar do trabalho e as questões diversas da produtividade, da competitividade, da necessidade de a empresa não ter por objectivo o lucro, mas essencialmente a própria existência da empresa e, digamos, todo um conjunto de reflexões sobre as dinâmicas neo-liberais que estão aí, sobre o despir da Europa social que está a acontecer e que têm de ser contrariadas... repito: do ponto de vista filosófico tem aqui conteúdos extraordinariamente interessante. Do ponto de vista das conclusões há referências genéricas que são interessantes, mas nós temos que olhar que estamos numa realidade concreta."

Já esta tarde a CGTP e a UGT pediram ao Presidente da Assembleia da República uma dilatação por mais 40 dias do prazo de discussão do Projecto de Lei do Código do Trabalho.

Fonte Ecclesia

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia