paroquias.org
 

Notícias






ALARGAR A EUROPA: REFORÇAR A PAZ E A COOPERAÇÃO NA EUROPA
2002-11-18 22:29:46

O alargamento da União Europeia tem sido uma questão muito debatida nos últimos tempos, também em Portugal. No centro deste debate têm estado fundamentalmente preocupações económicas que, no caso português, põem em evidência o receio de perder os benefícios da UE até agora recebidos pelo nosso país.

A Pax Christi Secção Portuguesa, em sintonia com as outras secções europeias, está convencida que o processo da integração europeia é fundamental para a criação de condições que tornem realidade uma paz duradoura e justa no Continente Europeu.

Julgamos, assim, que todas as forças vivas da sociedade portuguesa têm o dever de contribuir para uma melhor compreensão do processo de alargamento por parte da população portuguesa, pelo que tornamos pública uma declaração da Pax Christi Internacional sobre esta questão.
A presente declaração foi aprovada durante a Consulta Regional do Norte (Europa e EUA) da Pax Christi, que teve lugar em Antuérpia – Bélgica – de 18 a 22 de Outubro.

A Pax Christi apela ainda ao Governo português no sentido de assumir, no debate com os outros parceiros europeus, uma posição clara de vontade de cooperar com todos os países que formam a Europa, tanto os candidatos à adesão, como os outros.


A PAX CHRISTI INTERNACIONAL E O ALARGAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA

ALARGAR A EUROPA: REFORÇAR A PAZ E A COOPERAÇÃO NA EUROPA

Em Dezembro de 2002, a União Europeia vai tomar uma decisão definitiva sobre o alargamento a dez novos Estados – Membros. Os debates que agitam, actualmente, tanto os Estados – Membros como os candidatos à adesão dizem respeito fundamentalmente a questões económicas ou de segurança.

Para a Pax Christi Internacional, o processo de integração Europeia deve ser prioritaria-mente, e antes de tudo, um meio de erradicação de todo e qualquer germe de guerra no Continente Europeu de modo a que nele se instale uma paz justa e duradoura. Para que isto aconteça, torna-se necessário restringir o domínio das soberanias nacionais e criar um ambicioso processo de cooperação supranacional. O que dá sentido à integração europeia é o facto de esta ter a paz como perspectiva e ser um meio de superar as divisões do passado. Este é um aspecto ao qual se tem dado muito pouca atenção.

A Pax Christi nasceu no final da Segunda Guerra Mundial como um movimento para a paz e a reconciliação na Europa. Transformando o grito “Nunca mais a guerra!” em oração, em estudo e em acção, e fazendo com que se encontrassem franceses, alemães e muitos outros europeus, o Movimento contribuiu para quebrar o ciclo da cultura de guerra neste Continente. A Pax Christi defendeu, desde o seu início, a integração europeia como um meio para criar estruturas duráveis de paz, de justiça social e de cooperação. Hoje continuamos a lutar por este objectivo. No dia 23 de Abril de 1999, em plena guerra do Kosovo, o Cardeal Godfried Danneels, então Presidente da Pax Christi Internacional, pediu ao Chanceler Gerard Schröder, presidente em exercício do Conselho da Europa, que contribuísse para a instauração da paz nos Balcãs abrindo para os países daquela região a perspectiva da integração Europeia no futuro. Hoje, mais uma vez, pedimos com insistência aos governos europeus que apoiem o alargamento.

A integração europeia é uma experiência quotidiana de cooperação entre populações e nações de culturas e religiões diferentes. Este confronto pacífico de culturas e religiões é e deve continuar a ser a condição para a paz durável no continente. A Pax Christi está preocupada com o perigo que representa a política europeia que visa excluir a Turquia deste alargamento. Por isso pedimos aos Governos da União que ofereçam a este país as mesmas condições e perspectivas de adesão que têm os outros países candidatos.

A Pax Christi considera que o alargamento da União Europeia deve ser acompanhado de um reforço da cooperação entre a União e a Federação Russa. O alargamento deve conter um convite à população russa e ao seu Governo para que se tornem membros da comunidade dos povos e dos países que cooperam no continente europeu. É deste modo que, por exemplo, a questão das deslocações entre o enclave de Kalininegrado e a Rússia deveria ser resolvida por forma a que os cidadãos russos de Kalininegrado não tenham que solicitar um visto da União Europeia para se deslocarem e visitarem os seus parentes e amigos na Rússia. A obrigatoriedade de visto significa desconfiança e divisão. A fronteira deve ser efectivamente controlada mas a paz na Europa deve estar baseada nos contactos de pessoa a pessoa. Isto exige a liberdade de deslocação e de comunicação entre a Rússia e a União Europeia.


O Comité Director
22 de Outubro de 2002


voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia